Poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar
Ele se chama
Produtor Independente de Energia (PIE), mede entre 12 e 18 metros de altura
(feitos em aço) e o curioso é a presença de um avião (feito de fibra de carbono
e alumínio especial – mesmo material usado em aeronaves comerciais – ),
localizado em seu topo. A peça tem três metros de comprimento e é a peça-chave
do poste híbrido. Esse poste, 100% alimentado por energias eólica e solar, foi
desenvolvido pelo cearense Fernandes Ximenes, engenheiro mecânico e dono da
Gram-Eollic.
Ximenes diz que a escolha do formato de avião se deve à sua
aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. As asas do
avião abrigam células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos
por meio do silício (elemento químico que é o principal componente do vidro,
cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores e dos silicones),
transformando-os em energia elétrica (até 400 watts), que é armazenada em uma
bateria afixada alguns metros abaixo. Assim como as pás dos grandes cata-ventos
espalhados pelo litoral cearense, a energia (até 1.000 watts) é gerada a partir
do giro das hélices do avião.
As tecnologias limpas – aquelas que não queimam combustível fóssil – são
o futuro do planeta quando o assunto é geração de energia elétrica. E, nessa
onda, a produção eólica e solar sai na frente, representando importantes fatias
na matriz energética de vários países europeus, como Espanha, Alemanha e
Portugal, além dos Estados Unidos.
Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja,
um poste com um “avião” é capaz de produzir energia para outros dois sem
gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez
que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de
vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação
atualmente. Quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as
convencionais).
À prova de apagão
O poste tem autonomia de até sete dias. Segundo Ximenes, “as baterias do
poste híbrido têm autonomia para 70 horas, ou seja, se faltarem vento e sol 470
horas, ou sete noites seguidas, as lâmpadas continuarão ligadas.
O inventor explica que a ideia nasceu em 2001, durante o apagão.
Ele conta que a caminhada foi difícil, em função da falta de incentivo –
durante sete anos o trabalho foi desenvolvido com recursos próprios, até
conseguir o apoio do governo do estado -.
Ximenes não revela o valor necessário à instalação do equipamento, mas
garante que é cerca de 10% menor que o convencional, pois economiza
transmissão, subestação e cabeamento. A economia é de cerca de R$ 21.000 por
quilômetro/mês.
Necessidade de profissionais para o setor de energia renovável
Organismos internacionais e o estudo Prospectivo para Energia
Fotovoltaica, desenvolvido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE),
apontam que o mundo precisará de 37 milhões de profissionais para atuar no
setor de energia renovável até 2030, e boa parte deles deverá estar presente no
Brasil.
Fonte: Revista Fiec e Gevan Oliveira
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