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Senado aprova criação de novos municípios no Pará

Plenário do Senado Federal
Proposta cria mais 19 cidades paraenses. No País, serão mais de 200. O plenário do Senado Federal aprovou por 57 votos a favor e nove contrários o projeto de Lei Complementar de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) que abre caminho para a criação, incorporação, fusão e desmembramento de pelo menos mais 200 novos municípios no país. A matéria agora vai ao exame da Câmara. É a terceira vez que o Senado aprova projeto para tratar do tema. Somente no Pará, pelo menos 19 pedidos que tramitam na Assembleia Legislativa do Estado se enquadram em todas as exigências contidas no texto concluído ontem no Senado, aumentando de 144 para 163 municípios.

Os anteriores foram vetados pela presidente Dilma Rousseff sob justificativa de que a medida causaria um desequilíbrio aos recursos estaduais. Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), feito no fim do ano passado, aponta para a criação de 363 novos municípios se a proposta virar Lei. Segundo o autor do projeto, a matéria não incentiva a criação de municípios inviáveis financeira e economicamente. O projeto, explica Flexa, cria critérios para o surgimento e fusão de novas cidades no país. “Há 18 anos, foi retirado das Assembleias Legislativas Estaduais a condição de legislar sobre esta matéria. Existem situações que precisam ser analisadas com cuidado, pois são demandas legítimas da população”, que complementou. “Não se pode mais admitir a situação de um distrito como Castelo dos Sonhos, distante a 1.100 km da sede do município de Altamira, no Pará, não ter a possibilidade de se emancipar”, justificou. Flexa rebateu ainda a justificativa dos senadores que votaram contra a matéria. O senador paraense explicou que o projeto não prevê a regulamentação unicamente para criar novos municípios. O texto também incentiva a fusão de municipalidades tidas como “disfuncionais”. O projeto propõe às fusões e incorporações municipais, na medida em que garante por um período de tempo, as perdas de receita decorrentes da aglutinação de municípios. Nos doze anos seguintes à fusão ou incorporação, as novas cidades formadas pela fusão ou ampliadas em função de incorporação, continuarão recebendo o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) como se ainda estivessem separadas.

De acordo com o relator do projeto, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), ao preservar por doze anos uma receita maior dá tempo suficiente para que as unidades fundidas possam ajustar suas administrações a ponto de, no futuro, terem uma participação menor no FPM.

O texto do projeto estabelece ainda que, antes da emancipação ou até mesmo a fusão com outro município, o governo estadual apresente Estudo de Viabilidade Municipal (EVM) realizado por instituição pública ou privada. A exigência do estudo prévio visa garantir que os novos municípios tenham sustentabilidade econômica e que não dependam unicamente dos repasses constitucionais. Na definição do autor do projeto, os EVM terão que abordar os aspectos de viabilidade econômico-financeira, político-administrativa e socioambiental.

Além da exigência do EVM, o projeto estabelece como critério que para a criação de novos municípios a população mínima para as regiões Sul e Sudeste deverá ser de 20 mil habitantes, para o Nordeste, 12 mil e para o Norte e Centro-Oeste, 6 mil.

Contrário ao projeto, o senador amapaense Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) defendeu sua posição, pois julga que o atual momento econômico por qual passa o país não é favorável à criação de novos municípios. O argumento de Randolfe foi severamente rebatido pelo senador Ivo Cassol (PP-RO) que defendeu o corte de ministérios como forma de conter os gastos públicos. “Se alguém aqui quer cortar despesas, que o governo federal comece a cortar. Diminui pelo menos dez ministérios que servem apenas para cabide de emprego. É conversa fiada dizer que está tirando dinheiro de um lado e de outro para criar município”, defendeu.

Fonte: O Liberal

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