Terceira dentição pode substituir chapas ou pinos no futuro
Imagine que um dos seus dentes permanentes não apareceu até a vida adulta. Em uma visita de rotina ao dentista, você descobre que possui um dente de leite que pode cair a qualquer momento. Não se apavore: em breve, seu problema poderá ser solucionado usando o mesmo dente que irá cair da sua boca. A técnica, chamada terceira dentição ou biodente, consiste em recriar um dente vivo por meio do uso de células ou estimulação de genes.
O método, estudado por universidades no Brasil e no exterior, pode ser a solução para quem perde parte da dentição - principalmente na terceira idade. Ele também pode solucionar problemas como a agenesia - falta de um dente que não nasceu -, ou até mesmo a perda dental por lesões como cárie, traumatismo e doença periodontal. Embora muito se fale sobre o uso de dentes de leite para o procedimento, a professora da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) Andrea Mantesso afirma que ele pode ser feito com diferentes fontes de células, inclusive, com populações não dentais, como medula óssea.
A técnica pode ser aplicada de quatro maneiras. Uma delas é a recombinação de populações de células-tronco para recriar o germe dental - estrutura embrionária que dá origem ao dente - em laboratório. Depois, ele é transplantado para a boca, onde vai se desenvolver. Outra forma é colocar células sobre biomateriais - desenvolvidos por meio de uma ou mais substâncias de natureza sintética ou natural a fim de melhorar, aumentar ou substituir partes do corpo, tecidos ou órgãos -, de modo a recriar um dente inteiro, já no tamanho correto.
Da mesma forma, pode-se reconstruir partes do dente que, depois, serão reunidas. Também é possível realizar a ativação daqueles genes que se encontram inativos - depois que esses genes cumpriram seu papel de formar a dentição, ficam “adormecidos”, mas ainda guardam as informações necessárias para formar as estruturas dentais.
As maneiras descritas fazem parte de quatro linhas de pesquisa existentes na área. Diferentes grupos já desenvolveram biodentes, principalmente, usando as técnicas de recombinação de células ou a combinação de células com biomateriais. A ativação de genes é mais complexa, pois os genes envolvidos na dentição também têm outras funções e, por isso, sua ativação pode causar uma série de problemas. Ainda não é possível prever com segurança quando essas técnicas estarão disponíveis para a prática clínica.
Fonte: Saúde Bucal
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