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Amazônia é o futuro da igreja no Brasil, diz papa Francisco


O papa se encontrou com 300 bispos no Palácio São Joaquim, na Glória, neste sábado. Santarém - No seu maior discurso em quatro meses desde que assumiu o comando da Igreja, o Papa Francisco incitou neste sábado num encontro a portas fechadas com mais de 300 bispos do Brasil, o clero brasileiro a se aproximar mais das pessoas para entender melhor seus problemas. Ele instigou os bispos a fazerem um exame crítico do fracasso da Igreja Católica no Brasil em impedir que milhares de fiéis partam para as igrejas concorrentes – as evangélicas. 

Durante o encontro o papa falou sobre o futuro da igreja no Brasil e afirmou que o futuro da Igreja no Brasil é a Amazônia.

Confira o discurso na íntegra

A Amazônia como teste decisivo, banco de prova para a Igreja e a sociedade brasileiras

Há um último ponto sobre o qual gostava de deter-me e que considero relevante para o caminho atual e futuro não só da Igreja no Brasil, mas também de toda a estrutura social: a Amazônia. A Igreja está na Amazônia não como aqueles que têm as malas na mão para partir depois de terem explorado tudo o que puderam. Desde o início que a Igreja está presente na Amazônia com missionários, congregações religiosas, e lá continua ainda presente e determinante no futuro daquela área. Penso no acolhimento que a Igreja na Amazônia oferece ainda hoje aos imigrantes haitianos depois do terrível terremoto que devastou o seu país.
Queria convidar todos a refletirem sobre o que Aparecida disse a propósito da Amazônia,11 incluindo o forte apelo ao respeito e à salvaguarda de toda a criação que Deus confiou ao homem, não para que a explorasse rudemente, mas para que tornasse ela um jardim. No desafio pastoral que representa a Amazônia, não posso deixar de agradecer o que a Igreja no Brasil está fazendo: a Comissão Episcopal para a Amazônia, criada em 1997, já deu muitos frutos e tantas dioceses responderam pronta e generosamente ao pedido de solidariedade, enviando missionários, leigos e sacerdotes. Agradeço a Dom Jaime Chemelo, pioneiro deste trabalho, e ao Cardeal Hummes, atual presidente da Comissão. Mas eu gostaria de acrescentar que deveria ser mais incentivada e relançada a obra da Igreja. Servem formadores qualificados, especialmente professores de teologia, para consolidar os resultados alcançados no campo da formação de um clero autóctone, inclusive para se ter sacerdotes adaptados às condições locais e consolidar por assim dizer o «rosto amazônico» da Igreja.

Queridos Irmãos, procurei oferecer-lhes fraternalmente reflexões e linhas de ação em uma Igreja como a que está no Brasil, que é um grande mosaico de ladrilhos, de imagens, de formas, de problemas, de desafios, mas que por isso mesmo é uma enorme riqueza. A Igreja não é jamais uniformidade, mas diversidades que se harmonizam na unidade, e isso é válido em toda a realidade eclesial.

Que a Virgem Imaculada Aparecida seja a estrela que ilumina o compromisso e o caminho de vocês levarem Cristo, como Ela fez, a cada homem e cada mulher de seu imenso país. Será Ele, como fez com os dois discípulos extraviados e desiludidos de Emaús, a aquecer o coração e a dar nova e segura esperança. 

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