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MPF vai investigar lote de acusado de matar extrativistas


José Cláudio e Maria do Espírito Santo mortos em 2011
Procuradoria em Marabá deu 48 horas para o Incra prestar esclarecimentos. Pará - O Ministério Público Federal (MPF) no Pará abriu um procedimento para apurar a concessão, autorizada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de um lote para Antonia Nery de Souza, mulher de José Rodrigues Moreira, acusado de ser o mandante do assassinato dos extrativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, em maio de 2011, no município de Nova Ipixuna, no sudeste paraense.

O Incra tem prazo de 48 horas para explicar ao MPF porque Antonia Nery de Souza foi considerada com perfil para ser beneficiária da reforma agrária e desde quando ela está assentada. O MPF solicitou ainda a cópia integral dos procedimentos administrativos do Incra referentes à concessão do lote e do procedimento que teria sido aberto com o objetivo de retomada do lote.

De acordo com as investigações da polícia, José Cláudio e Maria foram assassinados por protegerem camponeses assentados em terras que seriam de interesse de José Rodrigues Moreira. Ele estava envolvido em compra de lotes destinados à reforma agrária, o que é ilegal. Por essa razão, o mandante teria encomendado a morte do casal para ter a posse das terras que agora o próprio Incra destinou à mulher dele.

Competência

O MPF chegou a pedir, em 2011, que os homicídios de Zé Cláudio e Maria fossem julgados pela Justiça Federal, por causa da conexão com os crimes de grilagem e desmatamento ilegal em terras da União. Parte das investigações chegaram a ser feitas pela Polícia Federal. No último dia 04 de março, transitou em julgado uma decisão do Superior Tribunal de Justiça que determinou a competência estadual para o julgamento dos assassinatos.

Os acusados deverão ser julgados no tribunal do júri no próximo dia 3 de abril, em Marabá. José Rodrigues Moreira, acusado de ser mandante do crime, Lindonjonson Silva e Alberto Lopes, dupla acusada de serem os executores, sentarão no banco dos réus.

Entenda o caso

O casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva foram mortos a tiros em maio de 2011, em Nova Ipixuna do Pará.

O suspeito de mandar matar o casal, José Rodrigues Moreira, antes do crime teria comprado uma área de terra de 144 hectares, o que corresponde a três lotes normais de assentamentos de famílias sem terra. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT) , a compra era ilegal dentro do assentamento, principalmente por ser extrativista.

Segundo a CPT, quando a área foi comprada já existiam três famílias residindo no local. O suspeito teria tentado expulsar as famílias o terreno e o casal José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva teria dado apoio às famílias, denunciando José Rodrigues Moreira ao Incra e para a imprensa. Por este motivo, José Rodrigues Moreira teria encomendado a morte do casal.

G1 Pará

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