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Ibama rejeita licença ambiental de empresa francesa que quer explorar petróleo na Amazônia

O Ibama publicou um parecer em que rejeita a licença ambiental que permitiria à empresa francesa Total explorar petróleo na bacia da foz do rio Amazonas, lar dos Corais da Amazônia.  

Desde 2015 a empresa tenta obter a licença ambiental para explorar petróleo na região. Três versões do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) já haviam sido apresentadas ao Ibama, mas todas tinham baixa qualidade e inconsistências, segundo o próprio órgão ambiental. A petrolífera recebeu pedidos de correção e submeteu documentos novamente.

Após analisar a versão mais recente, o Ibama afirma que diversos itens são inaptos ou têm informações pendentes. E completa que, dessa forma, a emissão de licença para perfuração e exploração de petróleo não é possível. A Total ainda tem uma última chance para apresentar documentos complementares pedidos. Caso não atenda os pontos levantados, terá sua licença arquivada pelo Ibama.

Entre os pontos falhos estão dados sobre impactos sobre a biodiversidade marinha, sobre a modelagem da dispersão de óleo em caso de derramamento e problemas nos projetos de monitoramento ambiental. Em seu EIA, a própria petrolífera admite que, em caso de um vazamento, há uma chance de 30% do petróleo atingir a região dos recifes. E a empresa pouco tratou em seu estudos sobre os impactos de um derramamento nas águas de países vizinhos, como Guiana Francesa, Suriname e Venezuela.

“A Total está há dois anos tentando, mas nunca deu respostas satisfatórias para o Ibama. O órgão não deve dar outra chance para essa empresa ameaçar esse bioma único, que ainda nem tivemos tempo de conhecer a fundo. Já sabemos que ali vivem espécies de peixes ameaçadas de extinção. E é provável que existam também novas espécies, nunca antes catalogadas por cientistas. A exploração de petróleo pode por tudo isso a perder”, afirma Helena Spiritus, bióloga do Greenpeace.

Desde janeiro, o Greenpeace mantém uma campanha para evitar que petrolíferas explorem a região próxima aos Corais da Amazônia. Mais de 1,2 milhão de pessoas já assinaram uma petição e cientistas renomados no mundo todo assinaram uma carta pedindo a proteção do bioma.

Fonte: RG 15/O Impacto e Jéssika Oliveira/Greenpeace

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