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Hospital Metropolitano promove campanha para reduzir acidentes de trânsito


Com o tema “Pare, salve vidas!”, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), localizado em Ananindeua, realiza nas duas últimas sextas-feiras do mês de julho a “Campanha de Educação no Trânsito e Prevenção de Acidentes”, voltada para os motoristas que saem da Região Metropolitana de Belém (RMB) rumo às praias. A ação envolve funcionários voluntários na BR-316 em frente ao Hospital, que é especializado em trauma, ortopedia e queimados.

A iniciativa resulta da preocupação com os números registrados no HMUE, que só no ano passado atendeu 8.713 pacientes vítimas do trânsito. O pico das ocorrências foi exatamente no mês de julho, quando milhares de pessoas se deslocam para as praias. Este mês já foram registrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) 228 acidentes, com seis vítimas fatais e 222 feridos. A PRF é uma das parceiras da campanha, junto com o Departamento de Trânsito do Pará (Detran), Fundação Hemopa e o Hospital Galileu, que atua como retaguarda do Metropolitano.

Dos acidentes registrados pela PRF, a parcela de sobreviventes atendida pelo Metropolitano representa quase 30% dos atendimentos no Hospital, isso por acidentes de automóveis. Nos acidentes envolvendo motocicletas o quadro é ainda mais grave, representando 52,5% dos internados no HMUE só neste ano de 2014. Em números absolutos, de janeiro a junho, o trânsito foi responsável pelo atendimento de 4.018 pacientes, que resultaram em 2.461 internações. Desse total, as que envolveram motociclistas somaram 1.291 casos, mais da metade das internações.

O índice dos motociclistas atingidos no trânsito também é um reflexo nacional e as ocorrências percorrem escalas crescentes e desafiam as autoridades do trânsito e da saúde em geral, como avalia a médica Norma Suely Fonseca Assunção, presidente da Comissão de Óbito do Metropolitano, ao destacar que em percentuais as vítimas desse tipo de acidentes representam a maior parcela dos atendimentos no Hospital. “Isso é gravíssimo e não é exagero dizer que é assustador porque as estatísticas apontam tendência de crescimento. É por isso, também, que precisamos combater os acidentes. Não possível crer que as pessoas, de um modo geral – sejam pilotos, motoristas ou pedestres – não tomem consciência de que algo tem que ser feito e isso passa exclusivamente por uma mudança de comportamento. Só quem dirige um veículo pode, em grande parte, evitar um acidente”, acrescenta a médica.

Os números gerais também seguem uma tendência nacional. O Brasil registra 46 mil mortes no trânsito todo ano, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) publicados recentemente pela Revista Exame, que apontam que o custo dos acidentes também repercute na economia. Só os acidentes com vítimas fatais representam 5% do Produto Interno Bruto (PIB), considerando custos hospitalares, danos materiais e perdas em consequência dos óbitos, já que quase sempre as vítimas estão em plena fase produtiva da vida. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou, recentemente, que as perdas com as vítimas da violência urbana no Brasil, incluído o trânsito, seriam ainda mais custosas financeiramente, equivalendo a 7% do PIB.

Impacto - Um dos dados gerados pelo Hospital Metropolitano ilustra com perfeição o que diz o IPEA sobre o impacto dos acidentes na economia nacional: das vítimas internadas ano passado no HMUE, 31,3% eram da faixa etária entre 20 e 29 anos, seguida pelas faixa entre 30 e 39 anos. Somados, os dois segmentos representaram mais de 50% das internações em 2013.

Esses dados provocam muitas discussões no âmbito da saúde, tal o custo que representam na operação do Metropolitano. “Temos que computar, também, os custos pós-alta hospitalar, pois o paciente continuará o tratamento ambulatorial e quase sempre na fisioterapia”, explica o diretor geral do HMUE, Rogério Kuntz.

É por causa desse cenário que o Hospital Metropolitano, juntamente com o Hospital Galileu (ambos administrados pela Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar – Pró-Saúde, sob contrato com a Secretaria de Estado de Saúde – Sespa) lançam a Campanha de Educação no Trânsito e Prevenção de Acidentes. Ao difundir os números da violência no trânsito, os dois hospitais públicos pretendem sensibilizar motoristas, principalmente os que se deslocarão para as praias e balneários nos últimos dois fins de semana de férias escolares. 

CAMPANHA

Nos dias 25 de julho e 1º de agosto, funcionários do hospital e acadêmicos residentes vão participar, como voluntários, de uma ação na Rodovia BR-316, em frente do Metropolitano. A campanha inclui a distribuição de panfletos e exibição de mensagens chamando a atenção para a responsabilidade de cada motorista. Ao reafirmar que a missão do Metropolitano é salvar vidas, a campanha vai pedir que os motoristas dirijam com segurança.

O diretor geral do Metropolitano reforça que a repetição anual dos acidentes em julho, principalmente nas rodovias, é uma realidade que exige atitude permanente, e não apenas sazonal, de toda a sociedade, que certamente percebe a gravidades das ocorrências, mas não reage diante das consequências dos acidentes. “Nossa intenção é mostrar que, tanto na estrada quanto na cidade os acidentes causam um grande impacto na saúde pública e afetam diretamente a vida das pessoas, seja em âmbito familiar ou profissional. A mensagem da nossa campanha será direta, de que os motoristas podem salvar vidas também se dirigirem com prudência, respeito ao pedestre, se forem obedientes à legislação e, sobretudo, se não fizerem ingestão de álcool quando estiverem ao voltante”, orienta Kuntz.

Ele ressalta que essa campanha é o pontapé inicial e a iniciativa não vai se restringir ao período das férias. “A Intenção é que se faça uma ação por mês abordando-se questões pontuais, como os acidentes com motos. Em novembro, o hospital vai participar novamente do Dia Mundial em Memória das Vítimas do Trânsito” – acrescenta o diretor.

Denilson d'Almeida
Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência

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