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Família Barbalho quer se perpetuar no poder

"Essa família é muita unida e também muito ouriçada..."
A derrota do ‘clã’ dos Sarney, no Maranhão, foi um bálsamo para o povo maranhense, que agora se sente aliviado pelo fim de uma oligarquia que durante anos se utilizou da máquina pública em benefício próprio. Foram mais de 50 anos ditando o poder naquele estado. Durante este período, o patrimônio dos Sarney apenas aumentou. O espólio do patriarca do ‘clã’ inclui fazendas, emissoras de rádios, tvs e jornais, além de inúmeros imóveis. Os bens pessoais do senador e seus familiares estão avaliados em mais de R$ 150 milhões. Com a eleição de Flávio Dino (PC do B) para o governo, e a consequente derrota de Lobão Filho (PMDB), os Sarney passarão para o lado da oposição e entrarão em novo ciclo. Neste caso, prevaleceu a vontade do povo que elegeu o principal opositor dos Sarney ainda no primeiro turno. Uma vitória ímpar da democracia.

Esse tipo de governo é nocivo à sociedade e, sobretudo, à máquina pública, pois beneficia apenas um pequeno grupo de políticos ou apenas uma família como é o caso do Maranhão, com o ‘clã’ dos Sarney. Mas outras oligarquias tradicionais tentam resistir à vontade do povo em alguns estados e municípios. Em Alagoas, por exemplo, duas famílias tradicionais selaram um apoio quase que satânico para eleger Fernando Collor para o Senado e Renan Filho, governador do Estado. A manobra deu certo. O mentor dessa junção foi o senador da República Renan Calheiros, que assim como Sarney e Collor teve o patrimônio pessoal multiplicado em milhões de reais depois que entrou para a vida política.

O Estado do Pará é um dos estados brasileiros que nesta eleição já está marcado pela perpetuação de um grupo familiar no poder. Aqui, é o ‘clã’ dos Barbalhos que tenta dar as cartas no estado. Na eleição de 5 de outubro, de uma só tacada, o senador Jader Barbalho elegeu a ex-mulher, o sobrinho e atual mulher para a Câmara Federal. Seu maior feito, no entanto, é eleger seu filho, Helder Barbalho ao governo paraense.

No Pará, reduto político do Senador, ex-deputado e ex-governador Jader Barbalho, conseguiram vaga na Câmara dos Deputados Elcione Barbalho e José Priante, respectivamente ex-mulher e sobrinho do político. Além disso, também foi eleita Simone Morgado, mulher de Barbalho, deputada estadual eque  agora vai ocupar uma cadeira na Câmara Federal ao lado da ex-mulher do Senador sobrancelhudo.

Helder Barbalho teve 49,88% dos votos e por muito pouco não foi eleito governador no primeiro turno. A disputa no segundo turno será contra o Simão Jatene (PSDB), atual governador, que teve 48,48% dos votos. Jader Barbalho já cumpriu dois mandatos de governador no Pará – em 1983 e 1991 – e agora pode eleger seu filho para o cargo.

Grande parte da sociedade paraense repudia a família Barbalho, que no estado detém concessão de rádio e televisão, além de um dos jornais de grande circulação na capital, o Diário do Pará, usado para defender os interesses do senador e seus aliados e atacar desafetos políticos. Jader Barbalho também é dono de um patrimônio cujo valor é incalculável.

Nesta terça-feira (7), a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) recebeu denúncia contra o senador Jader Barbalho, em um processo de formação de quadrilha, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.

O processo corre em segredo de Justiça e, por isso, não há detalhes sobre as acusações. Ele tramita no STF desde 2008. A ação tem origem no Ministério Público Federal de Tocantins, órgão que investigou possíveis fraudes na Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).

No ano passado, Jader foi condenado pela Justiça Federal no Tocantins a devolver R$ 2,2 milhões à União por desvio de verbas na Sudam, na liberação de recursos para um projeto fraudulento. Sua defesa recorre da decisão. Jader também responde a outros processos no STF.

Entenda um pouco mais sobre o ‘clã’ dos Barbalhos clicando aqui.

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