Ausência de doenças não é sinal de saúde
Saúde é algo que desejamos sempre ter. Como se diz popularmente, "é o bem mais precioso". Mas você já parou para se perguntar o que é ser saudável? A saúde, mesmo de acordo com o conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS), é muito mais que apenas ausência de doença, ela abrange também fatores psicológicos, sociais, culturais e ambientais. Além disso, também podemos dizer que a saúde tem uma ligação íntima com a felicidade, afinal, a experiência de bem-estar e plenitude é alcançada e mantida mais facilmente quando nossa estrutura está bem e em harmonia.
Infelizmente, boa parte do nosso sistema de saúde atual ignora que esta é uma questão sistêmica, que envolve a sociedade, a política, a economia, a cultura e até as crenças. O problema de uma pessoa nunca é individual e recortado de uma realidade maior, mas sim uma manifestação do todo.
Saúde Integral foca no todo, e não somente na doença
Quando falamos de Saúde Integral, pensamos não somente no tratamento e na prevenção de doenças, mas também na evolução. Percebemos qualquer desequilíbrio de saúde como um convite à uma reflexão geral da vida, dos valores e da cultura de cada um. E, claro, buscamos o alívio e a cura, mas sempre da forma mais integrada possível - entendendo a maior parte das perspectivas do Ser e do evento, suas influências subjetivas e objetivas, individuais e coletivas.
Observo muitos profissionais da saúde escolhendo seu conjunto de crenças como a melhor ou a única verdade. Médicos que não acreditam na nutrição, terapeutas holísticos que não acreditam na medicina, psiquiatras que não acreditam em estados transpessoais de consciência e fisiologistas que não acreditam na psicologia, só para citar alguns exemplos.
Existem visões materialistas e aquelas que só acreditam na cura através do milagre. Ambas são segregadoras. Ambas são parciais. E não há nada de errado em ser parcial, toda verdade é. O que tentamos transcender quando falamos de Saúde Integral é esse desmembramento de verdades que não conversam entre si.
Nossa noção de saúde vem evoluindo e, como em outras áreas, existem saberes tradicionais ou pré-modernos, nos quais o processo de adoecimento ou cura estavam íntima e completamente interligados com os elementos da natureza, seus ciclos e movimentos, como é o caso da medicina tradicional chinesa, japonesa, indiana, xamânica, etc.
É possível integrar terapias alternativas nos tratamentos convencionais?
Na era moderna, a ciência sistematizou todo o contato que as medicinas antigas tinham da interpretação dos processos de adoecimento. Cada parte do ser vivo ou cada doença passou a ser uma questão isolada, uma situação específica. Elementos de cura, diagnósticos energéticos e até processos intuitivos foram deixados de lado. Essa é a visão materialista que disseca, fraciona, especializa. Contribuiu para o conhecimento bioquímico e anatômico e revolucionou a visão do funcionamento da vida. Mas deixou de lado outras partes tão importantes. Basicamente transformou tudo em partes e ignorou o todo.
Vale reforçar que tanto a era moderna quanto a antiga visam realmente cuidar da saúde. O xamã e o fisiologista compartilham da vontade de auxiliar o ser vivo a sair do sofrimento. Mas, então, por que queremos escolher apenas uma visão? Por que não pegar o melhor das duas?
Com o pós-modernismo, essa integração começou a surgir. Atualmente já encontramos Acupuntura, Homeopatia e Reiki nos mesmos hospitais e clínicas de medicina convencional e alopática. A farmácia começa a dividir espaço com o aconselhamento nutricional. A Meditação passa a ser estudada e indicada como coadjuvante em tratamentos psiquiátricos. Ou seja, a sabedoria de saúde universal começa a dialogar em prol da cura.
Quer ter mais saúde? Comece cuidando da sua consciência
Na visão integral da saúde, vamos um pouco além. Queremos não só a cura e o bem-estar, mas também a evolução de consciência. Toda prática de saúde envolve mudança - de hábitos, pensamentos, estilo de vida. Por que não envolver a mudança de consciência?
Embarcando no processo reflexivo de melhoria ou cura de algo, podemos nos abrir para a melhoria do todo. Espiralar, olhar não só para a conservação da vida, mas sim para o processo de existência. E não só o de você como indivíduo, mas do universo inteiro.
Estamos falando de um processo transdisciplinar que integra as perspectivas das nossas vidas e atua de forma integrada em todos os campos que precisam restabelecer harmonia - pessoais e transpessoais. Expandimos, assim, nosso olhar para as diversas perspectivas que coexistem:
A experiência subjetiva (como eu me sinto e o que penso).
A experiência objetiva (meu corpo e comportamento na minha vida, cultura e sociedade).
Dessa forma, garantimos uma visão menos parcial e mais fidedigna da realidade.
Doenças funcionam como alerta para que você mude
A saúde é um estado dinâmico de equilíbrio entre nosso corpo, mente, espírito e relações. Um estado em que o organismo pode se desenvolver de forma natural e com o menor sofrimento possível. Qualquer processo de adoecimento, então, aponta algum desequilíbrio e chama para a mudança.
No processo de cura reelegemos o que é bom pra nós. Na visão da Saúde Integral, essas mudanças estão conectadas ao autoconhecimento e ao desenvolvimento do ser. Quando uma pessoa tem hiperglicemia, por exemplo, precisa mudar suas escolhas alimentares. Mas se só olharmos para o sintoma, ou a ponta do iceberg, especialmente em questões crônicas, deixamos uma falácia entre causa e consequência. Neste caso, por exemplo, quais são as questões emocionais que regem os hábitos desta pessoa? Quais são os hábitos da sua família? Onde ela pode encontrar mais conhecimento sobre seu caso? Quais condições financeiras ela possui para se inscrever numa academia e comprar alimentos orgânicos? Qual o sentimento dela a respeito da vida? Dessa forma, vamos, através do adoecimento, desvendando a cura do Ser integral e não apenas do processo isolado.
O olhar integrado para a saúde basicamente quer oferecer mais, disponibilizar tudo o que há de acessível para a manutenção da vida e a evolução do ser. Oferece uma forma mais eficaz e sustentável de utilizar os conhecimentos, potencializando os processos e buscando cuidar do indivíduo de forma plena. E isso serve para qualquer pessoa. Não apenas cuidadores. Não apenas profissionais. Mas para todos os seres humanos.
O olhar da Saúde Integral é uma forma de encarar, interpretar e viver o que chamamos de saúde, bem-estar, qualidade de vida, evolução, ecologia, equilíbrio e sustentabilidade. É a forma mais ampla de olharmos para nossos processos como seres viventes. É preciso integrar. Para o bem de todos. Para a saúde da existência.
Evento da autora
Ficou com vontade de saber mais sobre a Abordagem Integral aplicada na saúde e em diversas outras áreas? Mari Mel, autora do artigo, realizará o Curso Integral Way, de 07 a 19 de abril de 2016, cujo intuito é ensinar você a viver de maneira integral e plena. Inscreva-se aqui e receba conteúdos gratuitos sobre o assunto.
Sobre o autor
Naturóloga, leitora de aura, mestre em Reiki Essencial, co-fundadora do curso Integral Way. Atendimentos presenciais e online. email: contato@marimelostermann.com.
Fonte: Personare
Nenhum comentário
Postar um comentário