Advogados e diretores do presídio trocam acusações
Acabou em bate boca e troca de acusações mútuas, a visita feita ao Centro de Recuperação Agrícola ‘Silvio Hall de Moura’, em Cucurunã, na manhã de hoje (21) por uma comitiva da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção de Santarém. A finalidade da visita era apurar denúncias de maus tratos contra presos, casos de abusos sexuais, tráfico de drogas e constatar possíveis irregularidades no sistema carcerário do município. A onda de violência crescente no município e a suspeita de envolvimento de detentos em crimes ocorridos na cidade motivaram a vistoria da OAB àquela casa penal.
Mas a vistoria não alcançou seu objetivo.
Ao invés disso, advogados presentes e os diretores daquela casa penal trocaram acusações e fizeram denúncias de abuso de poder e desrespeito cometido por ambas as partes.
O advogado Sérgio Fonseca, por exemplo, afirmou conhecer colegas seus que facilitam a entrada de celulares no presídio. Advertido pelo presidente da OAB, ele preferiu não citar nomes na frente da imprensa, que acompanhou a comitiva à visita ao presídio agrícola. Sérgio também denunciou a presença de estagiários e bacharéis em Direito, que aliciam presos em nomes de advogados.
Ubirajara Bentes afirmou que irá apurar as denúncias feitas pelo advogado Sérgio Fonseca.
Outros advogados presentes denunciaram que são tratados com arrogância e truculência por alguns agentes carcerários, quando visitam a penitenciária para falar com seus clientes.
O diretor Valter Santos, e o vice-diretor Vianey Lira, contestaram as acusações e disseram que são os advogados que agem com desrespeito com o pessoal do presídio.
Acusações de envolvimento de advogados com presas também foram feitas. “Tem advogado que vem aqui para ‘namorar’ com as presas!”, revelou uma advogada.
Atualmente, o Centro de Recuperação Agrícola ‘Silvio Hall de Moura’ abriga 538 presos. O número de agentes penitenciários é considerado insuficiente para atendar a população carcerária. A casa penal conta com apenas 11 agentes.
O diretor Valter Santos informou que a segurança externa é de responsabilidade da Polícia Militar e que existe problema de relacionamento com os PM’s.
Foi a primeira vez que um presidente da OAB em Santarém visitou a penitenciária.
Princípio de rebelião - Enquanto advogados e diretores se engalfinhavam no parlatório da OAB, um princípio de rebelião era contornado pelos homens do Grupo Tático Operacional. Presos provisórios amotinados no pavilhão 1, atearam fogo em colchões e tentaram quebrar as grades das celas. O Tático foi acionado para acabar com o motim.
O presidente da OAB sugeriu ao diretor da penitenciária uma reunião com os agentes prisionais e advogados para que ambas as instituições possam chegar a um entendimento sem que haja conflitos futuros. O local e data para o encontro ainda serão definidos.
Fonte: Quarto Poder
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