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Projeto de panificação ajuda no desenvolvimento de cidades paraenses

Propan levou conhecimentos e panificadoras fortalecem a economia na região do Baixo Amazonas


Aldenor Oliveira, proprietário da Nosso Pão
                       Aldenor Oliveira, proprietário da Nosso Pão
Quando começou a construir uma panificadora no pequeno terreno que era de seu pai, Aldenor Pereira Oliveira não imaginava que um dia seria considerado um case de sucesso de empreendimento apoiado por projetos desenvolvidos pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae no Pará. A Nosso Pão já foi um pequeno espaço no bairro Caranazal, no município de Santarém, no Pará, mas hoje os clientes podem contar com um mix de produtos e serviços em um espaço com 180m² à disposição do cliente.

Antes de ser panificador, Aldenor foi serralheiro e taxista. “Eu não estava feliz como taxista. Então, o meu pai, que tinha um comércio, lembrou que estavam precisando de alguém para fazer a entrega na rua. Depois de nove meses fazendo entrega, eu fui chamado para gerenciar e, meses depois, o dono ofereceu o estabelecimento em aluguel para mim, não só espaço, mas tudo o que estava dentro”, relembra.

O arrendamento durou dois anos até que ele teve que devolver a padaria. “O meu pai tinha um terreno e decidimos começar do zero. Construímos uma padaria no local, só que com a novidade de que agora haveria um balcão, pois na padaria anterior não havia atendimento no local”, fala. E assim, com basicamente a mesma estrutura, a Nosso Pão se firmou em Santarém durante anos.

Mas a rotina do estabelecimento foi alterada com o Projeto de Panificação do Sebrae, que é desenvolvido em parceria com o Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria – ITPC e com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria – ABIP. “O negócio começou a mudar mesmo quando entramos no projeto. Foi como percebemos que estávamos no mercado, mas desorientados, sem perspectiva de crescimento e sem planejamento. Não sabíamos nem como afixar os preços, fazíamos de maneira desorganizada. Só estávamos sobrevivendo no mercado. Mudou tudo depois do projeto.” destaca o empresário.

Além de capacitações, os empresários que fazem parte do Propan também passaram a participar de feiras, comprar equipamentos e trocar experiências. “Nós conhecemos novos estabelecimentos, novos mercados e isso tudo fez com que a gente começasse a sonhar”, recorda Oliveira.

O sonho começou a se realizar há dois anos, quando foi iniciada uma reforma no espaço. Mas só alguns meses depois os moradores de Santarém conheceram a panificadora renovada. “Quando olho para tudo isso eu fico imaginando como cheguei até aqui” fala Aldenor, no escritório de um prédio de três andares, mas com capacidade para expandir para o quarto andar.

Quando a Nosso Pão começou, contava com seis funcionários. Hoje, são 48. Desde a fachada do prédio, a entrada no estabelecimento, quando clientes recebem uma comanda eletrônica, passando por todos os novos produtos até a hora da saída, tudo foi alterado. “Os clientes estão gostando muito, fazem elogios. Nós que não estamos acostumados, ficamos ainda meio sem graças. A maior parte dos clientes vem de outros bairros, quem escolhe a Nosso Pão, não está passando por aqui e compra, são pessoas que vêm aqui só para comprar”, revela, acanhado, o empresário.

Sucesso – Mais do que elogios, os clientes estão comparecendo. Prova disso é que apesar da crise econômica que assola o mundo, na panificadora foi percebido um aumento de 15% nas vendas. E a demanda deve aumentar porque os sonhos do empresário também avançam. “Queremos expandir essa loja, firmar o serviço aqui e no futuro abrir uma nova loja”, fala.

O corretor Marcelo Silva é cliente da panificadora há cerca de 20 anos e aprovou todas as mudanças implementadas. “O ambiente está mais agradável e mais sofisticado. Também é bom ver que sempre há novidades. Antes, era muito quente e apertado, mas eu vinha porque sempre gostei do sabor e da qualidade do pão e dos outros produtos. Eu sempre indico os produtos daqui e por isso tenho amigos que moram longe, mas que vêm só para lanchar ou compram alguma coisa para comer em casa. Eu me sinto bem aqui”, afirma Silva.

O projeto- A Nosso Pão é uma das 24 empresas que participam do Propan. São cinco no município de Monte Alegre e 19 em Santarém. “O setor de panificação é muito significativo na região, onde existem cerca de 400 padarias pequenas. O projeto melhora a prestação do serviço e com isso percebemos aumento de postos de empregos e da renda da população local”, ressalta Michell de Sousa Martins, gerente do escritório regional do Sebrae no Baixo Amazonas.

Segundo o gerente, o projeto de panificação está em sua primeira etapa, que será finalizada com a certificação das panificadoras com selo bronze, prata ou ouro. “Ao todo, 12 estabelecimentos receberão o selo por se destacarem na prestação do serviço”, comenta Martins.

O gestor do Projeto de Panificação do Sebrae, Geraldo Vasconcelos, recebeu capacitação e também é consultor formado pelo ITPC. “Isso foi fundamental para que eu pudesse conhecer as peculiaridades e as necessidades do setor”, fala.

Vasconcelos explica que a primeira fase do projeto tinha o objetivo de melhorar a gestão financeira-administrativa, chão de fábrica, marketing, mercado, além de outros aspectos relevantes. “Os empresários foram a uma feira internacional de panificação na França, para que conhecessem outros mercados, tivessem novas experiências”, comenta.

A Nosso Pão ainda contou com a consultoria de Patrícia Marques, coordenadora de projetos na área de Marketing e Atendimento do Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria – ITPC. Ela fala que a primeira etapa de implantação do projeto ainda consta o mapeamento de processos críticos no setor de compras, gestão de pessoas e o operacional. “Depois disso tudo vamos fazer as intervenções necessárias. Uma das maiores mudanças aqui foi o autosserviço, isso foi algo bem inovador, mas os clientes ainda perceberão outras algumas mudanças”, diz.

A expectativa é que segunda fase do Propan seja realizada em 2016, com o reforço e acompanhamento das ações já executadas e inserindo ações para a eficiência energética.

Fonte: O Impacto e Ascom/Sebrae

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