Máquinas paradas impedem catadores de lixo de trabalharem
A renda de 60 famílias que compõem cooperativa está sendo afetada.
Santarém - Os catadores de lixo da comunidade Perema, localizada na Avenida Curua-Una, em Santarém, oeste do Pará, denunciaram, nesta sexta-feira (26) que os trabalhos de aterro feitos por uma empresa particular estão parados há cerca de um mês. A ausência das máquinas interfere diretamente no serviço dos catadores, pois o lixo urbano ficou depositado no meio da via de acesso, e nenhum carro consegue passar pela montanha de lixo tomada pelos urubus. Não há nenhuma máquina para remover os resíduos nem fazer a compactação do material.
A cooperativa de catadores de Santarém abrange cerca de 60 famílias. Segundo elas, as máquinas estão paradas há mais de um mês, dificultando a retirada dos materiais que seriam levados para a reciclagem, o que afeta a renda de muitas famílias.
Os catadores estão revoltados, pois alegam que precisam de dinheiro para o sustento, mas estão impedidos de trabalhar.
Segundo a Coordenadoria Municipal de Saneamento Básico, as máquinas estão com problemas mecânicos e são de responsabilidade da empresa contratada. “Houve problemas nesses equipamentos, e o procedimento paralisou de ontem para hoje. A Prefeitura de Santarém, sensível a esse problema, contratou equipamentos novos fora da empresa que faz a manutenção do aterro para que possa resolver de imediato o problema tanto do espalhamento do lixo, da compactação do lixo”, informou o coordenador municipal de Saneamento Básico, Hugo Aquino.
Os catadores estão preocupados com a possibilidade de mudança de local do aterro para atender a política nacional de resíduos sólidos. “Querem tirar a gente daqui. Pra quê isso? Se tirarem a gente, pra aonde vão botar esse lixão?”, questiona a catadora, Elza Caldas. “Esse material reciclável vai ser direto pras firmas ou empresas de reciclagem que estejam no ramo. No caso, nossa cooperativa já é legalizada, registrada. Já lutamos tanto, passamos por tanta dificuldade e, nesse momento, a gente cair? A gente não quer isso”, lamenta a presidente da Cooperativa de Catadores de Santarém, Raimunda Mota.
De acordo com o coordenador de saneamento básico, haverá uma discussão para identificar se o aterro localizado na comunidade Perema tem viabilidade técnica, envolvendo técnicos e atores que utilizam o local. Caso seja viável mudar a localização, deve ser implantada uma usina de compostagem para reaproveitamento do lixo ou utilização de fonte de energia.
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