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Carvoeiros de Santarém querem ser regularizados


Segundo a Prefeitura, o local está interditado
Santarém - Os carvoeiros lutam para o reconhecimento da profissão em Santarém, oeste do Pará. Das 10 associações que existem na cidade, nenhuma é regularizada.

O carvão feito de forma artesanal dá muito trabalho e demanda tempo. Para que a madeira se transforme no produto, fica por 10 dias num forno. Outros três dias ainda são necessários para o carvão esfriar e ser embalado.

Essas associações ligadas a uma entidade maior, no bairro Floresta, resistem à falta de investimento no setor e atuam de forma irregular. “No governo anterior, tínhamos um acordo de eles darem uma área para a gente trabalhar legalizado e talvez ter um preço melhor. E a associação mudaria para cooperativa. Como acabou o governo e a gente ainda não conseguiu a área, a gente ainda está marcando, agendando para falar com eles [Prefeitura] sobre a nossa área”, explicou o presidente da Associação de Carvoeiros de Santarém, José Maria Silva Pereira.

Desde que a associação foi fundada, há 25 anos, os carvoeiros pedem o reconhecimento da categoria. Mas, várias questões, inclusive ambientais, dificultam a regularização dos trabalhadores. “Em 2008, fizemos uma pesquisa: a produção da carvoaria dá emprego diretamente a quatrocentas famílias. Indiretamente, dava mais de mil famílias porque tem o churrasquinho, o comerciante. O outro fato é o desemprego. Nossa cidade não tem emprego. Quem está na carvoaria, não é nem porque gosta, mas é porque não tem outra fonte de renda”, completa Pereira.

Quem não consegue emprego em outra área e vê na carvoaria a única oportunidade para trabalhar, espera com ânimo o reconhecimento da profissão. “Em Santarém, é muito ruim de encontrar emprego. Eu, pelo menos, já deixei currículo em um bocado de firma, mas até agora não fui chamado. Se legalizar, para nós, é melhor”, conta um carvoeiro.

Além da falta de reconhecimento da categoria, o aumento no custo para a produção carvoeira tem afastado muitos trabalhadores da profissão. Uma das 10 carvoarias de Santarém chegou a ser fechada por causa da baixa produção e do desânimo de muitos trabalhadores.

A Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura de Santarém informou, em nota, que de acordo com informações do setor de fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma),as carvoarias do bairro citado na reportagem foram interditadas em 2011 e as famílias foram encaminhadas a assistência social. Porém, estas famílias voltaram a trabalhar com a atividade no bairro, mesmo o local estando interditado. A Semma fará uma ação integrada com outros órgãos para novamente encaminhar essas famílias a assistência social para que não fiquem desamparadas. 

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