Anvisa quer regulamentar venda de produtos da medicina chinesa
Fabricantes de chás, ervas e fitoterápicos precisam explicar os benefícios dos produtos. São medidas para dar mais segurança ao consumidor.
Novas regras querem para regulamentar a venda de produtos usados pela medicina chinesa. Agora, os fabricantes de chás, ervas e fitoterápicos precisam explicar melhor os benefícios dos produtos. São medidas para dar mais segurança ao consumidor, que precisa saber o que está usando.
Os medicamentos chineses não têm registro no Brasil. Além de ervas, alguns deles podem levar, por exemplo, ossos e chifres de animal. Durante três meses, a Anvisa vai ouvir especialistas para regular esse setor.
O estresse e a depressão levaram Cenira Freitas a procurar ajuda. Ela recorreu à medicina tradicional chinesa: fez acupuntura e passou a tomar remédios feitos de ervas da China.
Gostou do resultado. “Eu já senti a diferença. Um estado mais tranquilo da minha pessoa. É como se eu conseguisse lidar melhor com os meus problemas”, conta a bancária.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária está propondo regras para a venda de produtos da medicina tradicional chinesa. A Anvisa vai considerar apenas as formulações feitas a partir de matéria prima vegetal e mineral. O uso de matéria prima animal fica proibido e passa a ser considerado infração sanitária.
Para evitar a automedicação, os produtos não poderão informar nas embalagens para o que são indicados. Os fabricantes, revendedores e distribuidores terão que se cadastrar na Anvisa e também informar todos os materiais usados nos produtos. Quem fabrica vai ficar obrigado a cumprir normas específicas de qualidade e boas práticas de manipulação.
A Anvisa quer informações de profissionais de saúde, fabricantes e de quem usa os produtos. Vai monitorar o setor por três anos e depois dizer como os produtos serão indicados: medicamentos ou fitoterápicos tradicionais.
“É importante que nós tenhamos uma atitude em relação à medicina tradicional chinesa para tirar dessa zona cinzenta e esclarecer as autoridades sanitárias sobre o que efetivamente acontece para poder depois dar segurança às pessoas que usam e àquelas que prescrevem”, afirma o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.
Com a regulamentação vai ficar claro quem pode prescrever os produtos da medicina chinesa: apenas médicos ou outros profissionais.
O diretor da Escola Nacional de Acupuntura diz que a proposta da Anvisa é positiva, mas defende que, assim como na China, os acupunturistas possam indicar os remédios. “A prescrição de um fitoterápico chinês demanda um raciocínio médico chinês, e um profissional da acupuntura tem formação para isso”, afirma Ricardo Antunes.
A Anvisa já decidiu que não poderão ser usados produtos de origem animal na fabricação desses remédios.
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