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Startup de SP faz ‘crowdfunding’ para tecnologia 3D em iPad mini


Uma startup de Barueri (SP) iniciou na última semana uma campanha de financiamento coletivo (“crowdfunding”) para fabricar um acessório de iPad Mini que simula efeitos em 3D em fotos e vídeos sem a necessidade de usar um par de óculos. A adesão de 150 compradores até o dia 6 de setembro, ao custo de R$ 105 por peça, viabilizará o produto, conta André Wolfenberg Zanuto, criador da tecnologia e sócio da Magoo Tecnologia i.

De acordo com Zanuto, o objetivo do acessório da Magoo é justamente dispensar o conteúdo nativo em 3D e criar uma sensação de profundidade a partir de imagens bidimensionais. “O aplicativo pega o que você já tem no iPad e converte em tempo real para 3D. É uma grande vantagem nossa sobre outras tecnologias não precisar de conteúdo em 3D”, conta.

Desenvolvida inteiramente no Brasil durante três anos, a Membrana 3D para iPad já está disponível há cerca de 1 mês para iPad 1, 2, 3 e 4 por R$ 200. Ao contrário de outros periféricos semelhantes, ela não é uma película, o que permite que seja encaixada e removida da tela do tablet. Essa característica ajudou a Magoo a ganhar o licenciamento da Apple como a primeira tecnologia 3D para iPad que dispensa o uso de óculos.

“A relação de certificação com a Apple tem que ser pensada antes mesmo de se começar a criar. Ela te restringe muito em relação ao uso de materiais e funções para que você não crie um acessório que atrapalhe o uso do iPad”, afirma Zanuto.

Impressões
O G1 testou a versão para iPad 3 da membrana e a tecnologia ainda precisa de melhorias. Primeiramente, o acessório só cria uma noção de profundidade mais perceptível quando está a uma distância de um braço, o que pode ser muito desconfortável para quem está acostumado a usar o tablet mais próximo dos olhos.

A qualidade de imagem das conversões tridimensionais também precisa de maior definição. Com o encaixe da membrana sobre a tela, algumas imagens podem ficar muito escuras e borradas. Zanuto afirma que essa é uma das melhorias previstas para uma nova versão do produto. “Definição de imagem é algo em que estamos trabalhando. E também em técnicas para não cansar a visão”.

Outro ponto negativo é o fato do aplicativo da Magoo ainda ter poucos serviços compatíveis. Na versão atual, apenas fotos e vídeos do Instagram, YouTube, ou armazenados no próprio iPad podem ser beneficiados com a simulação tridimensional.

Porém, o acessório pode interessar quem quiser uma experiência semelhante ao 3D que seja portátil e não custe muito. As crianças também podem se interessar pela sensação de nova perspectiva causada pela tecnologia.

Dificuldades
Zanuto conta que todo o processo de desenvolvimento da membrana foi bancado com a ajuda de uma produtora de vídeos da qual é sócio com o irmão. “Na área de produção, os horários são muito flexíveis. Então nas horas vagas eu estudava e ia atrás de fornecedores e de todas as necessidades que eu tinha”, diz Zanuto.

Ele relata que buscou incentivos do governo federal para o projeto, mas não obteve sucesso. “Fizemos tudo por conta própria. Depois que a tecnologia estava pronta, pegamos um empréstimo para a produção em massa”.

Mas os percalços não pararam por aí, já que o processo de fabricação em si também teve seus obstáculos. “Achar o material foi um pouco mais fácil porque a Apple já determina o que você pode usar. Mas o processo foi a maior dificuldade que eu tive”, conta Zanuto. “O processo que utilizamos não é de fabricação contínua. Como o filme da membrana arranha muito fácil, é difícil convencer as grandes empresas a pararem [sua linha de produção] para dar mais atenção a esse tipo de material”.

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