Parlamento Amazônico debate problemas comuns aos estados da região
Integração regional para desenvolver a Amazônia, exploração mineral em áreas indígenas, entre outras demandas comuns aos nove estados que integram a Amazônia Legal são os temas da sétima Reunião Ampliada do Parlamento Amazônico (Parlamaz). A reunião acontece nesta quinta-feira (19/05), na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), em Belém.
O encontro conta com a participação de representantes da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Banco da Amazônia (Basa), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) do Serviço Geológico do Brasil, Ministério de Minas e Energia, governo equatoriano e deputados estaduais da Amazônia. "O Parlamento Amazônico tem muitos objetivos comuns. Não somos vereadores nem congressistas, mas os deputados estaduais têm um papel extremamente importante, que é a integração regional. Entendo que esta é uma agenda positiva, que é o que precisamos ter. Os estados devem ser propositivos", avalia o presidente do Parlamaz, deputado Sinésio Campos (AM).
Para o deputado Márcio Miranda, presidente da Assembleia Legislativa do Pará e anfitrião do encontro, "Neste momento em que cada Estado vive sua crise e a crise brasileira que chega a todos, individualmente cada parlamento faz o seu debate. Mas este é o momento de trazermos as discussões, unificando os discursos em uma pauta conjunta, para mostrarmos a nossa dificuldade, traduzir o sentimento de cada Estado, o que os parlamentos tem para demonstrar não só com a preocupação com a crise nacional, mas também com a relação futura da Amazônia com o mundo, que é vista de fora. As pessoas vêem a floresta e não enxergam o homem da Amazônia", diz Márcio Miranda.
O presidente da Alepa destacou que "queremos fazer um chamamento para esse olhar diferenciado. A Amazônia tem sido cobiçada pelo mundo e a nós é cobrada uma grande conta no sentido de mantê-la. Só que o homem que está aqui, o ribeirinho, o trabalhador que vive nos mais de 1.100 assentamentos rurais tem necessidades básicas como alimentação e moradia. A grande maioria dessas pessoas tem esperança de uma vida melhor e, lógico, que isso gera desmatamento, porque o homem vê a árvore e a família com fome e prioriza a família, derruba a árvore para garantir o sustento. É preciso que o Parlamaz tire algo como cobrança do resto do mundo de conscientização. Eles preconizam uma conscientização de fora para dentro de que a gente tem que preservar a floresta, mas é preciso que alguém nos ajude também", avalia.
O presidente do Legislativo paraense cita como exemplos os créditos de carbono, "que, na prática, nunca resultou em nenhuma compensação. Também tem o grande manancial dos rios da Amazônia que servem para produzir energia limpa para outros estados. Não somos contra, mas queremos traduzir essa energia para o nosso estado. Por isso, sempre levantamos a questão das hidrelétricas, que são construídas, bloqueiam nossos rios, produzem energia para outros estados que cobram impostos e nada fica para cá. Nós, amazônidas, temos que nos preparar para esse debate e para fazer essa cobrança. São tantos problemas comuns que nos obrigam a nos unir", conclui Márcio Miranda.
O Parlamento Amazônico é uma entidade que congrega os legislativos estaduais da região. Os deputados reúnem-se, regularmente, sempre em capitais da região e discutem soluções para problemas enfrentados pelos mais de 27 milhões de habitantes que vivem na região.
Fonte: Assembléia Legislativa
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