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Refugiados venezuelanos são mandados para Santarém

Grupo está abrigado no Centro de Formação Franciscana, ligado à Diocese de Santarém.

PEGAS DE SURPRESA, as autoridades santarenas conseguiram com eficiência, dar encaminhamentos sobre a chegada repentina de um grupo de 30 venezuelanos, que desembarcaram no dia 28 de setembro na Pérola do Tapajós.

Os indígenas Waraó, – a maioria crianças -, vieram do estado de Rondônia, onde segundo informaram às autoridades, estavam há cerca de um ano; antes passaram por Roraima e Amazonas. Nossa reportagem obteve informações, que autoridades das capitais, estão embarcando os refugiados para outras cidades, com o objetivo de se livrar da demanda. Se confirmada tal situação, é possível prever a chegada de mais venezuelanos, o que representa um viés que precisa urgentemente ser levado em consideração pelas autoridades municipais, estaduais e federais.

Na cidade, as opiniões sobre a chegada e permanência dos venezuelanos se dividem. Para o funcionário público Sebastião Silva, é preciso dar oportunidade para que todos possam ter uma vida melhor do que tinham em seu País.

“Temos que nos colocar no lugar deles. Imaginemos nós passando por uma situação como a que eles estão passando na sua terra natal. Nestas horas temos de ser solidários e reunir forças para fazer o melhor que pudemos para ajudar”, informou.

Com pensamento contrário, João dos Santos, operador de máquina pesada, diz que não é justo, pois existem santarenos que também estão em situação, difícil.

“Conheço famílias na periferia da cidade, que não têm o que comer. Os que poderiam trabalhar estão desempregados. Crianças que têm na merenda escolar a sua única refeição digna, e mesmo assim, algumas escolas estão servindo apenas biscoito com suco”, lamenta João.

MOBILIZAÇÃO: Com apoio de instituições, órgãos e entidades, a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semtras), conseguiu um abrigo para o grupo de 30 indígenas venezuelanos refugiados da etnia Waraó, que estão no município desde o dia 28 de setembro.

O abrigo, que fica no bairro Jardim Santarém, será disponibilizado pela Diocese de Santarém. O grupo será acolhido durante todo o mês de outubro, até que sejam encontradas soluções quanto à permanência deles no município.

Todos foram levados em segurança ao local em um ônibus disponibilizado pela Semtras. O transporte do grupo ocorreu na terça-feira (3), às 9h. Além disso, a Secretaria vai contribuir com a alimentação dos refugiados e se comprometeu em fazer os encaminhamentos necessários para que os venezuelanos possam retirar documentos.

A Prefeitura de Santarém e a Funai em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) por meio do Curso de Direito e de Antropologia vão realizar um estudo técnico sobre os costumes e tradições deste povo.

O Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Caranazal ligado à Semtras vai ofertar serviços sociosassistenciais para todos os indígenas refugiados que necessitarem.

A Funai ficou responsável em conseguir matéria prima para confecção de artesanatos para que os venezuelanas possam ter uma fonte de renda. O Ministério Público Federal (MPF) vai colaborar com a doação de cestas básicas, e a Defensoria Pública da União se comprometeu em agilizar junto ao Ministério do Trabalho o processo de emissão da carteira de trabalho para que os refugiados possam estar aptos a trabalhar legalmente.

A assistência médica para essas famílias da Venezuela será garantida pela Prefeitura de Santarém, através da Secretaria Municipal de Saúde que prestará atendimentos por meio do Consultório de Rua.

COLABORE COM DOAÇÕES: A Ufopa iniciou no dia 28 de setembro uma campanha de arrecadação de alimentos e produtos de higiene para o grupo. As Igrejas também estão se mobilizando para contribuir com a causa. Os materiais podem ser doados no Campus Tapajós, Avenida Mendonça Furtado -Térreo, sala 108, de 8h às 18h.

A Secretária de Trabalho e Assistência Social, Celsa Brito, destacou o trabalho integrado das instituições. “É muito positivo ver a participação de todos neste momento tão importante de acolhida aos indígenas, pois é fundamental esse trabalho intersetorial para juntos encontrarmos o melhor caminho. Estamos cumprindo com nosso papel, de prestar assistência a quem precisa; independente de gêneros, etnias, grupos, todos merecem tratamento humanizado”, ressaltou.

Uma nova reunião das instituições será realizada no dia 16 de outubro, às 14h, no Centro Municipal de Informação e Educação Ambiental (Ciam). A imprensa está convida a participar.

BELÉM DIFERENTE DE SANTARÉM: Na capital do Estado, os imigrantes estão sem amparo, fato que fez com que os órgãos de defesa do direito agissem. O Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE) encaminharam notificação a órgãos públicos para recomendar a tomada de providências para preparação de abrigo, ajuda humanitária e outras iniciativas de assistência em Belém (PA) aos indígenas Waraó, que estão migrando da Venezuela para o Brasil.

A recomendação foi encaminhada na quarta-feira (27) às casas civis da Presidência da República e do Governo do Pará, aos ministérios da Justiça e Segurança Pública, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento Social, à Fundação Nacional do Índio (Funai), às secretarias paraenses de Justiça e Direitos Humanos e de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda, à prefeitura de Belém e à Fundação Papa João XXII (Funpapa).

Cerca 80 indígenas que já chegaram à capital paraense desde julho estão sem abrigo ou em ambientes totalmente precários, em áreas de prostituição e tráfico de drogas. Uma criança morreu por problemas de coração. Segundo informações do consulado da Venezuela em Belém, é possível que mais 26 indígenas cheguem a Belém nos próximos dias, vindos de Manaus (AM). (Com informações da Ascom/PMS e MPF).

Por: Edmundo Baía Júnior

Fonte: RG 15/O Impacto

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