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Passivo ambiental da indústria brasileira é estimado em R$ 16,6 bilhões, aponta Abetre


Segundo estudo encomendado à consultoria Tendências, o País possui um estoque de 58 milhões de toneladas de resíduos fabris não tratados.

São Paulo, 19 de setembro de 2016 – A Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre) aponta que o estoque de passivos ambientais a partir de resíduos industriais no Brasil é da ordem de 58 milhões de toneladas. O estudo, encomendado à consultoria Tendências, revela que seriam necessários investimentos de R$ 16,6 bilhões nos próximos dez anos para a remediação e recuperação de áreas impactadas.   

Para chegar no volume de passivos ambientais da indústria brasileira, a Consultoria Tendências contabilizou os passivos gerados nos 20 anos anteriores a 2012. Durante este horizonte de tempo, assumiu-se que a taxa de crescimento média da indústria foi da ordem de 3% ao ano, e que 50% dos resíduos foram descartados de forma irregular, com algum grau de risco. Sob estas premissas, obteve-se o estoque atual de passivos ambientais decorrentes da geração de resíduos industriais.

De acordo com a pesquisa, a recuperação dos passivos ambientais representa um mercado potencial de tratamento de R$ 1,67 bilhão por ano ao longo dos próximos 10 anos. A partir dessa estimativa, acredita-se que o setor de tratamento de resíduos industriais no Brasil deve crescer 26% nos próximos cinco anos para solucionar a questão.

Segundo Carlos Fernandes, presidente da Abetre, o País precisa, entretanto, de mecanismos de controle mais eficientes para evitar o aumento do passivo ambiental. “Embora a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) tenha sido um avanço na área de regulação, as autoridades ainda carecem de sistemas de controle e fiscalização junto ao setor produtivo brasileiro”, comenta.

“O sistema declaratório, obrigação da PNRS e implantado em meio digital em Santa Catarina com a colaboração da Abetre, é uma importante ferramenta para a rastreabilidade de resíduos, trazendo segurança para todos os geradores”, acrescenta.

Fernandes lembra ainda que o Brasil possui tecnologia de ponta e empresas altamente capacitadas para o tratamento de resíduos e recuperação de áreas contaminadas. “O setor privado de tratamento de resíduos no País é hoje a solução ambiental mais viável e segura economicamente para as empresas geradoras e para os gestores públicos”, conclui.

Sobre a Abetre 
Fundada em 1997, a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre) congrega as principais empresas especializadas em tecnologias de proteção ambiental em resíduos sólidos, tais como disposição em aterro, co-processamento, incineração e outros tratamentos térmicos ou biológicos. As unidades operacionais de suas associadas e coligadas representam cerca de 25% das plantas em operação, 60% do segmento de resíduos urbanos e 80% do segmento de resíduos industriais em relação aos serviços de destinação prestados por organizações privadas. 

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