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Alberto Oliveira: “Greve dos bancos pode provocar colapso financeiro”

Presidente da Aces
Presidente da Aces preocupado com economia de Santarém e Região. Vinte e um dias depois de iniciada a greve dos bancários em todo o Brasil, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), Alberto Oliveira, e entrevista exclusiva à nossa reportagem, alerta a população para um possível colapso econômico e financeiro em Santarém e região, caso a paralisação não chegue ao fim. A preocupação da ACES fica por conta da falta de circulação de dinheiro no centro comercial, devido ao não atendimento em todas as agências bancárias de Santarém. Para Alberto Oliveira, a greve dos bancários gera impacto negativo ao comércio local. Ele abordou outros temas, como segurança pública e o crescimento do fluxo de veículos nas ruas de Santarém. Veja a entrevista na íntegra:

Jornal O Impacto: Como o comércio santareno está reagindo à greve dos bancários, principalmente com a falta de circulação de dinheiro na cidade?

Alberto Oliveira: O impacto negativo no comércio em função da greve dos bancários é bastante acentuado! Temos índices dos comerciantes alegando uma queda no faturamento numa ordem de até 30%. No momento em que se aproximam datas comemorativas como o Dia das Crianças, onde aumentam as vendas, entendemos que é extremamente negativo e prejudicial à nossa economia. Queremos que a greve seja suspensa o mais rápido possível e, que haja um entendimento entre a classe dos bancários e a patronal, para que a paralisação cesse e haja pelo menos o contingente obrigatório dos 30% e, que seja atendida pelos bancários para que pelo menos os caixas eletrônicos tenham dinheiro para serem sacados. Os caixas eletrônicos também estão sem dinheiro e, isso afeta diretamente a economia. Solicitamos que haja esse entendimento o mais breve possível e a greve seja suspensa.

Jornal O Impacto: Há risco de um colapso financeiro em Santarém por causa da greve dos bancários?

Alberto Oliveira: A greve não é apenas em Santarém, mas em todo o País. O Brasil inteiro está sentindo o impacto negativo dessa greve. Agora, uma economia que depende muito do comércio, como é o caso de Santarém, o reflexo é muito maior. Precisamos que os bancos disponham pelo menos o contingente mínimo de servidores, para atender a demanda que nesta época, até o final do ano é cada vez mais crescente. O colapso é possível, mas torcemos para que não aconteça. Solicitamos também aos governos municipal e estadual, que efetuem o pagamento dos servidores, se possível em espécie, para que esse dinheiro possa circular na economia e no centro comercial nas datas festivas, como o Dia das Crianças e a festa de Nossa Senhora da Conceição, que injetam um grande volume de negócios dentro do Município.

Jornal O Impacto: Com as instalações de câmeras de segurança, deve diminuir a questão dos assaltos no centro comercial?

Alberto Oliveira: Estivemos nessa semana fazendo uma visita ao NIOP, com o major Valério, onde pudemos observar que foram colocadas 05 câmeras no centro comercial e isso, inibe e diminui o ritmo de assaltos e já podemos sentir isso. Mesmo assim, fizemos uma solicitação e estamos oficializando ao Secretário de Segurança Pública do Pará, Dr. Luiz Fernandes, que coloque pelo menos mais 20 câmeras na cidade, o que vai ajudar para que os assaltos diminuam principalmente nas saídas de bancos. Nesta sexta-feira, 11, o comércio vai funcionar até às 21h30. Solicitamos ao comando da Polícia Militar que aumente o efetivo no centro comercial e, que os policiais fiquem cerca de 30 minutos após o fechamento das empresas, ou seja, pelo menos até a 22h.

Jornal O Impacto: Com a implantação do entreposto da Zona Franca de Manaus, Santarém poderá alavancar a economia com a geração de empregos?

Alberto Oliveira: Estivemos recentemente em Manaus juntamente com a Faceapa. Reunimos com a Associação Comercial do Amazonas e a Federação das Indústrias do Amazonas e pedimos apoio para que haja esse entreposto em Santarém. Estamos dependendo que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) convalide o protocolo de intenção que foi assinado pelos dois governos. Isso gerará não apenas empregos diretos, que são na ordem de 500 postos de trabalho. Existe também a cadeia de negócios que será criada a partir do entreposto da Zona Franca, em Santarém. O Município terá receitas do ISS, que será uma fatia grande de receita e o Estado vai ter o beneficio do ICMS sobre o transporte. Nos dias de hoje, todas as carretas que chegam do Mato Grosso trazendo grãos para o Porto de Santarém, voltam vazias. Já conversamos com os transportadores e eles podem adequar essas carretas para levarem essas cargas que virão de Manaus a partir da criação do entreposto. Isso vai gerar uma economia também em transportes de grãos para Santarém, uma vez que essas carretas voltarão carregadas com os produtos da Zona Franca de Manaus. É importante a criação do entreposto até para dar esse retorno de carga, para as carretas que hoje trazem os grãos do Mato Grosso.

Jornal O impacto: O Shopping que vai inaugurar em 2014 em Santarém impulsionará a economia ou vai ser mais um concorrente para as empresas do centro comercial?

Alberto Oliveira: O Shopping não vai tirar o volume de negócios que já existe hoje no centro comercial, muito pelo contrário, ele vem fortalecer. É preciso que haja por parte do Governo Municipal a iniciativa de dar acessibilidade ao Shopping. Fizemos a sugestão à Prefeitura de Santarém, para que crie o Terminal de Integração de Ônibus, para que os consumidores residentes em bairros distantes, como a grande Prainha, tenham um bilhete único para ir até o Shopping. Sem isso, o empreendimento pode ter algum problema. Os consumidores que vierem de outras cidades e, que quando chegarem na Praça Tiradentes, poderão pegar apenas um ônibus, para ir até o Shopping, através do Terminal de Integração, ou seja, com apenas uma passagem. Além disso, precisamos da duplicação da rodovia Fernando Guilhon e de outra opção de acesso. A idéia seria a construção de um acesso ao Shopping, através da Avenida Moaçara, para que não haja um gargalo por meio da Fernando Guilhon.

Jornal O impacto: Houve uma recente estatística dos órgãos de segurança de que existem mais de 75 mil veículos circulando nas ruas de Santarém. Hoje, a cidade está preparada para receber uma demanda tão grande de veículos?  

Alberto Oliveira: Ainda suporta! É preciso apenas que o trânsito seja ordenado. A ACES está trabalhando junto com a SMT para que haja esse ordenamento, principalmente com relação a veículos pesados. Não podemos aceitar que as carretas que transportam grãos circulem dentro da área urbana. Mas, esse ordenamento não pode impedir que as carretas que abastecem as empresas locais sejam penalizadas. Essa discussão é para que essa disciplina seja para que as cargas destinadas ao abastecimento dos lojistas e dos distribuidores não sejam afetadas. Isso passa pelo ordenamento de horários, de dias e adequando as balsas que chegam a Santarém. A maior dificuldade nessa negociação fica por conta das balsas que não tem horário pra chegar, mas precisam voltar para Belém e Manaus, onde reabastecem.

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