Rapel atrai novos adeptos em Santarém
Por: Ronilma Santos*
Munidos de equipamentos de segurança como cadeirinha, mosquetão, capacete e luvas, além de uma boa dose de coragem, eles praticam o rapel, atividade que surgiu a partir de uma antiga técnica de alpinismo. Esse esporte já vem sendo realizado em Santarém há algum tempo, mas só agora está sendo mais conhecido e a serra localizada no bairro da Matinha é o ponto favorito dos aventureiros por conta da bela paisagem e do contato com a natureza. Os praticantes são, em sua maioria, jovens que curtem aventuras, adrenalina e querem experimentar sensações diferentes.
É o caso de Jordan, engenheiro mecatrônico, 29 anos, que já pratica a atividade há algum tempo. “Desde criança tenho tendência de gostar mais de esportes radicais que esportes em grupos ou com bola. Eu já havia feito outros rapeis com a própria equipe ASA – Aventura Segura na Amazônia e em outros lugares, como no morro do Cuscuzeiro, em Analândia-SP. Também já fiz tirolesa, rafting, voo de ultraleve, kitesurf e trilhas de bike e carro. É muito bom poder fazer esse tipo de atividade aqui em Santarém. A maior parte da minha experiência com esportes radicais foi em outras localidades fora da região norte”, contou.
Quando perguntado sobre qual a sensação ao fazer o rapel, o engenheiro explica que é uma forma de vencer os próprios medos. “A sensação de você ter vencido seus medos e ter chegado em chão firme é algo quase que indescritível. Tem gente que diz que é loucura, que é arriscar a vida por pouca coisa, mas não encaro dessa maneira. Seria loucura caso a atividade fosse feita sem segurança, que não é o que acontece. A equipe instrui muito bem os participantes, utiliza equipamentos de proteção e há várias pessoas de suporte durante toda a atividade. Quando a gente está diante de um situação que nos dá medo sempre teremos duas alternativas: desistir ou enfrentar. Esporte radical é isso, você se propõe a enfrentar seus medos, mas não é porque é radical que deva ser inseguro. Há diversos riscos associados com a atividade, mas esses riscos são conhecidos e bem gerenciados pela equipe”, diz.
Quem experimentou pela primeira vez esta sensação foi Aline Amâncio, professora de Pilates, que conheceu a atividade através da internet. “Assim que eu vi logo me interessei, peguei o contato dos organizadores e indiquei a alguns amigos que também se interessaram e foram no primeiro dia. Com a experiência positiva deles, me senti mais segura em participar no dia seguinte. Quando soube que tinham algumas regras a serem seguidas e passos que garantiriam a minha segurança, me preocupei mais em executa-los corretamente e até esqueci do medo. Foi só emoção! O rapel é uma mistura de medo e prazer. Não há exatamente uma palavra que defina o que sentimos. Apesar de parecer algo simples, ou não tão emocionante, superar os medos e desafios é bastante gratificante. Mesmo que você não tenha medo de altura, quando se está lá em cima dá um friozinho na barriga. Quando você põe o primeiro pé no paredão, onde o chão não é mais horizontal, o coração dá uma acelerada. É nessa hora que você se sente livre! O medo e o receio ficam para trás. É só adrenalina! Não dá vontade de parar! Já não vejo a hora de descer de novo, foi uma sensação muito boa, espero repetir em breve”, descreve.
Mas para quem deseja praticar a atividade antes é necessário certificar-se de um item essencial, a segurança, como explica o instrutor William Tavares, de 29 anos. “Rapel só com instrutores que tenham feito o curso e realmente estejam aptos a instruir os praticantes, e que conheçam todas as técnicas de resgate e primeiros socorros, que saibam agir e reagir em qualquer situação, além de ter os equipamentos em dia, para que nada possa dar errado. Se o aluno não sentir confiança no instrutor é melhor não realizar a atividade , pois esse também é um item importante para a realização do rapel. Pela experiência, William garante que o esporte deixa as pessoas mais seguras para enfrentar seus medos no dia a dia, e também é uma forma de deixar o corpo bonito e desestressar”, orienta.
Após as orientações do instrutor e de constatar que a atividade apesar de radical era segura, Eliane, que tinha ido a serra somente para acompanhar os amigos, decidiu vencer seus medos e encarar a descida. “Eu nunca pensei em fazer rapel, mas poder vencer um medo é fantástico, é uma lição pra toda tua vida, porque a vida é um eterno desafio, todo dia a gente tem que vencer alguma coisa, então a descida na serra mostrou isso, que podemos sim vencer os obstáculos do dia a dia”, disse Eliane Campos, 23 anos.
É jornalista
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