Em 2012, Google encaminhou ao FBI várias informações de membros do Wikileaks
Em março de 2012, a Google recebeu ordens judiciais do Governo dos Estados Unidos para liberar informações digitais e e-mails de membros do WikiLeaks, aquele site que publica documentos, fotos e informações confidenciais de governos e empresas sobre assuntos delicados. A Gigante das Buscas tem uma atitude responsável quando o assunto é colaborar com o governo, assim ela encaminhou ao FBI informações sobre três membros do referido site. São eles: Sarah Harrison, Kristinn Hrafnsson e Joseph Farrell.
Após quase 3 anos, a Google finalmente admitiu que obedeceu a ordem judicial e entregou os e-mails e outros dados digitais desses três integrantes do WikiLeaks à polícia federal americana. Com a confirmação, o WikiLeaks enviou uma carta destinada à Eric Schimidt, atual presidente da Google, dizendo que estão "surpresos e perturbados" com o fato da empresa ter esperado tanto tempo para admitir a entrega das informações. Eles ainda falaram que todo esse tempo poderia ter acabado com todas as chances do WikiLeaks de proteger os seus direitos que tangem à privacidade, associação e de se libertar de buscas ilegais. Ainda nessa mesma carta, a organização solicitou que a Google enviasse uma lista com todos os dados que foram entregues ao FBI. E, como se não bastasse, ainda pergunta se ela, ao menos, tentou impedir que a ordem judicial fosse cumprida.
O WikiLeaks foi informado pelo Google no dia 23 de dezembro do ano passado. Ótima notícia para se receber na véspera de Natal. Na notificação, a Google explicou que apenas respondeu a uma ordem do Departamento de Justiça e que as informações entregues foram apenas e-mails e endereços IP. Além disso, ela ainda informou que não falou nada antes pois a ordem judicial continha uma cláusula que impedia que a empresa informasse ao WikiLeaks. Porém, ela não disse quando essa condição expirou.
É uma situação, de fato, complicada. A WikiLeaks tem o histórico de divulgar, sem pena, diversas informações confidenciais na internet. E, por mais que os alvos, em sua maioria, sejam governos e empresas, ela também divulgou dados pessoais, tais como nome, endereço, e-mail, telefone, etc de soldados americanos que estavam em serviço no Iraque e Paquistão. Não é necessário dizer que isso é um prato cheio para terroristas. Por outro lado, será que a Google realmente não poderia ter constestado a ordem judicial ou, pelo menos, contestado a condição de manter tudo em sigilo para o WikiLeaks? Muita água ainda vai passar debaixo dessa ponte. Vamos aguardar os próximos capítulos.
Fonte: The Guardian
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