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Mortes na Curuá-Una motivam protesto de comunitários

Uma grande manifestação está sendo preparada para o próximo dia 29, no quilômetro 25 da rodovia Curuá-Una, em Santarém, no oeste do Pará. O objetivo do manifesto, que reunirá moradores de pelo menos seis comunidades, é chamar a atenção das autoridades estaduais e municipais para a manutenção da estrada, construção de acostamento, sinalização e iluminação pública. O alto índice de acidentes com mortes e feridos motivou o protesto popular. Neste dia, uma das mãos da rodovia ficará bloqueada no sentido Mojuí dos Campos/Santarém. De novembro de 2015 até os primeiros dias de 2016 já ocorreram pelo menos 15 mortes naquela PA. Além disso, o número de feridos em acidentes também não para de crescer. No último fim de semana ocorreu mais uma tragédia naquela rodovia. Entre o Natal e o Ano Novo ocorreram cinco mortes por acidentes. Duas pessoas ainda estão internadas no Pronto Socorro Municipal se recuperando dos ferimentos. São números alarmantes que têm preocupado os moradores das comunidades localizadas às margens da Curuá-Una. A leniência das autoridades também tem motivado os protestos dos comunitários. Não será a primeira vez que a rodovia será interditada, porém, desta vez, os líderes do movimento esperam sensibilizar e convencer o Poder Público a olhar com mais atenção para a situação caótica da rodovia que não oferece segurança nem para pedestres e nem para motoristas, pois a falta de boa sinalização e manutenção da pista já provocou inúmeras mortes.

As principais vítimas dessas tragédias na estrada têm sido motociclistas e ciclistas. Quase que diariamente há registros de acidentes envolvendo essas duas categorias de condutores, sobretudo à noite, quando a iluminação é precária. No caso dos ciclistas, por falta de acostamento, eles são obrigados a se arriscarem na pista. “É uma situação bastante preocupante. Já encaminhamos vários pedidos para os órgãos responsáveis pedindo a manutenção da rodovia, mas até hoje nada foi feito e as tragédias continuam ocorrendo quase que diariamente”, relata Rose Vasconcelos Cancio, presidente da Associação da Comunidade do Tipizal. 

Concentração – Segundo ela, os manifestantes vão se concentrar na comunidade Tipizal, a partir das 8 horas. De lá, vão seguir pela rodovia até a comunidade Santa Rosa. Lá será o local dos protestos que serão pacíficos, segundo garantiu Rose Vasconcelos Cancio. O principal alvo dos protestos serão o governo do Estado e o Departamento de Trânsito do Estado (Detran), que não promove nenhum tipo de fiscalização naquela rodovia. Mas não vão faltar críticas também à Prefeitura de Santarém e Polícia Militar. Segundo a líder comunitária, os órgãos têm sido negligentes e devem ser apontados como co-responsáveis pelas mortes ocorridas na rodovia nos últimos anos, já que não é a primeira vez que os moradores cobram melhorias na manutenção, sinalização, iluminação e segurança da estrada. 

Estão confirmados para participar do manifesto, moradores das comunidades Tipizal, Cavada, Cacimbinha, Poço das Antas, Jacamim e São Jorge. Mas o objetivo é reunir pessoas que de alguma forma são prejudicadas pela condição precária da rodovia em diversos trechos. 

Reivindicação – Rose Vasconcelos explica que as principais reivindicações dos comunitários estão relacionadas manutenção da rodovia. Alguns trechos estão tomados por buracos, que também contribuem para as ocorrências de acidentes. Além disso, os moradores exigem a construção de acostamento da estrada, pois os pedestres não conseguem andar com segurança, sobretudo durante à noite quando a falta de iluminação deixa alguns pontos ainda mais perigosos. “Construíram uma estrada pensando apenas nos veículos. Não existe espaço seguro para os pedestres. Não tem acostamento, não tem iluminação. Muita gente ainda utiliza a bicicleta como meio de transporte, mas andar de bicicleta tornou-se uma atividade arriscada, pois os motoristas, principalmente condutores de veículos pesados não têm respeito por veículos menores”, disse. 

Alta velocidade – Os moradores também vão pedir mais fiscalização na rodovia para tentar coibir os abusos praticados por motoristas irresponsáveis que trafegam em alta velocidade. Muitos deles dirigem com total imprudência, fazendo inclusive ultrapassagens perigosas. “Alguns dos muitos acidentes ocorridos na rodovia Curuá-Una foram provocados pela imprudência desses motoristas que não respeitam as leis de trânsito e nem se importam com a vida dos outros”, denuncia a líder comunitária. 

O tráfego de veículos pesados é intenso também nos finais de semana e durante à noite, principalmente de caminhões madeireiros que sempre trafegam em alta velocidade para fugir da fiscalização. A fiscalização seria importante, segundo ela, para evitar outra atividade que tem se tornado comum também naquela rodovia: os rachas.

Os motociclistas são quem mais praticam rachas e pegas na estrada aos domingos. Mas a disputa é feita também por outros condutores. “Existe uma situação de impunidade. A ausência das autoridades incentiva as práticas irregulares. Isso precisa acabar. Vidas inocentes estão sendo perdidas por causa da imprudência, negligência e descaso”, disse o senhor Airton Castro, morador do Mararu, que vai engrossar o coro dos manifestantes no próximo dia 28. 

A manifestação tem hora para começar, porém, segundo os organizadores, não tem hora para terminar.

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