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Peninha: “Serviço do BEC é uma vergonha na região”

Luiz Peninha
Peninha denuncia inércia do 8º BEC na Santarém-Cuiabá e Transamazônica. O ex-vereador de Itaituba, Luiz Fernando Sadeck, o “Peninha”, que atua há cerca de 30 anos na região do alto Tapajós, em entrevista exclusiva ao Jornal “O Impacto”, fez várias revelações sobre o travamento nas obras de pavimentação das rodovias Santarém-Cuiabá (BR-163) e Transamazônica (BR-230), no trecho entre Santarém e Rurópolis e também no Distrito de Miritituba, em Itaituba. “Peninha” afirma que falta mais compromisso do Exército com a população para a finalização dos trabalhos de pavimentação das rodovias Santarém-Cuiabá e Transamazônica. Acompanhe a entrevista:

Jornal O Impacto: Sobre o asfaltamento da rodovia Santarém-Cuiabá, o senhor acredita que os serviços serão finalizados em curto prazo?

PENINHA: Primeiramente, gostaria de dizer que o asfaltamento total da rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163) parece que fica mais longe. Primeiro, porque o tempo de serviço que foi dado para acontecer esse asfaltamento já terminou há muito tempo. Quando eu morava em Santarém foi anunciado que iriam asfaltar logo os primeiros 217 quilômetros, que iria até Rurópolis. Faz cerca de 40 anos que o 8º BEC está fazendo esse trabalho, mas sem concluí-lo. Hoje, verificamos uma grande quantidade de pontes de concreto que foram construídas, mas que não foram feitas as cabeceiras, virando grandes elefantes brancos. Os motoristas sempre têm que passar por um desvio para chegar a Santarém, o que acarretou na ocorrência de vários acidentes com vítimas fatais.

Péssimo serviço do 9º BEC na Rodovia Transamazônica

Jornal O impacto: Qual acidente grave aconteceu na BR-163 que o senhor enfatizaria?

PENINHA: Já perdemos até mesmo um cinegrafista da TV Eldorado de Itaituba, quando o carro em que viajava caiu de cima de uma ponte de madeira. Nesse acidente, onde o carro caiu dentro de um igarapé, morreram o cinegrafista e um irmão dele. O BEC ainda falta concluir cerca de 50 quilômetros de asfalto nesse trecho de Santarém a Rurópolis. O que a gente pode ver é um serviço de péssima qualidade, onde já denunciamos em vários órgãos federais, como o Tribunal de Contas da União E o Ministério Público Federal, mas nenhuma providência foi tomada. A mesma coisa aconteceu no trecho de Itaituba, desde o Distrito de Miritituba até a Comunidade de Campo Verde, onde são 30 quilômetros. Trouxeram o 9º BEC, do Mato Grosso, pra fazer esse serviço. Cerca de R$ 41 milhões já foram gastos na obra e até hoje não foram concluídos os serviços, onde falta concluir o asfaltamento até Campo Verde.

Jornal o impacto: Existem muitos problemas relacionados à má qualidade do asfalto?

PENINHA: Como o asfalto foi feito de péssima qualidade, abriu-se uma cratera no meio da rodovia, há cerca de 1,5 quilômetros de Miritituba. Neste local existe um buraco de dois metros de altura. Já denunciamos isso para o DNIT, o Ministério Público e até agora providência nenhuma foi tomada. O buraco torna um risco muito grande para os motoristas. Falaram que iam fazer um desvio, o que não aconteceu até hoje. São prejuízos e ninguém toma providência para responsabilizar os culpados. Os trechos que foram concluídos até hoje, apresentam falhas no asfalto, colocando em risco a vida de motoristas e de pessoas que moram às proximidades das rodovias Santarém-Cuiabá e Transamazônica.

Jornal o impacto: A falta de conclusão na pavimentação da BR-163 prejudica o tráfego até Santarém?

PENINHA: Em alguns trechos de Rurópolis a Santarém a gente percebe que quando chove fica uma enorme fila de caminhões. Eu presenciei por esses dias um congestionamento de cerca de 10 quilômetros de carretas enfileiradas para vir pra Santarém, mas não conseguiam prosseguir a viagem por causa dos atoleiros. Existem ladeiras que quando chove ficam lisas, dificultando o tráfego das carretas. Temos que cobrar do Governo Federal essa postura do Exército, porque se não tiver solução deve ser feita uma licitação para que empresas privadas finalizem as obras de asfaltamento das BRs-163 e 230. O 8º BEC não concluiu 217 quilômetros em 40 anos e agora o 9º BEC não finalizou 30 quilômetros em 5 anos. Isso é uma vergonha da má aplicação do dinheiro público.

Jornal O impacto: O Exército não foi capaz de cumprir os serviços de asfaltamento da rodovia Santarém-Cuiabá?

PENINHA: O Batalhão para a nossa surpresa, não fez a manutenção nem mesmo nas crateras que surgem ao longo da Rodovia, o que vai ter que ser refeito de novo. Agora com essa possibilidade da construção de portos em Miritituba, o movimento de carros aumentou bastante e nenhuma providência foi tomada, onde já fazem quase 60 dias que essas crateras se abriram.

Jornal o impacto: O que está travando o desenvolvimento de Itaituba?

PENINHA: Veja bem, em termos de investimentos estamos nos deparando com alguns problemas fundiários na região e isto está atropelando os grandes investidores. Há pouco tempo Miritituba foi escolhida pelos grandes empresários para ser o local de implantação de portos, para escoar a produção do Centro-Oeste, pelo Pará. Vamos perder alguns portos que seriam construídos por conta da légua patrimonial que até hoje não foi repassada para o Município. Grande parte daquela área não tem titulação de terra. No passado foram emitidos documentos falsos a muitos proprietários, mas que só agora foi descoberto, o que atrapalha a construção dos portos. Outro empecilho é ocasionado pela Companhia Docas do Pará (CDP), a qual diz que é dona de uma área de 160 hectares de terra, na beira do rio Tapajós, incluindo os terrenos que estão sendo ocupados por empresas que tem projetos para construir três portos em Miritituba. Mas, pelo que estamos vendo, o Governo Federal vai dar a titulação do terreno para a CDP, na contramão do tempo.

Jornal O impacto: Então, além dos problemas administrativos ainda tem a CDP que está travando o desenvolvimento de Itaituba?

PENINHA: A MP que foi aprovada pelo Congresso, praticamente os portos foram terceirizados. Agora, pra quê que a CDP, que há mais de 50 anos está ali com aquele porto e nunca fez nada, nem melhorou, muito menos colocou um prego em alguma obra no local, quer uma imensidão de terras? Descobrimos que a CDP vai terceirizar a área e fazer parceria com outras empresas, para arrendar e alugar a área, o que não é bom! A área dos portos deve ser construída por empresas privadas, que é de onde podemos esperar o desenvolvimento, porque se for pelo governo nunca veremos nenhuma obra ser construída. No governo passado foi solicitado o local para fazer um porto de embarque e desembarque de passageiros do Município de Itaituba, mas a área não foi liberada. Empresários que estavam investindo em Miritituba, por causa desse problema com a CDP, passaram a investir no distrito de Santarenzinho, que já fica no município de Rurópolis, onde tem 45 quilômetros de margem do rio Tapajós. A entrada para lá vai ser por Campo Verde, que não tenho dúvida, será um dos melhores lugares da nossa região, porque fica no entroncamento das duas rodovias, a Santarém-Cuiabá e a Transamazônica. Quem vier do Mato Grosso é obrigado passar por lá e quem vier pra Santarém ou Rurópolis é obrigado a passar no entroncamento de Campo Verde. Estive em Santarém pedindo a regularização da légua patrimonial, porque com a legalização grandes investidores devem chegar à nossa região. No local, a Ypiranga já está fazendo um investimento grande, com a construção de um posto de combustível.

Jornal O impacto: O que o senhor sugere para alavancar o desenvolvimento da região de Itaituba?

PENINHA: O que deve haver é estrutura para atender a demanda de carretas que vão transportar grãos do Mato Grosso para os portos de Santarém e do Santarenzinho, onde a Ypiranga vai implantar uma estrutura flutuante, com investimentos na ordem de R$ 8 milhões. Essa base além de distribuir o combustível para a região vai atender a necessidade das barcaças que levarão os grãos para Santarém e outros portos. O poder público que tem que se fazer presente, no sentido de legalizar a área. O programa Terra Legal, quer passar uma área pequena para o Município de Itaituba. O que seria de interesse da comunidade é que fosse repassada uma área grande. Na referido local, seria implantada uma área portuária, industrial e comercial. Hoje, o maior problema que temos na região é a questão da documentação da terra. Quem vem investir, a primeira coisa que pede é o documento da área, porque precisa da legalização para dar garantia ao investimento. Em Santarenzinho vão sair em torno de cinco portos, assim como em Miritituba, que serão construídos aproximadamente seis portos. 

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