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O sistema universitário medieval: o oposto do conhecimento fragmentado hodierno


 03-04-2017
 
 

 

 
 

 

O sistema universitário medieval: o oposto do conhecimento fragmentado hodierno 

Luis Dufaur (*)
 
 

Universidade de Cambridge, Inglaterra, fundada em 1209 pelo rei Henrique II.
Hoje é uma das mais prestigiosas do planeta.
A Universidade de Bolonha, Itália, criada em 1088, é tida como a mais antiga do mundo

A criação das universidades é uma das grandes realizações medievais e foi poderosamente estimulada pelos Papas e pelos Reis.

Especialmente os Papas trabalharam com afinco nessa obra, e grande número de universidades ainda hoje existentes foi fundado por decretos pontifícios.

Independente das polêmicas, a mais antiga é a de Bolonha na Itália instituída em 1088. O Imperador Federico I pela "Constitutio Habita" (lei orgânica da universidade) transformou-a praticamente numa Cidade Estado.

A mais antiga da Inglaterra é a celebérrima Universidade de Cambridge fundada em 1209 pelo rei Henrique II. Mas a primeira que ganhou o nome de "Universidade" foi a de Salamanca, fundada em Espanha em 1218, a mais antiga do país.

As universidades deram à cultura medieval a magnífica unidade que a caracterizou.

O conceito de "universitas" que gerou o termo Universidade é o oposto da atual formação universitária altamente especializada e por isso também altamente fragmentada.

A "Universitas" medieval foi concebida como uma instituição universal com poderes autônomos, até de governo e policia, a serviço de uma Ciência também universal, em função da qual as diversas ciências estão hierarquicamente organizadas e harmonizadas.

Na decadência atual do espírito universitário, por exemplo, muitos advogados ou juristas elaboram suas concepções com bases filosóficas que eles não aplicam ou aceitam no terreno de suas convicções íntimas ou pessoais.

Entrada da Universidade de Salamanca, Espanha, fundada em 1218.
Foi a primeira a receber o nome de Universidade. 
Mas "só" é a terceira mais antiga da Europa católica e do mundo.

O espírito universitário medieval visava o encaixe das ciências na ordem universal.

Não havia princípios reputados verídicos em Direito e tidos como falsos em Medicina, como por exemplo a respeito do aborto ou da ideologia de gênero.
Uma cultura universal unida por uma filosofia comum reunia os sufrágios de todas as inteligências e as ciências visando um bem comum superior.

Essa filosofia era a escolástica, aristotélica-tomista, que na Idade Média reunia os espíritos e os levava a sempre maiores construções do saber com uma maravilhosa adequação às mais pequenas realidades da vida quotidiana.
          ( * ) Luis Dufaur é escritor, jornalista, conferencista de política internacional e colaborador da ABIM
 
 

 
 
 
Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)
 

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