Ministro da Saúde visita unidade de saúde em tribo indígena isolada no PA
Ministério da Saúde implantou um consultório odontológico na aldeia indígena
(Foto: Karina Zambrana/Divulgação Ministério da Saúde)
Tribos de recente contato terão estratégias para ações de saúde. Anúncio foi feito durante visita do ministro à tribo Zoé, nesta segunda (20).
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, visitou a tribo indígena da etnia Zoé, localizada no interior do município de Óbidos, oeste do Pará, na manhã desta segunda-feira (20), para verificar o trabalho que é realizado na aldeia pelo Ministério da Saúde e assinar uma portaria que institui a Política Nacional de Saúde para os Povos Indígenas. Com a portaria, mais recursos serão liberados pelo Ministério da Saúde e a entrada de pessoas em áreas das comunidades indígenas isoladas será mais controlada.
“Hoje nós assinamos, dentro da aldeia, uma portaria que estabelece a Política Nacional de Saúde para os Povos Isolados, mostrando que os profissionais, para atuar nos povos isolados, têm que conhecer a cultura, têm que ser treinados, a intervenção tem que ser a mínima possível, e tem que ter um plano de contingência, como nós temos hoje aqui”, explica o ministro Alexandre Padilha.
Segundo Padilha, a portaria vai valer para todo o território nacional. A principal medida será o controle mais rigoroso de entrada de pessoas nessas áreas. “Essa portaria começa a valer para o Brasil inteiro. Nós temos 27 povos considerados isolados no nosso país. Qualquer pessoa para entrar na área desses povos vai ter que seguir rigorosamente os testes de exames de saúde que fazemos no povo Zoé”.
Na visita à aldeia, Padilha também entregou um novo consultório odontológico, a climatização da área de atendimento médico e anunciou a aquisição de um gerador exclusivo para a unidade de saúde instalada na aldeia, que foi implantada em 1998.
Este não é o primeiro contato do ministro Alexandre Padilha com os índios Zoé. Ele atuou como médico da Universidade de São Paulo (USP) de 1998 a 2003, e trabalhou pela erradicação da malária do território Zoé. Já como ministro, recebeu os indígenas em seu gabinete em fevereiro de 2011, para discutir a implantação de uma coordenação de saúde para índios isolados.
"Nós trabalhamos lá desde o ano de 98. E a partir da nossa entrada, nós tivemos a presença da Secretaria de Saúde Indígena, a Sesai, que passou desde aquela época a estruturar as ações. Desde o começo do ano 2000, nós temos um ambulatório montado. Agora, nós podemos fazer cirurgia, recentemente nós pudemos ver uma paciente que estava lá que chegou a fazer Diálise, lá dentro mesmo da aldeia. Nós queremos que eles possam viver em condições que vivem hoje, lógico que sempre buscando melhorar as condições".
50 mil por mês ao HRBA
Na passagem por Santarém, o ministro assinou um convênio com o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), onde o Ministério da Saúde irá repassar R$ 50 mil por mês para atender a saúde indígena na região. "Nós assinamos um recurso que vem para o Hospital Regional de Santarém, que serão 50 mil reais mensais, recursos que são para reforçar as equipes do Hospital Regional preparadas para atender os povos indígenas", completa o ministro.
Saúde Zoé
Os primeiros investimentos do Ministério da Saúde para o Zoé foram feitos no final dos anos 90, quando começou a ser executado um projeto elaborado pela Universidade de São Paulo (USP). Segundo Padilha, nesse período, devido a doenças da época, como malária, pneumonia e gripe, havia apenas cerca de 150 índios na aldeia. "Hoje são mais de 270 Zoés. Nesses últimos 15 anos tivemos apenas a morte de duas crianças, com acidente de cobra e outra, mais recente, em 2003, que já nasceu com uma doença congênita", completa Padilha. Atualmente, a aldeia conta com um moderno complexo de saúde, que abriga salas de cirurgia, e realiza exames de ultrassom e raio-x digital, além de um consultório odontológico recém inaugurado.
A aldeia do povo Zoé fica localizada entre os rios Cuminapanema e Erepecuru, entre os municípios de Oriximiná e Óbidos. A terra indígena foi classificada pelo Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE) do Estado do Pará como área de florestas estaduais, e inserida em diversas categorias de proteção ambiental.
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