Pesquisadores do CNPEM criam nanoantibiótico contra bactérias resistentes
Testes preliminares demonstraram eficiência em enfrentar formas resistentes da bactéria Escherichia coli.
A proliferação de bactérias cada vez mais agressivas e resistentes a antibióticos é uma preocupação crescente dos sistemas de saúde em todo o mundo. Até agora, não há uma solução estabelecida para esse problema.
No início deste mês, um artigo, publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, apresenta a receita para a produção de um nanoantibiótico, com tecnologia para combater bactérias resistentes - similares às superbactérias encontradas em hospitais. Desenvolvido no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), o nanoantibiótico mostrou-se atóxico para as células sadias, um dos gargalos do desenvolvimento de nanopartículas aplicadas à saúde.
Os pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) criaram um método que combina minúsculas partículas de prata, recobertas com sílica e com moléculas de antibiótico para tentar vencer a crescente resistência das bactérias aos medicamentos convencionais.
“Nanomateriais têm sido utilizados como agentes antimicrobianos devido às suas propriedades físicas e químicas únicas. A grande vantagem das nanopartículas é a capacidade de serem seletivas às bactérias (levando uma grande dose do princípio ativo e, sendo assim, muito efetivas) sem afetar as células humanas”, explica o pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), um dos responsáveis pelo desenvolvimento do nanoantibiótico, Mateus Borba Cardoso.
Em testes preliminares de laboratório, a abordagem mostrou bom potencial para enfrentar formas resistentes da bactéria Escherichia coli, que em grandes quantidades pode causar infecção intestinal e urinária.
As soluções adotadas pelos pesquisadores do CNPEM para produzir essa nanopartícula com função antibiótica e com baixa toxidade podem ser estratégicas para o desenvolvimento de novas terapias, não só contra bactérias, mas também contra vírus e tumores.
O trabalho teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Sobre o CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Localizado em Campinas-SP, compreende quatro laboratórios referências mundiais e abertos à comunidade científica e empresarial. O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) opera a única fonte de luz Síncrotron da América Latina e está, nesse momento, construindo Sirius, o novo acelerador de elétrons brasileiro de quarta geração, dedicado à análise dos mais diversos tipos de materiais, orgânicos e inorgânicos; o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) desenvolve pesquisas em áreas de fronteira da biociência, com foco em biotecnologia e fármacos; o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioetanol (CTBE) investiga novas tecnologias para a produção de etanol celulósico; e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) realiza pesquisas com materiais avançados, com grande potencial econômico para o país.
Fonte: Medialink Comunicação
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