O Protetor 2 | OPINIÃO – SEM SPOILERS
Muitos filmes de sucesso que se destacam na atualidade se originaram de séries de TV. Por exemplo, o sucesso do momento “Missão: Impossível – Efeito Fallout”. “O Protetor” também veio de uma série de TV antiga, a trama da série trazia o ex-agente do governo Robert McCall (Edward Woodward) trabalhando de forma particular e equilibrando as chances de seus protegidos, pessoas em desvantagem necessitando de ajuda. Por conta disso foi criado o título original Equalizer ou “O Equalizador”.
Partindo dessa premissa, embarcando no mundo das revitalizações, o cineasta Antoine Fuqua resolveu juntamente com o talentoso Denzel Washington levar às telonas as aventuras do personagem que exibiu suas habilidades nos anos oitenta nas telinhas, conhecido apenas por pequenos grupos. “O Protetor (2014)” apresentou uma motivação diferente para o protagonista, que ao contrário do seriado oitentista, deixa seu passado para trás, sendo dado como morto. McCall é trazido de volta ao jogo quando uma jovem prostituta (Chloe Grace Moretz) vira alvo de mafiosos russos.
Depois de quatro longos anos, finalmente chega aos cinemas sua seqüência, em um longa-metragem que segue bem os passos do original, com sequências violentas de luta acompanhada com uma certa demora narrativa, de forma que se possa transmitir mensagens bem-intencionadas. Aqui, o protagonista defende o respeito às pessoas no convívio diário, pune sem dó nem piedade quem não segue tais regras. Ou seja, é utilizada a velha filosofia do “aqui se faz, aqui se paga” de uma forma bem radical, sempre aplicado aos vilões da trama, nos levando a outra frase filosófica: “bandido bom é bandido morto”.
O longa é novamente dirigido por Fuqua e estrelado por Washington. Agora, o veterano deixa o emprego no mercado e segue como motorista de Uber. Pegando algumas pontas do primeiro filme; em destaque a cena de abertura em um trem, ou em detalhes como a cena que vimos no trailer, no qual MacCall dá uma boa lição em um grupo de playboys estupradores. Tais pitadas são parênteses de uma trama central que aposta bem mais em elementos pessoais para o protagonista, procurando assim causar mais identificação com o público.
O roteiro novamente tem assinatura de Richard Wenk, que além do filme original, também é responsável pelo texto do remake “Sete Homens e um Destino” de 2016. A continuação cria um elo forte entre McCall e a trama principal, sem dar spoilers, pois esta informação está presente no trailer, basta dizer que alguém muito próximo ao protagonista é assassinado, trazendo à tona velhos fantasmas do passado ou de repente o fantasma seja o próprio McCall.
A história continua investindo na parte emotiva. Se no primeiro tínhamos a conexão de MacCall com a perdida jovem, nesta seqüência o roteiro transforma o protagonista em uma figura paterna. Em sua vizinhança, McCall apadrinha um rapaz (Ashton Sanders) que está a um passo de se tornar um criminoso, resgatando-o e lhe apresentando outro caminho. Fora isso, temos sua proximidade com um sobrevivente do holocausto (Orson Bean), um simpático idoso em busca de um quadro pintado de sua irmã, há muito tempo perdido.
Produzido pela mesma equipe do primeiro, não existe grandes diferenças entre os dois filmes, ambos conseguem manter o mesmo nível. Na parte técnica, temos a fotografia de Oliver Wood “A Outra Face” de 1997 e as lentes Hawk Anamorphic, as quais o diretor Fuqua não utilizava desde sua primeira parceria com Washington em “Dia de Treinamento” de 2001. No elenco também contamos com o carisma de Pedro Pascal de “A Grande Muralha” de 2016.
“O Protetor 2” registra a primeira continuação de toda carreira de Denzel Washington, ele que carrega em seu currículo mais de 55 filmes e programas de TV. É lógico que a performance de bons atores elevam qualquer material. E em “O Protetor 2” o consagrado vencedor do Oscar faz valer seu talento, tanto em momentos dramáticos, quanto em segmentos simples onde entendemos de fato como se deve dominar uma cena com maestria.
“O Protetor 2” não apresenta nenhuma novidade ao gênero, mas é fato incontestável, que se trata de um filme de ação eficiente, bem escrito, dirigido e atuado. Gostei muito do filme original de 2014 e honestamente amei a continuação, as duas horas de projeção passam voando, trata-se de uma obra empolgante e extremamente interessante. Podem ir assistir sem medo. Minha nota 9,0.
Fonte: O Protetor 2, Cinedicas
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