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Bem-vindo ao Tapajós


Por: Dannie Oliveira*/ Revista Vox S/A

Plano Encontro, assim foi intitulado o Plano Estratégico de Turismo dos municípios de Santarém e Belterra. As duas cidades no Oeste do Pará receberão investimentos para desenvolver seus atrativos turísticos pelos próximos 10 anos. Numa síntese, o Plano é um planejamento orgânico, dinâmico e em constante evolução baseado na necessidade de fazer ‘acontecer’ e de promover o desenvolvimento sustentável de uma das áreas que mais gera recursos no país, a turística. Para se ter uma ideia, o turismo no Pará de 2006 a 2014 cresceu quase o triplo do índice registrado pelo turismo doméstico no Brasil no mesmo período (Setur/PA). 

Estruturada em três fases distintas e complementares a ação, analisou a situação atual do turismo na região e também em vários âmbitos, a partir da síntese anterior foi definida a estratégia que será executada no futuro e posteriormente foram estabelecidos os planos operacionais de desenvolvimento e marketing, além das atividades para consolidar as metas e objetivos do Plano.

“Nós conseguimos dar um grande passo que foi planejar o desenvolvimento turístico não somente de Santarém, mas também de Belterra para os próximos dez anos. Estamos criando um novo destino turístico na Amazônia, que se chama “Tapajós Amazônia Espetacular’ e em quatro, cinco anos queremos que este fique conhecido e se consolide tanto no mercado internacional como nacional. Em uma década esperamos ser a melhor experiência turística na região. Sei que é bem ousada as características do plano, mas estamos animados”, afirmou o secretário municipal de Desenvolvimento e Turismo, Valdir Matias Júnior.

Situado entre Belém e Manaus, o município de Santarém é um santuário natural que atraí visitantes de todas as partes do mundo, que chegam à ‘Pérola do Tapajós’ motivados não somente por suas paisagens únicas, mas também pela culinária diferenciada e cultura peculiar, que inclui dança, costumes e artesanato. Belterra não fica atrás e se destaca pela rica floresta e praias, além de prédios históricos que guardam fidedignamente o passado daquele lugar. A região faz jus à famosa biodiversidade característica da Amazônia sendo um mosaico de cenários.

Com um potencial indiscutível para o Ecoturismo, Santarém foi escolhida pelo MTUR, em 2010, para ser um laboratório de experiências que pudessem se tornar referência para outros destinos em diferentes graus de desenvolvimento do segmento de Ecoturismo (Projeto Destinos Referência em Segmento Turístico). A cidade também foi selecionada como um dos 65 Destinos Indutores, a partir de roteiros que já possuíam uma infraestrutura turística básica, com atrativos qualificados, capazes de atrair e distribuir visitantes às próprias cidades do seu entorno. Além de estar entre os 23 municípios prioritários para o turismo no Plano Ver-o-Pará e ser porta de entrada para outras localidades que compõe Polo Tapajós (metodologia de divisão de áreas turísticas usada pela Secretaria Estadual de Turismo do Pará).

O turismo na região é promissor sobretudo em Santarém. Em 2013, dos turistas que passaram pela cidade, 235.201 eram visitantes nacionais e 4.534 estrangeiros, conforme dados conjuntos do DIEESE, SETUR e Semdetur. A receita direta do turismo nacional chegou ao montante de R$ 136.554.864,00 e a do turismo internacional aos R$ 2.575. 312,00. Na temporada 2012/2013 foram 45 navios de cruzeiros no destino, totalizando 28. 164 cruzeiristas, sendo a estimativa de gasto de cada um de R$ 304,80. Na parte hoteleira a ocupação chegou a mais de 60%.

OBJETIVOS DO PLANO

1 Fomentar o desenvolvimento sustentável do turismo na região; 2 ampliar, diversificar e qualificar a oferta turística de forma coerente com o turismo de natureza; 3 fomentar o desenvolvimento de oferta complementar e associada ao turismo; 4 implantar um sistema de monitoramento turístico; 5 criar e consolidar a nova identidade turística própria e específica para o Tapajós; 6 efetivar o trabalho de promoção nos mercados selecionados; 7 aumentar a presença do produto Tapajós na oferta do trade nacional e internacional.

Até 2025 a expectativa é que o volume total de turistas na região seja triplicado, sobretudo os estrangeiros em visita ao Tapajós. Atrelado a isso a receita turística deve ser elevada em até seis vezes, trazendo com isso uma ampliação significativa de em torno de 150% na oferta hoteleira e num âmbito externo consolidando o Tapajós como uma opção atrativa nos mercados nacionais e internacionais.


“Nós esperamos que de fato o turismo seja uma mola para o desenvolvimento de Santarém e Belterra. Através do turismo queremos gerar bem estar social e qualidade de vida para as pessoas e elevar também o IDH da região. Com o advento do plano e com as ações o poder público está promovendo na parte de infraestrutura turística um melhoramento sobretudo na urbanização da cidade. Temos o Centro de Convenções que está saindo do papel, projetos como o Terminal Hidroviário, a revitalização das praças, a conclusão da obra do Aeroporto, investimentos que irão somar para a ampliação dessa oferta”, enfatizou o secretário.

O Plano Encontro irá enfatizar principalmente o turismo de natureza, destacando atividades como: a observação de fauna e flora, trilhas, esportes náuticos, competições esportivas, praias de florestas, cruzeiros, festa e eventos, gastronomia, vivência em comunidades regionais, congressos entre outros. Para facilitar o acesso a esses lugares e ações, foram estabelecidos os atrativos classificados em categorias: estrela, A,B e C.

Como atrativos ‘Estrela’ foram classificados: as praias do Rio Tapajós (Flona e Resex), o Encontro dos Rios Amazonas e Tapajós, a Praia de Alter do Chão, Artesanato cerâmica da tradição tapajônica, Reserva Extrativista Tapajós- Arapiuns, Conjunto histórico e arquitetônico de Belterra, Comunidades ribeirinhas da Flona, Floresta Nacional do Tapajós. 

Os atrativos ‘A’ são:Rio Tapajós , Rio Amazonas, Rio Arapiuns, Rio Curuá-Una (3 ecossistemas amazônicos), Canal do Jari (comunidades Arapixuna e Carariacá: folclore e artesanato), Artesanato em fibra de tucumã, juta, jupati e tucuri, Gastronomia e produtos típicos (peixes, frutas), Festa do Çaire, Praia de Ponta de Pedras, Praia de Arapiuns e cachoeira do Aruã, Fazenda Taperinha (histórica e sítio arqueológico), Festa do Divino Espírito Santo (tradição de 130 anos, festa profana e religiosa), Lendas amazônicas - muiraquitã, vitória-régia, curupira, cobra-norato, boitatá, Floresta alagada, Produção de couro vegetal - Comunidade MaguaryTapajós, Comunidades Indígenas - Itacoara e Bragança, JungleMarathon , Praias de Aramanaí e Pindobal.

Já como os atrativos ‘B’ foram estabelecidos:a Escola da Floresta (comunidade Caranazal), Lago Verde ou dos Muiraquitãs (paisagem), Ilha de Água Preta (fauna), Lago Maicá (fauna), Lago Mapiri e Papacu (pesca), Lago Tapari (beleza cênica), Várzea do Rio Amazonas e suas comunidades, Praça Mirante do Tapajós, Centro Cultural João Fona, Cristo Rei - Centro de Artesanato do Tapajós, Crucifixo de Von Martius, Artesanato cuias pintadas, Feira do Mercado Modelo e Central, Morro de Alter do Chão/Serra da Piroca.

E por fim os atrativos ‘C’ : ZooFIT - Centro de Recuperação da Fauna do Oeste do Pará, Ilha de São Miguel (pássaros e quelônios), Grande Lago do Curuai e comunidades (produção de artesanato), Igarapé-Açu (fauna), Reserva Florestal do Palhão, Solar do Barão de Santarém, Solar do Barão de São Nicolau, Igreja Nossa Senhora da Conceição, Cristoval, Usina Hidrelétrica de Curuá-Uma, Praias de Santarém (Salvação, Maria José, Arariá, Paçujara, Carapani, Jutuba e Ponta do Cururu - sem infraestrutura), APA Alter do Chão, APA do Juá, APA Saubal, APA Aramanaí, Bosque de Santa Lúcia, Cachoeira da Cavada, Praças de Santarém com esculturas de João Fona, Festa de São Sebastião e de São Pedro, Festa de Nossa Senhora da Conceição, Carnalter, Quadra Junina (quadrilhas, boi-bumbá), Museu Dica Frazão, Festival Borari, Serra de Piquiatuba, Museu de História e Arte Sacra, Festival Folclórico Colegial, Antigo Teatro Vitória, FestIara, Festival do Tucunaré, Festival do Licor (comunidade de Cajutuba), Festival da Mandioca, Paraíso das Abelhas (meliponia).

Porém, para que as metas do plano sejam concretizadas, o desafio será contornar fatores como: o crescimento desordenado e sem sustentabilidade, a expansão e consolidação de outros estados e destinos da Amazônia Brasileira e ainda a qualificação dos mesmos em relação ao que está sendo promovido na região do Tapajós e a falta de infraestrutura e serviços necessários em parte dos atrativos listados. Em contrapartida a região do Tapajós apresenta potencial de atração turística e capacidade para ampliar sua quota de participação no volume turístico do Pará. As cidades de Santarém e Belterra têm ofertas características do segmento de natureza, a estruturação de produtos e atividades deve ampliar a atratividade e aumentar a demanda para os destinos.

*É jornalista

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