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Sensores de smartphone podem revelar se uma pessoa está com depressão, diz estudo


Dados coletados pelos sensores de um smartphone podem revelar se o dono do aparelho está com os sintomas da depressão, de acordo com um estudo publicado na revista científica Journal of Medical Internet Research.

Segundo a pesquisa, a análise do uso médio diário do telefone, combinado com dados fornecidos pelo GPS do aparelho, permitiu aos cientistas identificar, com alto grau de precisão, quais pessoas apresentavam os sintomas de depressão entre os participantes do estudo.

A Organização Mundial de Saúde afirma que 350 milhões de pessoas de todas as idades sofrem de depressão no planeta, mas apenas metade delas recebe algum tipo de tratamento. O principal motivo para isso é a dificuldade de diagnóstico desses indivíduos.

Dessa forma, encontrar novas maneiras para diagnosticar e acompanhar pacientes com depressão é fundamental para combater a doença. “Os sensores de um smartphone podem ajudar a identificar uma pessoa que esteja prestes a desenvolver a doença”, afirma David Mohr, psicólogo behaviorista da Universidade Northwestern e coautor do estudo.

Na pesquisa, os cientistas recrutaram 40 pessoas com idades entre 19 e 58 anos, que precisaram preencher um questionário usado para diagnosticar os sintomas da depressão. Durante duas semanas, os pesquisadores acompanharam os movimentos dos participantes e como eles usavam o celular, por meio de um aplicativo para Android.

O uso diário médio para deprimidos foi de 68 minutos, enquanto para não deprimidos esse número era de 17 minutos.


Pessoas que sofrem de depressão tendem a frequentar menos lugares do que quem não tem a doença, possuem rotinas mais irregulares e são mais retraídas. Com essas informações, os pesquisadores analisaram os dados dos 28 participantes para perceber se existia alguma relação entre a depressão e altos níveis de uso do telefone – algo que sugere uma pessoa é mais fechada – ou o histórico de informações registrado pelo GPS.

O estudo concluiu que algumas variáveis coletadas pelos telefones estavam diretamente relacionadas aos resultados dos questionários preenchidos pelos participantes. Quanto mais deprimida era uma pessoa, por exemplo, mais irregulares eram seus movimentos.

Os pesquisadores também descobriram que pessoas deprimidas usavam mais o telefone, principalmente para navegar na internet e usar aplicativos. "Essas são atividades que as pessoas usam para se distraírem da dor emocional ou evitar situações", diz o estudo. O uso diário médio para indivíduos deprimidos foi de 68 minutos, enquanto para não deprimidos esse número era de 17 minutos.

Na conclusão do estudo, o modelo que os cientistas desenvolveram foi capaz de identificar pessoas com sintomas da depressão com precisão de 87%. "A pesquisa sugere que dados dos sensores do telefone podem ser usados para fornecer marcadores objetivos de comportamento de um deprimido", diz o psicólogo David Mohr.

O problema é que a pesquisa usou uma amostra muito pequena de pessoas para que o método possa ser considerado apropriado no diagnóstico da doença. Mohr e sua equipe já começaram a recrutar 120 pessoas para um nova série de analises. A ideia dos pesquisadores é refinar a analise sobre o que os participantes estão vendo no celular, para tornar os resultados do segundo estudo ainda mais conclusivos.

Fonte: Journal of Medical Internet Research

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