Torcedor morre em jogo de Estadual, família reclama de demora no socorro
João Bentes sofreu infarto durante partida entre São Francisco e Remo
(Foto: Arquivo/família de Joao Bentes)
João Bentes Garcia, de 60 anos, acompanhava a partida entre São Francisco e Remo. Parentes afirmam que ambulância só prestou socorro após 30 minutos.
O jogo entre São Francisco e Remo, válido pela quarta rodada do primeiro turno do Campeonato Paraense, foi marcado por várias polêmicas fora de campo. Além da partida ter sido paralisada durante 18 minutos por conta de uma sobrecarga nos refletores do Estádio Colosso do Tapajós, em Santarém, oeste do Pará, a morte de um torcedor também abalou o espetáculo dentro do gramado.
João Bentes Garcia, de 60 anos, teve um infarto no segundo tempo de jogo, foi levado para o Hospital Municipal, mas não resistiu e morreu. O torcedor havia ido ao jogo com seu sobrinho e passou mal no Estádio. Ele foi socorrido por uma equipe do Corpo de Bombeiros e depois atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, que estava presente no Colosso.
O problema é que, de acordo com os familiares de João, o atendimento do SAMU demorou muito para acontecer. O cunhado dele, Luís Lopes, que também estava assistindo ao jogo, afirmou que a ambulância teria demorado cerca de 30 minutos para socorrer a vítima.
- Logo que nos encontramos, no primeiro tempo, ele aparentava estar bem. Depois, recebi uma ligação do meu sobrinho avisando que ele estava passando mal. Os bombeiros prestaram os primeiros socorros, mas foi muito pouco. A ambulância estava lá e foi acionada, mas o que sabemos é que a equipe não queria atender, alegando que estava ali apenas para os jogadores. Nós, torcedores, temos direitos. Vamos prestigiar o futebol local e algo assim acontece.
Atendimentos e ambulâncias do SAMU
Por telefone, o titular da Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Lazer (SEMJEL) e responsável pela administração do Estádio, Erasmo Maia, destacou ao GloboEsporte.com que não houve omissão de socorro no caso. Ele informou que a ambulância fez o atendimento normal, mas que o deslocamento do veículo para o local teria demorado de 20 a 30 minutos.
- A ambulância prestou o socorro. Só que o veículo teve que se deslocar para lá e enquanto fazia isso, os bombeiros é quem davam assistência à vítima.
O Tenente Jerônimo da Silva, do 4º Grupamento de Bombeiro Militar do Pará, confirma que três militares fizeram o atendimento da vítima e acionaram a ambulância que estava no Estádio, mas que essa não foi até o local. Outro veículo do SAMU é que foi destacado para o socorro.
- Tivemos que esperar a chegada da nossa ambulância. Só algum tempo depois, o SAMU enviou outro carro para fazer o atendimento.
A coordenadora do SAMU local, Dra. Ilmara Sousa, explicou porque a opção por utilizar outra ambulância em vez do veículo que estava no Estádio. Ela afirma que o deslocamento do carro até o local ia demorar mais do que a chegada de outro e que os atendimentos foram realizados, mas a vítima não resistiu.
- Nossa equipe levou os equipamentos necessários para socorrê-lo, e estávamos junto com os bombeiros tentando reanimar o paciente. Prestamos socorro, e aguardamos a vinda de uma nova ambulância, que chegou mais rápido do que se tivéssemos esperado a que estava no gramado. Infelizmente não conseguimos salvá-lo.
A partida entre São Francisco e Remo aconteceu na noite da última quarta-feira (22) e terminou empatada pelo placar de 1 a 1.
Familiares reclamam de omissão em socorro de João Bentes
(Foto: Lia Anjos/ GloboEsporte.com)
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