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‘Próximo Steve Jobs’ pode sair de país emergente, dizem analistas


Benjamin Lowenstein, empresário do Vale do Silício (Foto: Divulgação)

Especialistas apontam o futuro grande empreendedor de tecnologia. Mark Zuckerberg, Jeff Bezos e Steven Sinofsky também são candidatos.
Mark Zuckerberg (Facebook), Jeff Bezos (Amazon) e Steven Sinofsky (Microsoft) fazem parte da lista de candidatos ao título de “próximo Steve Jobs” –a morte do cofundador da Apple completa um ano nesta sexta-feira (5)

Analistas, investidores e empresários tentam traçar o perfil de quem será o novo grande ícone do mundo da tecnologia, e nem todos se arriscam em apostar em nomes específicos.

“Depois de passar um tempo no Brasil e ver como a tecnologia está reduzindo as barreiras para começar uma empresa, eu acredito que o próximo Steve Jobs não será um empreendedor do Vale do Silício”, disse Benjamin Lowenstein, empresário do Vale do Silício (EUA) que ajudou a criar a escola de inglês on-line Colingo (veja aqui).

 “Eu acho que ele virá das ruas da Vila Madalena [famoso bairro de São Paulo] ou do Rio.”
Lowenstein conta que a internet e o empreendedorismo estão mudando. “As coisas estão ficando mais descentralizadas, mais globais”, conta. 

O empresário também afirma que a cultura americana tem uma “fascinação mítica” pela ideia de que Steve Jobs ou Mark Zuckerberg (criador do Facebook) são gurus de produtos que sabem, de maneira inerente, o que o público quer. “Eu acho que essa visão é um mito ou talvez eles sejam uma exceção.”

O professor Moacir de Miranda Oliveira Junior, que dá aulas de administração na FEA-USP, concorda que é preciso parar de olhar apenas para os Estados Unidos, a Europa e o Japão na busca pelo próximo grande empreendedor da tecnologia.

 “Tenho esperanças em um ‘Steve Jobs’ de um país emergente. Com a crise na Europa e nos EUA, vamos ver cada vez mais inovação fora dos países centrais”, disse.

Apesar disso, ele disse que ainda não é possível apontar o próximo grande líder da tecnologia. “Jobs construiu uma reputação durante 30 anos e é muito tempo para você conseguir repor assim tão rápido”, explicou. 

O professor também se disse preocupado sobre alguns aspectos do legado de Jobs. “Ele foi um gênio, mas também tinha um caráter bastante duvidoso”, ressalta. “Era um ser humano complexo, com falhas graves.”

Edison Puig Maldonado, coordenador do curso de ciências da computação da Faap, afirma que existe uma “safra boa” de gênios da computação e algum deles pode “cair nas graças da mídia”. Maldonado destaca que Steve Jobs não foi “necessariamente” o maior gênio de sua geração, mas ele ganhou destaque em publicações.

 “Conhecemos pessoas igualmente talentosas que desenvolveram novos servidores web ou novas aplicações de software livre”, conta. Bruno Freitas, analista de mercado da IDC, também acha “difícil” apontar o novo Jobs agora. 

“Eu não me arriscaria a citar. Quando se fala em uma figura marcante podem surgir muitos outros de novas companhias”, explica. Fora do país, os analistas são menos tímidos na hora de apontar nomes. Veja alguns dos executivos candidatos ao cargo de “próximo Steve Jobs”:

Mark Zuckerberg

Ainda antes da morte de Steve Jobs, Mark Zuckerberg, criador e CEO do Facebook, já era apontado como candidato a novo grande ícone da tecnologia. Em setembro de 2011, a “CNN Money” já destacava uma melhoria na capacidade de Zuckerberg de falar em público, após um evento da rede social. Na época, o jornalista Dan Mitchell também falou as pessoas já estavam mais dispostas a “aceitar e idolatrar” o jovem de apenas 28 anos.

Mark Zuckerberg, em entrevista concedida em San Francisco, na Califórnia (Foto: Eric Risberg/AP)
Apesar disso, Mitchell disse que é improvável que Zuckerberg consiga entregar a quantidade de “mistério” que Jobs trazia aos eventos de lançamento da Apple. “Steve Jobs sempre foi particularmente bom como orador. Ele eletrificada a audiência não apenas com sua oratória, mas com a criação lenta de um senso de drama”, explica.


Mas, para Mitchell, Zuckerberg não tem concorrência nessa briga pelo título de grande ícone da tecnologia. “Ele já está no caminho. Ele ainda é prosaico onde Jobs era poético, mas está aprendendo a atrair as aspirações das pessoas”, disse.

Nayomini Weerasooriya, que escreve análises para o “Daily Mirror”, comparou Jobs a Zuckerberg logo após a estreia do Facebook na bolsa de valores. Os dois não terminaram a faculdade e ficaram famosos ainda jovens, mas, segundo ela, o criador do Facebook não é o “showman” que Jobs era.

Além disso, diz a analista, Jobs perseguia a “perfeição” em seus produtos, enquanto Zuckerberg quer a liderança e a dominação do espaço virtual. “Mas os dois são muito parecidos no nível de comoção gerada por suas marcas e pela fé em suas visões.”

Saiba quem poderia ser "o próximo Steve Jobs" de acordo com analistas de mercado e especialistas em tecnologia.

Lei Jun

Lei Jun, o chinês que lidera a fabricante de telefones Xiaomi, foi definido pela “Forbes” como um “Steve Jobs jovem” da China. Segundo a publicação, Jun também aposta em um estilo simples de se vestir: uma camiseta preta e uma calça jeans, visual parecido com o usado por Jobs. O bilionário chinês é considerado um “visionário focado em inovação de ponta”. Ele também é “cercado por um time forte com uma expertise única em produtos”.

Lei Jun é destaque em uma reportagem na 'Forbes' (Foto: Reprodução)
A “Forbes” afirma que a empresa de Jun já vendeu mais de 3 milhões de aparelhos portáteis na China.


Jeff Bezos

Duas publicações americanas já bateram o martelo: Jeff Bezos, criador e CEO da Amazon, é o novo Steve Jobs. “Bezos toca seu negócio do mesmo jeito que Jobs fazia: com foco incansável e valor no longo prazo”, defende Matt Rosoff, em um artigo especial para a CNN.

Jeff Bezos, CEO da Amazon, apresenta o Kindle Fire HD em evento na Califórnia (Foto: Reed Saxon/AP)
Segundo ele, Jobs ampliou o mercado de atuação da Apple e Bezos está fazendo o mesmo com a Amazon. O executivo-chefe da empresa de vendas on-line de produtos conseguiu lugar relevante para sua companhia nos mercados de armazenamento na nuvem, de leitores de livros eletrônicos e de tablets. “Ele também é muito controlador”, diz Rosoff.


O blog americano Gizmodo diz algo parecido ao comentar o lançamento da atualização da linha Kindle feita em setembro de 2011. “A apresentação dele foi divertida, memorável e convincente. Ele vendeu e, ao fazer isso, deixou bem claro que é o nosso próximo Steve Jobs.”

Ron Johnson

Contratado por Steve Jobs para lançar as lojas de varejo da Apple, Ron Johnson agora lidera a rede de varejo americana JCPenney, que vende itens diversos. “Os dois são grandes controladores. A Apple era dirigida rigidamente por Jobs e Johnson está tentando fazer o mesmo com a JCPenney. Esse é o plano e não há espaço para divergência”, diz Laura Heller, jornalista que escreveu sobre o assunto na “Forbes”.

Ron Johnson, durante apresentação sobre a JCPenney (Foto: Divulgação)
“A coisa mais importante que ele me disse é que era para eu confiar em minha intuição e fazer a coisa certa. Ele me disse que se você fizer a coisa certa e focar em uma coisa de cada vez, você é o melhor, você vai terminar em um lugar bom”, disse Johnson, em uma entrevista, logo depois de assumir a empresa.


Steven Sinofsky

Para Joe Wilcox, jornalista do site Beta News, o “próximo Steve Jobs” também se chama Steve: ele fala de Steven Sinofsky, executivo da Microsoft responsável pelo setor de Windows. Sinofsky é destaque da companhia nos lançamentos de produtos e, segundo Wilcox, o executivo consegue ser “energético e cativante” em suas apresentações.

Steven Sinofsky, presidente da divisão Windows, mostra Windows 8 no Mobile World Congress, em Barcelona (Foto: Gustau Nacarino/Reuters)
Segundo Wilcox, Sinofsky e Jobs têm em comum o bom gosto e o fato de serem líderes “não oficiais” de suas empresas –ao voltar para a Apple em 1996, Jobs demorou quatro anos para aceitar o cargo oficial de executivo-chefe da empresa.
Os dois também têm em comum o fato de fazerem cortes nos produtos, diz o jornalista. Quando voltou para a Apple em 1996, Jobs cortou alguns produtos que estavam sendo feitos pela empresa. Sinofsky também fez grandes cortes no desenvolvimento do Windows.

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