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UFPA revela dados sobre a violência sexual em Altamira



Pesquisa identificou casos de violência contra jovens e crianças. Município vem sofrendo modificações com a construção de Belo Monte.
Altamira - Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Altamira, sudoeste do Pará, apresentam nesta quarta-feira (20), dados inéditos sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes no município. Durante seis meses, a pesquisa identificou casos de violência sexual contra jovens e crianças e avaliou as condições de atendimento da rede de proteção existente na cidade.

O relatório da pesquisa "Diagnóstico Rápido Participativo – Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes no Município de Altamira" divulga informações como o perfil das vítimas, dos agressores, os principais locais onde acontece o aliciamento e, ainda, uma análise da resolução dos casos denunciados nos últimos 50 anos.
A pesquisa leva em consideração que o município vem sofrendo grandes modificações em razão da instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Em fevereiro, o Conselho Tutelar denunciou um caso de exploração sexual de uma jovem de 16 anos, que teria conseguido fugir de uma boate onde era obrigada a se prostituir.

Os pesquisadores percorreram 16 bairros da cidade para também coletar informações sobre como a população de Altamira percebe os casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. O estudo foi realizado com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República pelo Projeto "Roda de Direitos" e teve como principais fontes de dados o Conselho Tutelar de Altamira, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município e o Tribunal de Justiça local.

"É a primeira vez que temos dados oficiais, que estão centralizados, sobre a exploração sexual contra crianças e adolescentes. Os números já indicam um aumento nas ocorrências devido, principalmente, ao crescimento da cidade ligado à instalação da hidrelétrica. Após a divulgação deste resultado, a pesquisa continuará, desta vez atuando com as instituições para fortalecer trabalhos preventivos e, de outro modo, investigando as comunidades tradicionais, especialmente indígenas e ribeirinhas, a fim de identificar como esse fenômeno está acontecendo nestes locais, nos quais temos relatos, mas poucas informações a respeito do abuso sexual", explica Assis da Costa Oliveira, da coordenação do projeto de pesquisa.


Fonte: G1 Pará

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