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Quase 90% dos jovens de favelas pacificadas usam internet em casa


Acessar redes sociais, baixar músicas, ouvir rádio e jogar games são atividades mais comuns. Rede serve até para alerta de perigo.
No Complexo do Alemão. vive uma jovem em permanente contato com o mundo. “Hoje, eu consigo ir a São Paulo, a outros estados, me conectar com outras pessoas até do mundo todo através da internet, das redes”, diz a produtora cultural Nathália Menezes.
Ela organiza eventos, faz contato com amigos virtuais e se informa sobre acontecimentos através do notebook, do tablet ou do smartphone. “Em eventos e seminários em que eu não posso estar presente, mas com a internet, eu consigo participar de alguma forma”, conta.
Nathália não é exceção. Uma pesquisa do Observatório de Favelas em cinco comunidades pacificadas do Rio mostrou que o acesso à internet é uma das principais atividades de lazer dos jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas da televisão.
Hoje, mais de 87% dos jovens usam a internet em casa, no Complexo do Alemão. Na Cidade de Deus, 87,3%. Na Rocinha, a maior favela do Rio, são 89,5%. Em Manguinhos, 89,5%. E passa dos 90% no Complexo da Penha.
Acessar redes sociais, baixar músicas, ouvir rádio e jogar games são as atividades mais comuns entre eles. Através das redes sociais, conhecem pessoas de outros bairros, combinam passeios, bailes, churrascos, namoros e saídas.
A rede serve até para alertas de perigo. “Nós fomos informados que está ocorrendo um tiroteio no Complexo do Alemão. A maioria das vezes a gente está indo para um lugar, já está sabendo, evita de ir e avisa a alguém que está chegando ou saindo”, diz a estudante Valdinea de Paula.
Até pouco tempo atrás, o acesso era feito, principalmente, em lan houses. “Antigamente, a lan house funcionava até às 2, 3 horas da manhã. De sábado para domingo, nem fechava. E agora, meia noite, no máximo é o horário”, aponta Wendel Mello, dono de uma lan house.
O crescimento de renda e o maior acesso a bens de consumo eletrônico, segundo a pesquisa, levaram a uma grande mudança. “A gente já vem lidando um pouco com o conceito de revolução digital, de revolução tecnológica. Agora, a gente tem um fator novo, a gente tem outra classe da população que não tinha acesso com acesso. E mais: produzindo conteúdo. A gente pode falar em uma revolução sim”, afirma Gilberto Vieira, do Observatório de Favelas.

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imagem de uma pessoa em frente a tela no notebook com a logo do serviço balcão virtual. Ao lado a frase indicando que o serviço