Dois ministérios são incendiados em Brasília; governo evacua todos os prédios da Esplanada
Todos os prédios da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, estão sendo evacuados na tarde desta quarta-feira (24) após os ministérios da Agricultura e da Fazenda sofrerem um incêndio do lado externo. Os funcionários dos ministérios estão estão sendo retirados dos prédios pelas saídas dos fundos. Para evitar que manifestantes se aproximem do Congresso Nacional, a Polícia Militar do DF faz uso de bombas de gás lacrimogêneo.
Um manifestante foi ferido gravemente e perdeu parte da mão, segundo apurou reportagem do UOL. Outro manifestante foi ferido a bala. Segundo informações da Secretaria de Estado de Segurança Pública do DF, cerca de 35 mil manifestantes estão, neste momento, na Esplanada. Parte deles tentou invadir o perímetro de segurança restrito próximo ao Palácio da Justiça, mas foi contido pela PM.
A confusão começou quando os manifestantes tentaram furar uma barreira feita pela polícia para se aproximar do Congresso. A todo momento, grupos de policiais tentam dispersar manifestantes, que estão espalhados pela Esplanada dos Ministérios. Vários atiram pedaços de pau e pedras em direção aos policiais, enquanto os trios elétricos das centrais sindicais estão praticamente no meio do fogo cruzado.
Enquanto isso, do lado de dentro do Congresso, deputados de oposição ao governo federal ocuparam a Mesa Diretora da Câmara em protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB) e pediram o encerramento dos trabalhos na Casa. Vice-presidente da Câmara, André Fufuca (PP-MA), suspendeu a sessão por dez minutos depois de uma confusão.
A Marcha das Centrais Sindicais, como está sendo chamado o ato, protesta contra as reformas propostas pelo governo federal e pede a renúncia do presidente Michel Temer. Os manifestantes se reuniram pela manhã em frente ao estádio Mané Garrincha e depois seguiram em caminhada até o Congresso passando pela Esplanada dos Ministérios.
Mais cedo, um grupo pequeno de pessoas com rostos cobertos provocam os policiais, jogando garrafas de água e pedaços de madeira contra os agentes e tentando furar a barreira colocada na avenida das Bandeiras, em frente ao Congresso.
Em reação, policiais militares a cavalo lançaram bombas e atiraram balas de borracha em direção aos manifestantes no gramado da Esplanada. Forças de segurança fizeram outras barreiras nas pistas da Esplanada, também lançando bombas de gás contra manifestantes.
Lideranças do movimento pediam calma, orientam todos a não provocar a polícia e gritam “sem violência”.
De cima dos trios elétricos, lideranças continuavam discursando. “Não são essas bombinhas que jogam em nós que vão tirar o brio dos trabalhadores do Brasil”, disse uma delas.
As forças de segurança tentaram manter os manifestantes na mesma linha dos trios elétricos, estacionados a cerca de 300 metros do Congresso.
Mais cedo, também houve uma pequena confusão entre policiais e manifestantes que não queriam passar pela revista.
A avenida das Bandeiras é o limite para a chegada dos manifestantes. A Secretaria de Segurança e da Paz do Distrito Federal informou que os participantes do protesto não poderão chegar até a praça dos Três Poderes.
Mais cedo, a estimativa da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal é que cerca de 25 mil pessoas participavam da marcha. Brasília recebeu 500 ônibus com caravanas de outros Estados que vieram à capital para o protesto.
Durante a marcha, líderes sindicais anunciaram no carro de som que nenhum mascarado ia entrar no movimento. “Estamos de olho”, anunciaram e pediam que quem estiver com o rosto coberto que tirasse a máscara.
Parlamentares de partidos da oposição se juntaram à marcha por volta de 13h e subiram em um dos carros de som que cruzava a Esplanada dos Ministérios, mas disseram que só iam discursar quando estiverem na frente do Congresso Nacional.
Entre eles, estão os senadores Lindbergh Farias (RJ), Paulo Rocha (PA) e Gleisi Hoffman (PR), todos do PT, e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Fonte: UOL
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