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Ministro da Educação cai após “rebu” na Câmara

Ex-ministro da educação, Cid Gomes
A confirmação da saída de Cid Gomes foi enviada ao presidente da Câmara pela Casa Civil às 18h. O ministro da Educação, Cid Gomes, compareceu a uma Comissão Geral na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (18) para explicar declarações polêmicas que deu no mês passado, mas sua tentativa de mea culpa não foi bem sucedida. Ao final de uma explosiva sessão, ele estava demitido.

A informação foi confirmada durante a sessão ordinária pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Minutos antes, o ministro tinha deixado o plenário debaixo de gritaria por parte dos parlamentares e sem nenhuma condição política de permanecer no cargo. A confirmação da saída de Gomes foi enviada a Cunha pela Casa Civil às 18h.

Tudo começou no último dia 27 de fevereiro, quando Gomes declarou que, na Câmara, haviam 400 achacadores que atrapalhavam o governo. “Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais”, declarou.

Perplexo pela provocação, o plenário aprovou posteriormente uma convocação para que o ministro se explicasse. Diante dos parlamentares, Cid Gomes até que tentou. Pediu desculpas ao parlamento, mas acabou reafirmando que há, sim, achacadores na Casa. Um deles era o próprio presidente Cunha.

“Prefiro ser acusado de mal educado a ser acusado de achacador como ele [Cunha], que é o que dizem dele as manchetes dos jornais”, disparou o ministro com dedo em riste. Deputados de oposição consideraram a tentativa de retratação um desrespeito ao parlamento e passaram a cobrar que o ministro deixasse seu cargo voluntariamente ou fosse demitido pela presidente Dilma Rousseff.

Para Arthur Maia, este foi “o momento mais constrangedor” de seus anos de atuação parlamentar e que Gomes precisava urgentemente deixar o governo. O baiano afirmou que endereçar os “400 ou 300” deputados acachadores à base do governo, Cid Gomes desqualifica o próprio grupo.

“O deputado que permanecer na base com vossa excelência ministro estará referendando o que vossa excelência acaba de dizer aqui. Então, coloca a presidente diante de uma encruzilhada. Ou ela preserva o senhor do ministério ou então ela preserva a base que ela tem na Câmara dos Deputados. Porque eu tenho certeza que os deputados da base não acatarão, não aceitarão, não admitirão essa agressão que sofreram na Casa hoje”, disparou.

Outros deputados de oposição repetiram variações do discurso e também chamaram o ministro de adjetivos como “desqualificado”, “sem moral” e “desrespeitoso”. A resposta do cearense foi exibir expressões faciais de desprezo ou deboche aos parlamentares, que se enfureciam durante os discursos.

Quando voltou a ter a palavra, Cid Gomes não podia mais sustentar sua versão e continuou a ser criticado duramente pelo deputados. Após abandonar a sessão e deixar os parlamentares falando sozinhos, o próprio presidente Eduardo Cunha afirmou que a Casa não poderia deixar de reagir às provocações do então ministro. Nos bastidores, o PMDB enviou à presidente Dilma o recado de que ou Cid caía ou o partido estava fora da base e do governo.

Fonte: Bocão News

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