Em SP, metade acha que dados na rede são usados sem permissão
72,3% não confiam em dados armazenados on-line, diz Fecomercio. 83,6% dizem que 'Lei Carolina Dieckmann’ não basta para deter cibercrime.
Quase metade dos internautas de São Paulo convive com insegurança em relação à forma como seus dados pessoais são usados na internet. É o que mostra a 5ª edição da pesquisa “O Comportamento dos Usuários na Internet” divulgada nesta segunda-feira (12) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Segundo levantamento feito em maio com mil pessoas entre 18 e 70 anos, 49,8% dos moradores da capital paulista acreditam que as empresas utilizam os seus dados pessoais e os compartilham com outras pessoas ou empresas sem a sua expressa autorização.
A maioria dos pesquisados (72,3%) não confia no armazenamento dos dados pelos sites que os solicitam – um aumento em comparação aos 48,7% do ano passado. No entanto, 87,8% acham que os sites deveriam guardar registros de acesso como subsídio para investigações de crimes eletrônicos.
Crimes na rede
Entre os entrevistados, 66,6% afirmam conhecer a lei 12.737 de crimes cibernéticos, que entrou em vigor em abril deste ano, mas a maioria (83,6%) acredita que a chamada "Lei Carolina Dieckmann" não será suficiente no combate aos delitos virtuais.
Na opinião de 65,9% dos internautas de São Paulo, conteúdos espalhados ilegalmente na rede deveriam ser removidos imediatamente a pedido da vítima, enquanto 34,1% dos questionados destacaram que eles só poderiam ser retirado por ordem judicial. Além disso, 95,5% dos usuários acham que provedores de conteúdo devem avisar seus clientes quando receberem aviso judicial relacionado a alguma infração que cometeram.
A pesquisa observou um aumento no grupo de pessoas que já foram vítimas ou tiveram algum familiar prejudicado por crimes virtuais, de 12,7%, em 2012, para 17,9% neste ano. Os homens continuam sendo mais suscetíveis a essas práticas (20,6% dos pesquisados) em relação às mulheres (15,2%).
Entre as pessoas que foram alvos de crimes eletrônicos, 33,5% sofreram golpes de clonagem de cartão de crédito e/ou débito, 17,3% foram vítimas de roubo de dados pessoais e 15,6% de desvio de conta bancaria em transações via internet. "Neste ano, o crime mais comum foi a clonagem de cartão, diferentemente da pesquisa de 2012, quando a maioria dos entrevistados (28,13%) reclamou da não entrega de produtos", compara a associação.
O registro de boletins de ocorrência diante de crimes eletrônicos aumentou de 24,2% das vítimas, no ano passado, para 31,8% neste ano.
A pesquisa também mostra um crescimento no grupo de internautas que considera crime fazer download de filmes e músicas sem autorização do autor ou pagamento de direitos autorais. O grupo cresceu de 16,7% dos entrevistados em 2012 para 37,4% neste ano.
Apesar do aumento de vítimas de crimes digitais, o uso de softwares antivírus e outras ferramentas de proteção contra fraudes e invasões em computadores ou outros dispositivos diminuiu. Em 2012, 79,8% dos entrevistados usavam alguma ferramenta de segurança. Neste ano, 65,4% responderam afirmativamente à mesma questão.
Dispositivos móveis
O uso de dispositivos pessoais como celulares, tablets e computadores no ambiente de trabalho faz parte do dia a dia de 48,7% dos entrevistados, sendo que 29,8% carregam informações da empresa em seus aparelhos. "Isso revela um grande problema, pois a maioria (86,4%) tem receio que ocorram fraudes ou ataques de hackers aos dispositivos", alerta a entidade em seu relatório.
Mais da metade dos internautas costumam baixar aplicativos em seus dispositivos pessoais (59,7%), especialmente na faixa etária de 18 e 34 anos (71,5%). Aplicativos de geolocalização, como Foursquare e outras ferramentas de check-in, são usados por 56,3% dos entrevistados.
Compras on-line e redes sociais
O número de internautas que faz compras on-line diminuiu, segundo o levantamento. Este ano, 55,9% dos entrevistados responderam que compram na internet, sendo 9,5% nas redes sociais. No ano passado, 62,7% faziam compras na internet e 25,1% nas redes.
"Dentre os usuários que não fazem compras pela internet, o fator de restrição continua sendo o receio de fraudes, motivo indicado por 32,9% em 2013 e 61%, em 2012", argumenta a FecomercioSP.
Os consumidores entrevistados também se mostraram insatisfeitos com propagandas na internet. Para 72,9%, as empresas não apresentam informações claras e objetivas a respeito de seus produtos e serviços pela internet. No levantamento anterior, mais da metade (52,3%) acreditava que as informações eram claras.
A maior parte dos internautas paulistanos utiliza redes sociais (84,1%), o que mostra um leve decréscimo em relação ao percentual de 87,9% registrado um ano antes. O Facebook é a rede mais acessada por 96,8% dos entrevistados e foi a única que apresentou alta em relação à pesquisa anterior, quando tinha 90% de adeptos. Na sequência estão MSN/Skype (25,6%), Twitter (23,4%) e Orkut (16,6%).
A atenção aos termos de uso de sites de relacionamento decresceu em relação à pesquisa
do ano passado, quando 53,74% disseram fazer a leitura. Neste ano, 39,5% disseram que lêem integralmente os contratos de termos de uso dos sites.
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