Breaking News

Brasil é o sétimo país onde se mata mais mulheres


Mulheres aceitam que qualquer pessoa denuncie o agressor.

Por KARINA COSTA

O Brasil é o sétimo país onde mais se mata mulheres no mundo. Mais de 13,5 milhões de brasileiras já sofreram algum tipo de agressão e 31% delas ainda convivem com o agressor. Destas, 14% continuam sofrendo algum tipo de violência. Os dados são de um levantamento do DataSenado, divulgado em março deste ano. O estudo mostra que, na América do Sul, apenas a Colômbia tem mais mulheres agredidas. Num ranking de 84 países, o Brasil está à frente de todos os países da Europa, com exceção da Rússia (que tem alto índice de violência doméstica), e dos países africanos. 

A pesquisa mostra ainda que 99% das brasileiras já ouviram falar da Lei Maria da Penha (que entrou em vigor em 2006 com objetivo de coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher) e 66% se sentem mais protegidas. Mesmo assim, 1 em cada 5 brasileiras reconhece já ter sido vítima deste tipo de violência. As mulheres negras se sentem  mais desprotegidas. Em 65% dos casos o agressor é o parceiro (marido, companheiro ou namorado).  A maioria das agressões está relacionada à ciúme ou alcoolismo do parceiro. 32% das mulheres só procuraram algum tipo de ajuda após a terceira vez em que sofreram violência. O medo faz parte da vida da mulher agredida. 23,5% têm medo de vingança do agressor e 74% das entrevistadas acham que as mulheres não denunciam por medo dele. 94% das mulheres acham que o agressor deve ser processado mesmo contra a vontade da vítima.

Além de órgãos oficiais, como a delegacia da Mulher ou a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), diversas instituições no Brasil promovem ações para disseminar o combate à violência doméstica. Este ano o Festival do Minuto lançou, em parceria com o Instituto Avon, um concurso para premiar vídeos sobre o tema. Com o título"Em briga de marido e mulher se mete a colher", a ideia é que os participantes desenvolvam um vídeo de até 1 minuto, que pode ser feito até com câmera de celular. As melhores produções receberão os valores de  R$ 5 mil para o primeiro colocado, R$ 3 mil para o segundo e R$ 2 mil para o vencedor da votação popular. Podem participar pessoas com idade mínima de 14 anos e as inscrições vão até 10 de agosto de 2013. 

Serviço:

Festival do Minuto: "Em briga de marido e mulher se mete a colher"

Prazo da inscrição:

 10 de agosto de 2013

Mais informações:


Brasileiras conhecem a Lei Maria da Penha

Segundo a pesquisa do DataSenado, 99% das entrevistadas afirmaram ter conhecimento da lei que entrou em vigor em agosto de 2006 com o objetivo de coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

E se, por um lado, as entrevistadas acreditam que a violência doméstica aumentou (63% das entrevistadas) após a sanção da Lei Maria da Penha, a maioria das mulheres (66%) se sente mais protegida, conforme apurou o estudo.
Principal tipo de violência

De acordo com o levantamento, aproximadamente uma em cada cinco brasileiras reconhece já ter sido vítima de violência doméstica ou familiar provocada por um homem (18,6%).

A violência física é a mais frequentemente citada em todas as pesquisas do DataSenado desde 2009. Neste último levantamento, 62% das mulheres relataram terem sofrido esse tipo de agressão. Mas outros tipos de violência também registraram valor expressivo: 38,8% do total já sofreram violência moral e 37,9%, psicológica. Muitas delas também apontam terem sofrido violência sexual (11,6%), percentual que em 2011 era de 4%.
Quem são as vítimas?

Segundo a pesquisa, as vítimas de violência doméstica estão em todos os segmentos da sociedade. Os percentuais mais elevados foram registrados entre as mulheres que possuem menor nível de escolaridade, as que recebem até dois salários-mínimos, e as que têm idade de 40 a 49 anos.

O sentimento de desproteção atinge mais as mulheres negras (41%), comparativamente com os índices de outros grupos: 28% das brancas e 31% das pardas.
Motivo da violência

Segundo as vítimas, 28% apanharam por motivo de ciúmes. E 25,4% delas, por uso de álcool por parte do parceiro.
Quem é e qual a relação atual com o agressor?

Em 65% dos casos, o agressor foi o parceiro delas, ou seja, marido, companheiro ou namorado. Em 12,9%, a violência partiu de ex-namorado, ex-marido ou ex-companheiro. 69% dessas mulheres não convivem mais com o parceiro agressor. Mas um número também expressivo delas ainda convive com os agressores: 31%. Dessas, 13,8% ainda sofrem algum tipo de violência doméstica ou familiar.
Tipo de ajuda procurada

Apesar de quase 40% das mulheres garantirem ter procurado ajuda após a primeira agressão, muitas delas não acionaram a polícia, mas sim procuraram soluções que não levam diretamente à formalização da denúncia.

Segundo o levantamento, a tendência entre as agredidas é buscar ajuda somente da terceira vez em diante (32% delas). Neste caso, 14,7% delas denunciaram o caso em uma Delegacia da Mulher e 19,8% em uma delegacia comum. Algumas delas também buscaram ajuda da família (17,2%), procuraram a Igreja (9,9%) e 14,7%, não tomaram nenhuma atitude.
Medo do agressor impede denúncias

Para 74% das entrevistadas, as mulheres não denunciam a violência por medo do agressor.

Entre as mulheres que sofrem violência, esse fator é confirmado como principal: 23,5% têm medo de vingança do agressor; 11,8% têm vergonha de ter sofrido a agressão, assim como também 11,8% não denunciaram por acreditar que seria a última vez. As que desistiram da denúncia por dependência financeira somam 8,8%, assim como as mulheres que têm preocupação com a criação dos filhos (8,8%).
Mulheres aceitam que qualquer pessoa denuncie o agressor

A maioria das participantes da pesquisa aceita o fato de que pessoas que tenham conhecimento de um caso de violência contra a mulher sejam os denunciantes. O DataSenado levantou que 60% delas estão de acordo com essa atitude. No levantamento de 2011, somente 41% admitiam a denúncia feita por qualquer pessoa.

Quase uma unanimidade, 94% das mulheres acham que o agressor deve ser processado mesmo contra a vontade da vítima. E 88% delas disseram que denunciariam a agressão caso testemunhassem a ocorrência. Destas, 52,5% procurariam a polícia e/ou uma delegacia comum e 34,4%, recorreriam à Delegacia da Mulher.
Mulheres conhecem outras vítimas de violência

Quase 58% das entrevistadas declararam conhecer alguma mulher que já sofreu algum tipo de violência doméstica ou familiar. Segundo elas relatam, 83,5% das conhecidas sofreram violência física , 37,3% moral e 32% psicológica. Além disso, 7,3% sofreram violência sexual.

De posse do conhecimento da Lei Maria da Penha, 88% das entrevistadas afirmam que denunciariam um ato de agressão caso presenciassem.

Veja as imangens:












Nenhum comentário

imagem de uma pessoa em frente a tela no notebook com a logo do serviço balcão virtual. Ao lado a frase indicando que o serviço