1º Parte de Como montar um PC
O que existe dentro do seu PC
Nem sempre uma expansão de hardware consiste em encaixar uma placa em um slot livre e
instalar um driver. Poderá ser preciso retirar algumas placas, desfazer algumas conexões,
fazer a instalação e colocar tudo novamente no lugar. Para fazer as expansões com
segurança, é altamente recomendável que o usuário entenda a anatomia de um PC. Este é o
objetivo.
Placa de CPU
É a placa mais importante do computador, também chamada de Placa mãe, Placa de sistema
ou Motherboard. Nela estão localizados o processador, a memória e diversas interfaces.
Nessa placa há disponíveis também slots de expansão, que são conectores para o encaixa de
placas periféricas, contendo funções indisponíveis.
A figura 1.1 mostra uma placa de CPU produzida entre 1996 e 1997. As placas de
fabricação mais recente são quase idênticas, e mais adiante iremos apresentá-las. Em geral
as placas de CPU são classificadas de acordo com os processadores que suportam.
Uma placa de CPU Pentium II permite instalar processadores Pentium II, Pentium III e
Celeron. Uma placa de CPU Pentium permite instalar, a princípio, processadores Pentium,
Pentium MMX, AMD K5, AMD K6, AMD K6-2, AMD K6-3, Cyrix 6x86, Cyrix
6x86MX, Cyrix M II, IDT C6 e Rise mP6. Uma placa de CPU K7 permite instalar o
processador AMD K7.
Note que quanto mais recente é uma placa de CPU, maior é o número de processadores que
podem ser instalados. Por exemplo, uma placa de CPU Pentium produzida em 1996 permite
instalar apenas o processador Pentium.
Modelos produzidos em 1997 em geral permitem instalar também o Pentium MMX, o
AMD K5 e o Cyrix 6x86. Modelos produzidos a partir de 1998 permitem instalar também
os processadores AMD K6, K6-2, K6-3, o M-II e outros modelos da Cyrix.
Vejamos alguns elementos encontrados na placa de CPU da figura 1.1:
Microprocessador
Os microprocessadores – por vezes chamados de processadores ou simplesmente CPU
(Central Processing Unit) ou UCP (Unidade Central de Processamento) – são circuitos
integrados passíveis de ser programados para executar uma tarefa predefinida, basicamente
manipulando e processando dados. Os processadores mais novos são acoplados a um
microventilador para evitar o aquecimento excessivo, o que pode danificá-lo. A figura 1.2
mostra o acoplamento do microventilador. Quando você comprar a sua placa de CPU, deve
comprar também este microventilador (ou CPU cooler).
O sistema de fixação do ventilador ao processador pode variar. Ventiladores como o
mostrado na figura 1.2 são presos por garras nas partes laterais do Pentium. Ventiladores de
fabricação mais recente são presos por duas alças metálicas no próprio soquete.
Memória cache
A partir do 80386, a memória RAM do micro começa a ficar lenta demais em relação ao
processador. Ele não conseguirá, por exemplo, enviar dois dados seguidos diretamente à
memória. Por ser mais lenta que o processador, quando o segundo dado for enviado, ela
ainda estará armazenada o primeiro dado, portanto ainda não estará pronta para recebê-lo.
Essa espera chama-se wait state (estado de espera) e ordena que o processador espere n
pulos de clock depois do envio (ou recebimento) de dados à memória. A solução para o
acesso à lenta memória RAM é a utilização de um recurso chamado cache de memória.
A maioria das placas de CPU possui memória cache. A diferença está no encapsulamento
utilizado por essas memórias. Placas produzidas até 1997 usavam um módulo de memória
cache chamado COAST (Cache on a Stick). Existem módulos COAST com 256 KB e com
512 KB. As placas de CPU de fabricação mais recente em geral possuem 512 KB ou 1 MB
de memória cache. As placas de fabricação mais recente possuem uma cache formada por
chips de encapsulamento TQFP. São soldados na placa de CPU.
O controlador de cache lê o conteúdo da RAM e copia uma pequena porção para a memória
cache. Quando o processador precisar ler algum dado da memória, provavelmente lerá a
cópia existente na memória cache, e não mais o dado presente na memória RAM, não
necessitando utilizar wait states para a leitura. Com esse recurso o micro ganha velocidade
e fica muito mais rápido.
Slots
Atualmente você poderá encontrar três tipos de slot na placa-mãe:
ISA – (Industry Standard Achitecture): Utilizando por periféricos lentos, como a placa de
som e a placa fax modem (16 bits, baixa velocidade).
PCI – (Periipheral Component Interconnect) : Utilizado por periféricos que demandem
velocidade, como a interfase de vídeo (32 bits, alta velocidade).
AGP – (Accelerated Graphics Port): Utilizado exclusivamente por interface de vídeos 3D, é
o tipo de slot mais rápido do micro. A maioria das placas-mãe não tem este tipo de slot
AGP (32 bits, altíssima velocidade).
Conector para o teclado
O teclado é conectado na placa de CPU, pois nela está a sua interface. As placas de CPU
tradicionalmente possuem um conector para teclado do tipo DIN de 5 pinos. Mais
recentemente as placas de CPU passaram a utilizar um conector de teclado padrão PS/2.
Conectores para o painel do gabinete
Todas as placas de CPU possuem conexões para o painel frontal do gabinete.
POWER LED (normalmente verde);
TURBO LED (normalmente laranja);
HDD LED (normalmente vermelho);
Display;
Chave Turbo;
Chave Reset;
Chave Keylock.
Em placa mãe antigas que não têm interfase IDE plus “on board” o LED de atividade do
disco rígido (HDD LED) será conectado à interface IDE plus e não à placa mãe.
Conector para a fonte de alimentação
As placas de CPU possuem um conector, normalmente localizados na parte superior direita,
próprio para a conexão com a fonte de alimentação. Tradicionalmente as placas utilizam um
conector de 12 vias, padrão AT. Placas de CPU mais modernas passaram a utilizar o padrão
ATX, e possuem um conector para fonte deste tipo. Existem ainda as placas universais, que
possuem dois conectores de fonte, sendo um do tipo AT e outro ATX.
A fonte de alimentação tem dois conectores a serem ligados na placa-mãe, que deverão ser
ligados lado a lado. Repare que os fios pretos ficam posicionados ao centro do conector.
Jumpers
São pequenos contatos elétricos, envolvidos por um ecapsulamento plástico, que servem
para programar opções de funcionamento das placas, no que diz respeito ao hardware.
Algumas placas mãe, além de jumpers, apresentam terminadores resitivos que devem ser
alterados de posição de acordo com a configuração pretendida. Como nos dois caso,
devemos prestar muita atenção às instruções fornecidas no manual da placa mãe.
Chipsets
Ao lado do processador e das memórias, os chipsets são muito importantes. Eles são os
responsáveis por um grande número de funções, como controlar o acesso à memória cache
e à memória DRAM, aos slots e ao BIOS, e ainda contém em seu interior diversas
interfaces e circuitos de apoio. Graças a esses chips os fabricantes podem produzir placas
bem compactas. Entre os chips VLSI (Very Large Scale of Integration, ou integração em
escala muito alta) encontramos um grupo normalmente chamado de chipset. Placas de CPU
modernas necessitam de chipsets também modernos e avançados. Outro chip VLSI
encontrado nas placas de CPU é conhecido informalmente como Super I/O. Nele estão
localizadas diversas interfaces, como as seriais, a paralela e a interface para drivers.
ROM BIOS
Nas placas de CPU encontramos um chip de memória ROM no qual está armazenado um
programa conhecido como BIOS (Basic Input/Output System, ou Sistema Básico de
Entrada e Saída). Nesta mesma memória ROM encontramos o programa CMOS Setup, que
é uma espécie de programa de configuração para o funcionamento do BIOS. O BIOS é
responsável por executar um teste de hardware quando o PC é ligado (POST, ou Power on
Self Test), inicializar os circuitos da placa de CPU e dar início ao processo de boot. O BIOS
também executa funções de acesso ao hardware mediante comandos solicitados pelos
programas e pelo sistema operacional.
Interfaces presentes na placa de CPU
Atualmente a placa-mãe tem alguns periféricos integrados (ou seja, “on board”). Toda
placa-mãe hoje em dia possui pelo menos os seguintes periféricos integrados:
· Controladora de unidade de disquete, para a conexão de unidades de disquete ao
micro.
· Duas portas IDE, para a conexão de discos rígidos IDE e outras unidade IDE,
com CD-ROM, Zip Driver interno IDE, Super Disk LS-120 interno, etc.
· Duas portas seriais, para a conexão de dispositivos seriais especialmente o
mouse.
· Portas paralela, para a conexão do micro com a impressora ou outro
dispositivos de porta paralela, como o Zip driver externo para porta paralela.
· Conector USB (Universal Serial Bus), para conexão de periféricos USB.
Placas de CPU antigas (286, 386, 486) não possuíam essas interfaces (exceto em alguns
modelos mais recentes de placas de CPU 486), e precisavam portanto operar em conjunto
com uma placa de expansão chamada IDEPLUS.
Com as duas interfaces IDE, podemos instalar até 4 dispositivos IDE, como discos rígidos,
unidades de fita IDE e drivers de CD-ROM IDE. Na interface para drivers podemos instalar
até dois drivers de disquetes. As interfaces seriais permitem a conexão de qualquer tipo de
dispositivo serial. Na maioria dos casos, o mouse é ligado em uma delas, ficando a segunda
livre. A interface paralela em geral é usada para a conexão da impressora.
As interfaces USB servem para conectar teclado, mouse, joystick, scanner, impressora,
camera digital e outros dispositivos, todos no padrão USB. Note que o uso do USB ainda
não foi popularizado, por isso é mais comum o uso desses dispositivos ligados em
interfaces tradicionais, como a serial e a paralela. Muitas placas de CPU não possuem
interfaces USB, ou então possuem os circuitos embutidos no chipset mas não utilizam os
conectores que lhe dão acesso.
A maioria das placas de CPU modernas possuem ainda uma interface para mouse padrão
PS/2. Usando este tipo de mouse, deixamos ambas as interfaces seriais (COM1 e COM2)
livres para outras conexões.
Módulos SIMM-72 (Single In Line Memory Module) e DIMM-168 (Double In-line
Memory Module)
A memória é acondicionada em módulos, pequenas placas contendo os circuitos de
memória RAM. Atualmente existem dois tipos de módulo: SIMM de 72 terminais
fornecem ao microprocessador 32 bits de cada vez. Dois desses módulos são necessários
para formar os 64 bits que o Pentium e os demais processadores modernos exigem. As
placas de CPU Pentium possuem em geral 4 soquetes para a instalação de módulos SIMM
de 72 terminais.
Placas de CPU mais modernas podem operar com módulos de memória maiores, chamados
DIMM. Possuem 168 terminais e fornecem ao processador, 64 bits simultâneos. Um único
módulo DIMM é capaz de formar um banco de memória.
Os circuitos de memória RAM podem ser construídos utilizando diversas tecnologias. As
mais comuns são FPM (Fast Page Mode), EDO (Externded Data Out) e SDRAM
(Synchronous Dynamic RAM). Para o usuário final, a diferença entre essas tecnologias é a
velocidade do acesso à memória.
Enquanto os termos “SIMM-72” e “DIMM” dizem respeito ao aspecto físico do módulo de
memória , “FPM”, “EDO” e “SDRAM” dizem respeito à tecnologia que os circuitos do
módulo utilizam.
Normalmente não há como identificar visualmente se um circuito de memória é FPM ou
EDO, por exemplo. Como os circuitos SDRAM em geral são utilizando em módulos
DIMM, a identificação é mais fácil. Uma maneira fácil de se identicar qual a tecnologia da
memória RAM é através de programas de identificação de hardware, como o PC- Config
(download – http://www.holin.com/indexe.htm).
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