Exploração sexual de menores cresce nas rodovias federais
Mapeamento da Polícia Rodoviária Federal aponta que o Brasil tem quase 2 mil pontos de prostituição. Maioria fica no Sudeste, Nordeste e Sul.
Um crime que aumentou nas estradas brasileiras: a exploração sexual de adolescentes. Um mapeamento da Polícia Rodoviária Federal apontou que o Brasil tem quase 2 mil pontos de prostituição.
É justamente nas cidades mais pobres que as crianças estão expostas a esse tipo de crime.
Esses quase 2 mil pontos onde há exploração sexual estão apenas em rodovias federais. Não foram levadas em conta as rodovias estaduais que cortam as regiões mais pobres do país. E onde há percentual elevado de adolescentes trabalhando ou procurando emprego.
Na região Centro-Oeste, a cada 24 quilômetros percorridos, há um possível ponto de prostituição de menores. Um deles, na BR-040, entre o Distrito Federal e Goiás.
É muito, só que já teve mais. Redução também houve na região Norte, em comparação com o balanço de 2012.
Nas outras regiões houve aumento dos trechos com risco de exploração de crianças e adolescentes. A maioria fica na região Sudeste, seguida da Nordeste e da Sul.
Desde 2003 quando o mapeamento começou a ser feito este último foi o que identificou mais lugares nas BRs onde menores podem ser vítimas de exploração sexual. Hoje são 1.969 pontos. O próprio estudo afirma que o número pode demonstrar falha na implementação de políticas públicas, ou o resultado de uma fiscalização melhor.
Os menores são explorados principalmente em bares, lanchonetes, restaurantes, muitos dentro de postos de combustível. “38% das vítimas apontam para uma origem diferente do local onde elas foram encontradas sendo exploradas. Então que pode ser um indício de que elas vivenciem situações também de tráfico de pessoas”, diz Márcia Freitas Vieira, Polícia Rodoviária Federal.
Mais de 50% dos trechos propícios para prostituição de menores foram identificados nas BRs 116 e 101, que fazem ligação entre as regiões Nordeste, Sudeste e Sul. E na BR-163 que liga Mato Grosso ao Pará, que é o estado com as situações mais graves de exploração, depois da Bahia, e de Minas Gerais, o campeão dos pontos considerados críticos.
A exploração sexual de crianças e adolescentes é crime hediondo, com pena de quatro a dez anos de prisão. E para uma ONG de combate à violência sexual de menores, há avanços, mas os números são preocupantes. “Se a gente pensar que nós estamos falando apenas das rodovias federais e que esse mapeamento ainda não foi multiplicado nas rodovias estaduais, a gente sabe que esse número não reflete o tamanho do problema”, Ana Maria Drummond, diretora da ONG Childhood do Brasil.
A Polícia Rodoviária Federal diz que resgatou 4,3 mil vítimas de 2005 para cá, com ações de repressão, capacitação de policiais e campanhas de sensibilização da sociedade contra o abuso sexual infantil. Quem quiser denunciar pode ligar no número 191 ou no disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos.
Fonte: Bom Dia Brasil
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