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'Foi um desespero total', diz sobrevivente de naufrágio no Pará


De acordo com a Capitania dos Portos, até a tarde desta sexta (19), doze corpos foram encontrados.
Barco "Iate Leão do Norte" naufragou na madrugada desta sexta,19. Até o momento, 12 mortes já foram confirmadas pela Capitania dos Portos.

A dona de casa Cenira Ferreira é uma das 46 pessoas que conseguiu se salvar durante o naufrágio do barco de passageiros "Iate Leão do Norte", que afundou na madrugada desta sexta-feira (19) matando 12 pessoas nas proximidades de Cachoeira do Arari, na região do Marajó, no Pará. Ela conta que conseguiu nadar para se salvar no momento do acidente. "[O barco] Virou de repente. Eu afundei, mas consegui voltar. Foi tudo muito rápido, um desespero total", relata.

Socorro de Maria Almeida Pereira também sobreviveu à tragédia, mas lamenta não ter conseguido ajugar ninguém durante o acidente. "Como foi tudo muito rápido, não teve como [ajudar]. Passamos num redemoinho, e o barco virou de cabeça para baixo", lembra.

Além dela, outras vítimas do acidente ainda estão internadas no único hospital público da cidade, que está superlotado. Segundo a enfermeira Marly Rodrigues, muitos passageiros foram nadando até a margem do município, que ficava a aproximadamente 500 metros do local do naufrágio. Por conta disso, vários deles ingeriram água misturada com óleo, e estariam intoxicados.

"Está crítica a situação. Tem crianças em coma, estão chegando corpos. A cidade parou. Tem muita criança desaparecida, segundo informações de familiares. Temos uma criança em estado grave, que é uma criança de 3 anos, que engoliu muita água com óleo, porque no momento que bateu [o barco], também vazou óleo", conta Rodrigues.

Documentação irregular

A embarcação "Iate Leão do Norte", que apesar de ser chamado de "Iate" é um barco de passageiros, estava com a documentação irregular, segundo a Capitania dos Portos. "O barco não foi despachado pela Capitania dos Portos, estava navegando à revelia", conta o capitão Sérgio Duarte.

De acordo a Capitania dos Portos, o despacho é um documento que autoriza a embarcação a navegar, e precisa ser renovado a cada 30 dias. "O número de embarcações aqui na região é muito grande. Fazemos a inspeção em todas as áreas que a gente pode. A verdade é que essa embarcação não tinha sido despachada pela nossa capitania", afirmou o capitão.

Barcos da região auxiliam no resgate das vítimas de naufrágio

Entenda o caso

A embarcação "Iate Leão do Norte" naufragou na madrugada desta sexta-feira (19), durante o trajeto de Arapixi, uma localidade do município de Chaves, na ilha do Marajó, com destino a Belém. Doze pessoas morreram e 46 foram resgatadas com vida. O número de desaparecidos ainda não foi confirmado, já que os trabalhos de busca ainda estão em andamento.

Dois navios da Marinha mais uma lancha auxiliar foram enviados para a localidade para fazer as buscas aos sobreviventes. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Marinha do Brasil estão no local realizando buscas aos desaparecidos. Um inquérito será instaurado para apurar as causas do naufrágio, que ainda são desconhecidas. A previsão de conclusão é de 90 dias.

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