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Crise hídrica no Brasil é tema de tribuna livre na Câmara de Santarém

Câmara Municipal de Santarém
Sessão especial foi realizada na Câmara Municipal de Santarém. “Crise hídrica no Brasil e os cuidados com os nossos mananciais”, foi este o tema da Sessão Especial de Tribuna Livre, realizada na manhã de terça-feira, 24/03, requerida pela vereadora Ivete Bastos (PT). Para participar do evento foram convidados representantes das Secretarias estadual e municipal de Meio Ambiente; Cosanpa, Ordem dos Advogados do Brasil (Santarém); Agência Nacional das Águas, Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA; Companhia das Docas do Pará – CDP; Capitania dos Portos; Colônia de Pescadores Z-20; Grupo em Defesa da Amazônia; Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém – FAMCOS; União de Entidades Comunitárias de Santarém – UNECOS e Ministério Público estadual e federal.

SEMA ESTADUAL DESTACA QUALIDADE DA ÁGUA: O secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará, Ronaldo Lima, presente na sessão, disse que um dos grandes problemas do Brasil e no Estado do Pará não é diferente é o gerenciamento dos recursos hídricos, quando se refere à qualidade da água que na Amazônia é em grande quantidade. “Porém, nós não podemos falar em quantidade, se não tivermos cuidados com a qualidade da água”, ressalta.

“Hoje nós estamos trabalhando com o plano nacional da qualidade da água, visando principalmente melhorar o saneamento básico, o que nós buscamos é trabalhar fortemente com a questão da qualidade da água”, conclui.

SEMMA MUNICIPAL APOSTA NO MONITORAMENTO DOS MANANCIAIS: O secretário municipal de Meio Ambiente, Podalyro Neto, louvou a iniciativa da Câmara em fazer uma sessão para discutir os recursos hídricos, “isso mostra que o Poder Legislativo está antenado com a nossa realidade”, reconhece.

Segundo Podalyro a SEMMA, está hoje exercendo um controle ambiental sobre as atividades poluidoras das águas. Informa que estão em evidencia alguns projetos pilotos em parcerias com outros órgãos de monitoramento de alguns microssistemas aquáticos.

“Em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA estamos realizando um trabalho de balneabilidade de Alter do Chão, daqui a duas semanas deveremos concluir o primeiro relatório e queremos estender isso ao Pajussara e Maracanã”, assegura Podalyro acrescenta que o trabalho de monitoramento estende-se também a igarapés como Urumari e os localizados na região do Eixo Forte, “para termos um diagnóstico de como se encontram as áreas de preservação permanente desses igarapés”, acrescenta.

COSANPA: ÁGUA RECEBE TRATAMENTO ADEQUADO EM SANTARÉM: Rodrigo Machado, gestor da Cosanpa em Santarém garante que toda a água servida no município recebe o tratamento necessário através dos produtos químicos necessários. Garante que após a conclusão das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com a ampliação do sistema e construção de reservatórios, 90% da população santarena, será totalmente atendida com água tratada. Segundo o gestor atualmente 65% da população tem esse atendimento.

OAB DEFENDE USO DA ÁGUA COM EQUILÍBRIO: O advogado Walace de Sousa, que na sessão representou a Ordem dos Advogados do Brasil (em Santarém), disse que a OAB está sempre presente em discussões do interesse público. Ressaltou que nesse caso especifico da água, tem que participar de forma a construir junto com a sociedade caminhos, para que a proteção à água seja respeitada e consumida de forma equilibrada.
CAPITANIA DEFENDE CONVÍVIO HARMONIOSO COM O MEIO AMBIENTE: De acordo com o capitão dos Portos em Santarém Robson Oberdan, a marinha ocupa-se principalmente da prevenção da poluição hídrica causada por embarcações.

“Temos, por exemplo, a hidrovia do Tapajós de grande importância para a região, onde trafegam embarcações e estas tem que exercer atividades, que não prejudiquem o meio ambiente”, alertou. Segundo o comandante, nesse aspecto a Marinha, como autoridade marítima está atenta a essa questão, no sentido de orientar e fiscalizar a essas empresas de navegação, para que tenham um convívio harmonioso com o meio ambiente.

UNECOS CRITICA FALTA DE SANEAMENTO EM SANTARÉM: Sávio Corrêa, que representou a união das Entidades Comunitárias de Santarém – UNECOS foi critico com relação à distribuição da água em Santarém, “existem famílias em Santarém, que se quer tem acesso a água.

Corrêa ao destacar a preservação, disse que não vê políticas que venham contribuir para que os mananciais hídricos sejam preservados. “Ao contrário o que se vê são empreendimentos que ao se instalarem complicam muito mais a questão da preservação”, analisa. Lamentou que o saneamento não exista em Santarém.

CÂMARA PROPÕE MEDIDAS PARA EVITAR POLUIÇÃO HÍDRICA: A vereadora Marcela Tolentino (SDD), que presidiu a sessão considerou o evento importante pelo amplo conhecimento que trouxe aos vereadores sobre a questão da poluição hídrica. “Com isso, estamos construindo propostas, para que a gente se antecipe a uma crise que poderá vir. Nós temos água em abundância, mas temos que pensar na qualidade, na distribuição e também, na conservação”, advertiu.

GOVERNO DO PARÁ NÃO CUIDA DO PATRIMÔNIO HÍDRICO: Coube a vereadora Ivete Bastos (PT), autora do requerimento que pediu a sessão avaliar o evento de forma conclusiva, agradecendo a presença das autoridades convidadas.

Para ela o debate foi importante por ter suscitado vários aspectos com relação a água potável utilizada e a poluição nos mananciais. “As crises da falta de água, que estão acontecendo lá fora, nos chama a atenção para cuidarmos melhor do patrimônio hídrico que temos aqui na região Amazônica”, enfatiza.

Ivete Bastos destacou a posição da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, que propôs uma descentralização do estado, para cuidar dos recursos hídricos. “Isso é um bom sinal, pois sabemos que o estado tem sido ausente e irresponsável com relação as questões ambientais regionais, entre elas a hídrica”, concluiu Ivete.

DADOS SOBRE A ÁGUA – INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES: A água é de fundamental importância para a vida de todas as espécies. Aproximadamente 80% de nosso organismo é composto por água. Boa parte dos pesquisadores concorda que a ingestão de água tratada é um dos mais importantes fatores para a conservação da saúde, é considerada o solvente universal, auxilia na prevenção das doenças (cálculo renal, infecção de urina, etc.) e proteção do organismo contra o envelhecimento.

Porém, está havendo um grande desperdício desse recurso natural, além de seu uso ser destinado principalmente para as atividades econômicas. Atualmente, 69% da água potável é destinada para a agricultura, 22% para as indústrias e apenas 9% usado para o consumo humano.

A poluição hídrica é outro fator agravante, os rios são poluídos por esgotos domésticos, efluentes industriais, resíduos hospitalares, agrotóxicos, entre outros elementos que alteram as propriedades físico-químicas da água.

CICLO DA ÁGUA: O ciclo da água, também conhecido como ciclo hidrológico, consiste no processo dinâmico de diferentes estágios da água. Para melhor compreensão deste ciclo podemos iniciar sua explicação através da evaporação da água dos oceanos. O vapor resultante das águas oceânicas é transportado pelo movimento das massas de ar. Sob determinadas condições, o vapor é condensado, formando as nuvens, que por sua vez podem resultar em precipitação. A precipitação pode ocorrer em forma de chuva, neve ou granizo. A maior parte fica temporariamente retida no solo, próxima de onde caiu, e finalmente retorna à atmosfera por evaporação e transpiração das plantas. Uma parte da água resultante, escoa sobre a superfície do solo ou através do solo para os rios, enquanto que a outra parte infiltra profundamente no solo e vai abastecer o lençol freático.

ÁGUA NO BRASIL: O Brasil é um país privilegiado com relação à disponibilidade de água, detém 53% do manancial de água doce disponível na América do Sul e possui o maior rio do planeta (rio Amazonas). Os climas equatorial, tropical e subtropical que atuam sobre o território, proporcionam elevados índices pluviométricos. No entanto, mesmo com grande disponibilidade de recursos hídricos, o país sofre com a escassez de água potável em alguns lugares. A água doce disponível em território brasileiro está irregularmente distribuída: aproximadamente, 72% dos mananciais estão presentes na região amazônica, restando 27% na região Centro-Sul e apenas 1% na região Nordeste do país.

Outro fator agravante é a ausência de saneamento básico nas residências da população brasileira. Atualmente, 55% da população não têm água tratada nem saneamento básico. Políticas públicas devem ser desenvolvidas para reverter esse quadro. Pesquisas indicam que para cada R$ 1,00 investido em saneamento, o governo deixa de gastar R$ 5,00 em serviços de saúde, ou seja, são investimentos que proporcionam qualidade de vida para a população e economia aos cofres públicos em curto prazo.

ATITUDES PARA EVITAR DESPERDÍCIO DE ÁGUA: – Aproveitar as águas da chuva, armazenando-as de maneira correta;
  1. Fechar a torneira enquanto escova os dentes;
  2. Reaproveitar o papel. Isso é muito importante, pois para produzir papel gasta-se muitos litros de água;
  3. Acabar com o pinga-pinga da torneira. Uma torneira gotejando, gasta, em média, 46 litros de água por dia;
  4. Reduzir o consumo doméstico de água potável;
  5. Não contaminar os cursos d’água;
  6. Agir como consumidores conscientes e exigir que as empresas produzam detergentes e produtos de limpeza que diminuam a poluição do meio ambiente (biodegradáveis);
  7. Evitar o desperdício, cuidando dos vazamentos de água, e não lavar as calçadas utilizando água potável;
  8. Ao tomar banho, devemos desligar o chuveiro ao ensaboar, pois uma ducha chega a gastar mais de 16 litros de água por minuto.


Todas essas mudanças de hábitos são pequenas, no entanto, geram grandes diferenças. “Faça você a sua parte, contribua para a preservação do bem mais valioso da Terra”.

Fonte: O Impacto e Ascom/CMS

Um comentário

SENNA NARCISO disse...

Companheiro gostaria de fazer um pequeno comentário de algumas situações que foram pautadas nesta sessão, mas que por esquecimento dos senhores nem foram citadas.
Quanto a questão do Saneamento:
O Ministério das Cidades dispõe de recursos, para os municípios brasileiro para se trabalhar as questões de Saneamento Básico, (abastecimento de agua, coleta e destinação de resíduos sólidos, drenagem e destinação de aguas pluviais), no entanto temos uma resolução do próprio Ministério das Cidades que determina que para ter acesso a estes recursos o Município tem que criar seu Plano Municipal de Saneamento bem como criar o Conselho Municipal de Saneamento, com o Controle Social, cabe destaque que esta resolução teve a data limite 31/12/2014, e de acordo com o próprio secretario de Meio Ambiente nosso Município não tem um Conselho Municipal de Saneamento, ou seja não fizemos nem o dever de casa.
Esta colocação foi pautada pelo representante do Sindicato dos Urbanitarios, que também esteve presente a sessão e por esquecimento de vossa senhoria também não foi citado entre os convidados.
Destacamos que as questões de saúde, e ambiental estão interligadas ao saneamento.
Saudações

imagem de uma pessoa em frente a tela no notebook com a logo do serviço balcão virtual. Ao lado a frase indicando que o serviço