APL inicia plantio de mudas para introdução de medicamentos fitoterápicos na rede pública de saúde
O projeto dá início ao processo de produção e introdução de medicamentos,
drogas vegetais e fitoterápicos no sistema de saúde de Santarém
A Prefeitura de Santarém, por meio do projeto Arranjo Produtivo Local (APL), da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou a etapa de plantio de ervas medicinais para o cultivo de fitoterápicos no município. O primeiro plantio do projeto ocorreu na manhã desta quinta-feira (9), nas dependências do Centro de Recuperação Silvio Hall de Moura (CRASHM), na comunidade de Cucurunã. O projeto está sendo executado em conjunto com a gestão da casa penal e visa oportunizar a ressocialização dos envolvidos com a implantação de uma nova cadeia econômica.
O APL Fito, como é chamado o projeto, faz parte da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Ministério da Saúde. Implantado no município pela Semsa, tem por objetivo a produção de plantas medicinais, dando início ao processo de produção e introdução de medicamentos, drogas vegetais e fitoterápicos no Sistema Único de saúde (SUS) em Santarém.
Trata-se de uma nova modalidade do SUS que retoma uma cultura tradicional da região que utilizava a cura por meio das plantas, já que o Pará é o estado brasileiro que possui o maior número de plantas com propriedades medicinais. O uso de plantas no tratamento e cura de doenças é usada há bastante tempo por farmácias de manipulação, devido a eficácia e rapidez do efeito terapêutico.
No CRASHM, a equipe do APL vem contando com o apoio de 35 internos que ajudam no desenvolvimento do projeto. "Através dessa parceria com o Centro de Recuperação Silvio Hall de Moura, o projeto vem aliando o cultivo de plantas medicinais, ajudando na ressocialização desses internos", explica.
Após isso, as plantas medicinais cultivadas servirão de matéria-prima para a produção dos medicamentos fitoterápicos. Uma vez beneficiados, os insumos serão utilizados na produção de fitoterápicos que serão distribuídos pelo SUS através de Unidades Básicas de Saúde, bem como comercializados sob a forma de produtos orgânicos à base de plantas medicinais.
Em um momento posterior o projeto ainda será expandido para Alter do Chão e São Braz (no Eixo Forte) e terá também uma unidade no bairro Mapiri (na zona urbana). Serão produzidas nessas unidades as seguintes plantas medicinais: cumaruzinho, gengibre, unha-de-gato, capim-limão, babosa e erva-cidreira.
O projeto alia o cultivo de plantas medicinais com a ressocialização dos
internos do Centro de Recuperação Silvio Hall de Moura
Conceição Menezes explica que o cultivo de plantas medicinais e o seu beneficiamento traz uma série de vantagens. Uma delas é o uso das ervas em tratamento terapêutico alternativo de qualidade, além da geração de renda complementar a partir da produção de outros produtos por meio da capacitação de agricultores e comunitários das localidades envolvidas, como é o caso dos internos do CRASHM. "No geral, o APL Fito visa facilitar o acesso dos usuários do SUS a medicamentos fitoterápicos de qualidade, aperfeiçoando a assistência farmacêutica municipal conforme os princípios e diretrizes do SUS, além de estimular o desenvolvimento econômico e social dos produtores locais", disse.
Após o plantio, as próximas etapas serão a instalação do laboratório para a confecção dos medicamentos e, em seguida, a dispensação dos fitoterápicos para o tratamento de pacientes atendidos pelo SUS. Com o laboratório instalado, o projeto APL Fito pretende produzir xaropes, pomadas e cápsulas para fazer o tratamento com uma medicação mais aproximada do alopático, ou seja, que se aproxime mais dos medicamentos que a maioria das pessoas já conhece e que fazem parte da medicina tradicional. Com isso, fica mais fácil do paciente aderir e dos médicos prescreverem os medicamentos naturais.
O cultivo e beneficiamento das plantas medicinais promove tratamento
terapêutico alternativo de qualidade e geração de renda
aos agricultores e comunitários envolvidos na produção
O que são medicamentos fitoterápicos
Ao se utilizar a planta medicinal de maneira industrial para obtenção de um medicamento surge um fitoterápico. O processo de industrialização é importante porque evita contaminações, além de dosar de maneira correta a quantidade que uma pessoa pode consumir. Esse último ponto é essencial para evitar intoxicações com esses produtos.
Os medicamentos fitoterápicos são definidos pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como aqueles que são obtidos a partir de derivados vegetais e que os riscos, os mecanismos de ação e onde agem no nosso corpo são conhecidos. Esses medicamentos são feitos exclusivamente de matéria-prima vegetal. Todo fitoterápico deve ter sua ação comprovada através de estudos farmacológicos e toxicológicos. Eles possuem seus benefícios comprovados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e, como qualquer medicamento, só devem ser usados com recomendação médica.
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Fonte: PMS
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