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Indígenas e professores realizam protesto no Ministério do Trabalho

Eles pedem renovação de contrato dos professores
temporários. (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Eles pedem renovação do contrato de professores temporários. Contratação de novos servidores prejudicaria ensino, diz Sintepp.

Representantes de 19 aldeias indígenas e professores temporários da região oeste do Pará realizaram uma manifestação no Ministério do Trabalho em Santarém, nesta quinta-feira (6). Eles querem a renovação do contrato dos professores que já estão com o contrato vencendo. De acordo com os professores, após reunião, o Ministério do Trabalho deu parecer favorável para que os professores permaneçam no cargo até julho de 2017.

De acordo com os manifestantes, 39 professores da rede estadual de ensino são distribuídos em 19 aldeias, localizadas nos municípios de Santarém, Aveiro, Novo Progresso, Oriximiná, Belterra e Jacareacanga. Deste total, 31 professores são temporários e o contrato está finalizando.

Segundo o coordenador do Ensino Médio Modular Indígena, Gedeão Monteiro, os representantes das aldeias indígenas e os professores pretendem fazer uma documentação pedindo a permanência dos servidores e a realização de um concurso público.  “Eles pretendem fazer uma documentação e protocolar no Ministério Público, pedindo a permanência dos professores temporários e ao mesmo tempo pedindo a realização de um concurso público para as comunidades indígenas, para a educação escolar indígena”.

Monteiro ainda explicou que os índios pedem a permanência dos professores e estão preocupados com a interrupção das aulas. “As lideranças estão reunidas por conta dessa saída dos professores, então a preocupação é que possa estar interrompendo as aulas. Nós pretendíamos começar o ano letivo nas aldeias nessa semana; se resolvermos essa situação pretendemos começar no dia 18. Eles [índios] estão pedindo que os professores permaneçam ainda no contrato por conta desse convívio com as comunidades”, explicou.

Para o estudante Rosinaldo dos Santos, da aldeia Murutuba/Tapajós, a falta de professores nas aldeias compromete principalmente o aprendizado dos alunos que estão no Ensino Médio. “A preocupação é muito grande, mesmo a gente não estando hoje diretamente na aldeia, a gente já está na Ufopa estudando, mas nós nos preocupamos com os nossos irmãos, nossos colegas que ficaram lá na aldeia estudando, porque eles vão ter muita perda e principalmente quem está cursando o 3º ano, se preparando para cursar uma universidade e nós estamos dando esse apoio para essa classe de trabalhadores que são os professores do ensino modular”, ressaltou o estudante.

“O trabalho deles foi feito muito legal, então eu gostaria que os professores continuassem dando aula para as nossas crianças, nossos filhos, nossos parentes dentro da nossa aldeia”, reivindicou o cacique Wai Wai,Eraldo Yamoti.

De acordo com o coordenador estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Pará (Sintepp), Alex Ruffeir, o desligamento dos professores atuais e a contratação de novos servidores vai gerar um transtorno no ensino dos indígenas. “A proposta do Estado hoje é desligar esses professores e fazer novos contratos com novos servidores, mas isso vai gerar um transtorno porque até esses novos professores se adequarem nas aldeias, se adequarem a modalidade de ensino, isso leva um tempo”.

Ainda segundo Ruffeir, uma ação civil pública deve ser movida contra o governo do estado. “A posição do Sintepp é que isso mostra descompromisso do estado com a educação, a partir do momento que ele faz o desligamento dos trabalhadores, ele está descumprindo um dos princípios básicos da constituição que é o direito à educação. A posição do Sintepp é levar a uma ação civil pública no Ministério Público, denunciando o governo do estado que não garantirá o ano letivo desses estudantes com esses desligamentos. Vamos levar essa ação até o final para garantir o direito do servidor e principalmente dos nossos estudantes das nossas aldeias”.

Fonte: Santarém

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