MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS: COMO FUNCIONAM E QUAL USAR
O QUE SÃO E FAZEM OS MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS?
Os métodos anticoncepcionais são, basicamente, formas de se evitar (prevenir) uma gravidez, impedindo que o processo de fecundação (o encontro de espermatozoides com um óvulo) aconteça. Falaremos hoje de todos métodos conhecidos, um pacote completo e didático sobre o assunto para que você não fique com nenhuma dúvida! Lembrando que é a mulher que deve sempre procurar o serviço de saúde para ser informada sobre os riscos e benefícios de cada opção, suas características, contraindicações e métodos mais adequados para ela e que o melhor método é aquele que será utilizado de forma consistente, é aceitável para a paciente e seu parceiro, e não causa efeitos colaterais incômodos.
A história dos métodos contraceptivos
Desde a antiguidade a humanidade procura formas de prevenir gestações não desejadas. Hipócrates, o pai da medicina, já tinha algumas hipóteses sobre o uso de sementes de cenoura selvagem como método contraceptivo, e os egípcios em sua época desenvolviam técnicas como supositórios vaginais embebidos em substâncias que supostamente neutralizavam os espermatozoides. Além disso, o método anticoncepcional masculino mais conhecido era o coito interrompido, mostrando que já era conhecida a relação do sêmen com a gravidez.
Atualmente, há um leque de opções para escolher. Decidir qual é a melhor pode ser difícil, já que há inúmeras questões a considerar, incluindo os custos, planos de uma futura gravidez, os efeitos colaterais, a eficácia do método, entre tantos outros. Dentre os diversos métodos contraceptivos disponíveis para ajudar a evitar a gravidez, alguns são mais conhecidos, como os preservativos e pílulas anticoncepcionais, sendo hoje as alternativas mais usadas como ferramenta de planejamento familiar.
Segundo pesquisas, o anticoncepcional mais usado no mundo é a famosa pílula combinada, que contém dois hormônios e é usada diariamente, por ser um medicamento de fácil acesso e muito conhecido. Porém, a pílula funciona somente se ingerida corretamente, pois têm sua eficácia reduzida caso a mulher esqueça de tomá-la. Por essas e outras questões, iniciaremos o nosso manual por esse método, abordando todas as suas formas e usos.
PÍLULA
A pílula anticoncepcional é um pequeno comprimido que contém hormônios (substâncias químicas) que imitam os hormônios que a mulher produz naturalmente no dia a dia. O papel delas é impedir o amadurecimento e saída do óvulo do ovário e também alterar o muco cervical (produzido pelo colo do útero), tornando-o mais espesso e dificultando a entrada do espermatozoide. É importante, inicialmente, sabermos que existem dois tipos de pílula: a combinação de hormônios, geralmente estrógeno e progestágeno e a minipílula, que contém apenas o progestágeno em sua composição. Além, claro, da pílula do dia seguinte, que é um método de emergência e não deve ser usado rotineiramente, devido aos riscos (e perda de eficácia). Lembrando que nas de ingestão diária, a ordem da cartela deve ser sempre respeitada. Contudo, é indispensável saber que a pílula não protege de doenças sexualmente transmissíveis, como AIDS, HPV e sífilis, que poderão ser evitadas com o uso da camisinha.
Pílula combinada (monofásica)
É a mais conhecida e usada pelas mulheres. Possui em sua fórmula estrógeno e progestágeno com a mesma dosagem. A utilização deve ter início entre o primeiro e o quinto dia da menstruação, diariamente, e termina quando a cartela acabar (ao final dos 21 dias do seu ciclo). Depois, é necessário parar por 7 dias antes de reiniciar o ciclo, período em que pode ocorrer sangramento, que é interpretado como menstruação por haver a descamação do endométrio (que acontece todo mês se não houver fecundação, devido à queda da quantidade de progesterona no sangue), apesar de não ocorrer ovulação. O risco de falha é mínimo (0,1%) se tomada corretamente.
Minipílula
Também conhecida como POP, do inglês “progestogen-only pills”, não contém estrógeno em sua fórmula, possuindo somente progestágeno. É a pílula que pode ser tomada por todas as mulheres, mas geralmente é indicada às que estão amamentando e querem evitar uma nova gravidez, uma vez que não afetam a qualidade do leite materno. Durante esse período sua eficácia aumenta, já que ela se soma ao efeito contraceptivo natural gerado pela amamentação. Deve ser tomada todos os dias (24 neste caso), seguidos de uma pausa de 4 dias antes da repetição do ciclo, e apresentam pouquíssimos efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e dores de cabeça. O risco de falha também é de 0,1%.
Pílula Multifásica
A pílula multifásica é composta de uma combinação de hormônios com diferentes dosagens, adequados a cada fase do ciclo reprodutivo, pois os níveis hormonais são flutuantes, ou seja, se alteram naturalmente durante o mês. Geralmente causam menos efeitos colaterais e possuem cores diferentes, para diferenciar a dosagem e o ciclo. São fabricadas em versões bifásicas, contendo duas concentrações hormonais diferentes, trifásicas e multifásicas (explique melhor a relação das versões de fabricação com as fases do ciclo). O risco de falha gira e torno de 0,1%.
Para essa e todas pílulas anteriores, há a versão em 28 comprimidos, que podem ter 7 com efeito placebo (servindo apenas para que a mulher se lembre do dia certo de começar a próxima cartela), 4 com efeito placebo pelo mesmo motivo ou ainda a cartela que traz 28 comprimidos com princípios ativos, a chamada pílula de uso contínuo, onde não há sangramento ou menstruação.
Pílula do dia seguinte (emergencial)
A pílula do dia seguinte deve ser usada pelas mulheres que não desejam engravidar, mas tiveram relações sexuais sem a devida proteção de um método contraceptivo ou na falha de uso de algum dos métodos. Conhecida como contracepção de emergência, é um anticoncepcional que deve ser usado o mais rápido possível após a relação sexual, de preferência nas primeiras 72 horas (3 dias), sendo capaz de inibir uma gravidez pela alta quantidade de hormônios presentes na sua composição. No entanto, a cada dia que passa, a eficácia contraceptiva do esquema se reduz. Basicamente, o que a pílula do dia seguinte faz é alterar o ciclo menstrual, antecipando a menstruação, que geralmente vem 1 semana após o uso da mesma. A taxa de falha varia entre 2% e 5% (consideravelmente superior ao da pílula diária). É importante frisar que ela é um método de emergência para ser usado ocasionalmente, em situações especiais, e nunca com frequência, podendo causar efeitos colaterais graves como desequilíbrio hormonal, náuseas frequentes, cefaleias e até mesmo AVC, caso usada repetidamente.
Tratamentos hormonais e cuidados
Além da contracepção, a pílula anticoncepcional também é utilizada na terapia de alguns males que acometem uma parcela das mulheres, como sangramentos irregulares, cólicas menstruais, TPM, diminuição do fluxo menstrual, hirsutismo (crescimento excessivo de pêlos na mulher, em áreas anatômicas características de distribuição masculina), endometriose e síndrome dos ovários policísticos. Existe ainda certos estudos que apontam que a pílula anticoncepcional pode diminuir a incidência de câncer de ovário e de endométrio, doença benigna da mama, o desenvolvimento de cistos ovarianos, artrite reumatoide, doença inflamatória pélvica (DIP), gravidez ectópica, anemia por deficiência de ferro e até acne. O regime de uso varia, sendo muitas vezes contínuo e estendido, com seus respectivos benefícios e efeitos colaterais, o que se faz ainda mais necessária a orientação e educação sobre o tema com um especialista antes de iniciar um tratamento do tipo.
Como tomar o anticoncepcional pela primeira vez
Para tomar o anticoncepcional pela primeira vez, deve-se ingerir o 1º comprimido da cartela no 1º dia da menstruação e continuar a tomar uma pílula por dia no mesmo horário até o fim da cartela, seguindo as instruções da bula. Para os anticoncepcionais com 21 comprimidos (os mais comuns) deve-se fazer uma pausa de 7 dias no final de cada cartela (quando deve ocorrer a menstruação) e iniciar a próxima apenas no 8º dia, mesmo que a menstruação tenha terminado mais cedo ou que ainda não tenha acabado.
A que horas devo tomar o anticoncepcional?
A pílula contraceptiva pode ser tomada a qualquer hora do dia, mas é importante que seja sempre no mesmo horário para evitar a diminuição do seu efeito. Também é sugerido evitar tomar em jejum, para não haver dores estomacais. Assim, para não esquecer de tomar a pílula, temos algumas dicas:
- Programar um alarme diário no celular
- Guardar a cartela em um local bem visível e de fácil acesso (bolsa)
- Associar a ingestão da pílula a um hábito diário, como escovar os dentes
- Baixar um aplicativo que facilite essa tarefa
O que devo fazer se a menstruação não descer?
Caso a menstruação não desça durante o período de pausa da medicação, mas todos os comprimidos tiverem sido tomados da forma recomendada, não há risco de gravidez. Inicie a próxima cartela normalmente e aguarde. No entanto, se a menstruação não vier regularmente ou ainda se houver sangramentos com frequência no meio da cartela, procure o médico para que ele possa reavaliar o uso e, caso necessário, prescrever um novo anticoncepcional.
Esqueci de tomar a pílula, e agora?
Se você esqueceu de tomar uma pílula da cartela, deve tomar imediatamente após se lembrar, respeitando o prazo máximo de até 12 horas. Se o período for maior que as 12 horas, procure uma melhor orientação conforme a semana em que ocorreu o esquecimento. O efeito contraceptivo da pílula diminui principalmente se o esquecimento ocorrer na primeira ou última semana da cartela ou quando se esquece mais de 2 comprimidos no mesmo mês, sendo essencial usar camisinha nestes casos para prevenir a gravidez.
Efeitos colaterais
A pílula anticoncepcional é um dos medicamentos mais estudados e usados no mundo inteiro. Assim como qualquer outro medicamento, ela possui contraindicações e efeitos colaterais. O uso de anticoncepcionais por algumas mulheres pode causar alteração do fluxo menstrual, acne, alteração de humor, diminuição da libido, dor de cabeça, náuseas e vômitos, aumento de peso, cansaço excessivo, hipersensibilidade nos seios, dor abdominal, diarreia, entre outros. Em certas pacientes pode aumentar o risco de complicações vasculares como trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Por isso a importância de não se automedicar sem prescrição médica e sempre consultar um especialista antes de optar por determinado método.
INJEÇÃO ANTICONCEPCIONAL
Muitas mulheres preferem adotar outros métodos, de efeito prolongado, para tornar o processo de contracepção mais prático e ficar menos dependente da própria memória. Quantas vezes não nos lembramos, na correria, de tomar a pílula do dia? Nesses casos, a injeção anticoncepcional pode ajudar a evitar o esquecimento ou falhas, que acarretam em diminuição da eficácia do efeito contraceptivo. Elas são comercializadas em forma de injeção intramuscular e possuem em sua fórmula hormônios sintéticos (estrógenos e progestágenos), mas com doses de longa duração.
Possuem o mesmo mecanismo de ação das pílulas, suspendendo a ovulação, reduzindo a espessura endometrial e espessando o muco cervical para dificultar a entrada de um possível espermatozoide. O fluxo menstrual pode diminuir devido a maior quantidade de hormônios no método contraceptivo. É um método muito eficaz, com cerca de 0,1% de falha para a injeção mensal e de 0,3%, para a injeção trimestral. O uso desse método deve ser recomendado um médico ginecologista confiável, sua aplicação deverá ser realizada em farmácia com receita, e vale lembrar que o anticoncepcional injetável previne a gravidez, mas não protege contra as DSTs. Por isso, a camisinha é indispensável nas relações sexuais.
Mensal ou trimestral?
As injeções mensais, compostas de estrógenos e progestágenos, devem ser feitas entre o 1º e 5º dia do ciclo menstrual na primeira aplicação, e a partir de então as aplicações devem ser feitas a cada 30 dias. Para os trimestrais, a primeira dose deve ser aplicada entre o 1º e o 5º dia do ciclo menstrual, e a partir de então a cada 90 dias. Há a vantagem de serem aplicados a cada três meses, mas há a desvantagem de provocarem a ausência de menstruação no início do tratamento. Este último é geralmente indicado para as mulheres que não podem ou não desejam o usar estrógeno, pois sua composição é somente de progestágeno. O retorno da fertilidade (capacidade de engravidar) é mais lento, ocorrendo cerca de nove meses após a última injeção trimestral.
A injeção deve ser aplicada na região glútea, que pode ficar um pouco dolorida, mas não é recomendado massagear ou colocar bolsa de água quente no local. Além disso, é indicado usar camisinha ou não ter relação no primeiro mês (10 dias no mínimo) após começar a primeira injeção, pois há risco de gravidez devido ao período de adaptação.
Os anticoncepcionais injetáveis são causadores comuns de irregularidade menstrual ou sangramento vaginal contínuo (pode durar semanas). Caso ocorra este último, pode ser preciso mudar de método contraceptivo. O fato de ter esse sangramento não indica gravidez e muito menos que pode engravidar (não significa que o anticoncepcional não fez efeito, se tomado corretamente). Caso deseje engravidar, o tempo para o ritmo da menstruação se normalizar após a parada pode levar meses, sendo extremamente variável. É importante saber que assim que a mulher para de usar o medicamento, já está correndo risco de engravidar independente da menstruação descer ou não. Caso ocorra a gravidez, a injeção anticoncepcional pode ser usada tranquilamente durante a amamentação.
Efeitos colaterais
Os efeitos adversos variam entre dor de cabeça, acne, alterações do humor, redução da densidade mineral óssea, vertigens e aumento de peso. Porém, apesar disso, são contabilizados muitos efeitos benéficos decorrentes do uso, como alívio da menstruação e melhora da anemia, redução dos sintomas associados à endometriose, melhora da dor pélvica crônica, redução do câncer de endométrio e possível diminuição nas crises de anemia falciforme.
SIU (SISTEMA INTRAUTERINO) E DIU (DISPOSITIVO INTRAUTERINO)
São dispositivos que devem ser inseridos por médicos, dentro do útero, em um procedimento simples e rápido, sem a necessidade de anestesia geral, podendo ser feito no consultório. A grande vantagem destes métodos é a comodidade e a alta eficácia, já que pode prevenir contra a gravidez durante 5 a 10 anos, dependendo do produto.
A principal função de ambos é impedir o encontro do espermatozoide com o óvulo. O que os diferenciam, no entanto, é a presença de hormônio e o material utilizado, pois o SIU é feito de um material semelhante a plástico maleável e libera doses contínuas de hormônio sintético (chamado levonorgestrel) no organismo da mulher, ao contrário do DIU, feito de cobre e que não libera nenhum hormônio – ele causa uma inflamação no endométrio, o tecido que reveste internamente o útero, onde as células e substâncias inflamatórias que passam a ocupar o tecido tornam a cavidade uterina um lugar desagradável para o espermatozoide, impedindo que ele suba por esse espaço e fecunde o óvulo. Para a mulher que tem contraindicação ao estrogênio por ser diabética ou fumante, o DIU ou o SIU podem ser os substitutos ideais. Caso a mulher apresente cólica ou muito sangramento, a melhor opção é o SIU.
São métodos extremamente seguros, com taxa de risco de 0,1%. Estima-se que o dispositivo intrauterino seja utilizado por 100 milhões de mulheres no mundo, com um índice baixíssimo de gravidez, aproximadamente de 3 casos por 1.000 usuárias. No entanto, apesar de ser raro, é possível engravidar caso o uso do dispositivo seja feito de forma incorreta ou sem recomendação médica adequada, o que se aplica a todos os outros métodos. Por isso, o acompanhamento com um ginecologista é obrigatório.
A grande vantagem do uso dos dispositivos é a comodidade, já que a mulher não precisa lembrar de ingerir nenhum remédio diariamente, ou se preocupar com o desconforto da aplicação de injeções. Se decidir que é hora de engravidar, basta conversar com um médico e pedir a retirada do dispositivo. Após a retirada, a fertilidade voltará ao normal rapidamente, muitas vezes em apenas um mês, independentemente do tempo de uso do método. Lembrando que apesar de serem seguros contra a gravidez, os métodos não protegem contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Quais os efeitos colaterais no uso de um DIU/SIU?
Entre os efeitos colaterais mais comuns estão as alterações do fluxo menstrual. O SIU, devido a liberação local do hormônio, costuma diminuir a intensidade do fluxo e duração das menstruações e, após 6 meses de uso, é constatado que cerca de 45% das usuárias param de menstruar. O DIU, por não conter hormônio, geralmente não altera a frequência das menstruações, porém ocasionalmente causa um fluxo menstrual mais intenso e possível aumento das cólicas menstruais no período inicial de uso.
IMPLANTE ANTICONCEPCIONAL
O implante anticoncepcional é uma pequena cápsula que contém o hormônio sintético etonogestrel. O contraceptivo possui 4cm de comprimento e 2mm de diâmetro. Sua colocação deve ser feita por um profissional de saúde capacitado, durante os sete primeiros dias do ciclo menstrual, ou a qualquer momento do ciclo desde que se tenha certeza que a mulher não está grávida. Ele é introduzido embaixo da pele, geralmente no braço, por meio de um aplicador descartável.
O dispositivo de plástico, aos poucos, vai liberando de maneira eficiente e contínua, pequenas doses diárias de hormônio, alcançando o efeito anticoncepcional desejado. Lentamente os hormônios são liberados no sangue, impedindo a liberação do óvulo ao ovário, além de alterar a secreção do colo do útero, dificultando a entrada de espermatozoides. A duração do efeito é de 6 meses a 3 anos, ficando à escolha da mulher, sendo que, após esse período o implante deve ser retirado e substituído por um novo. É um método muito eficaz, com taxa de falha de apenas 0,1% e é considerado o método anticoncepcional mais eficaz de todos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Entretanto, o implante não previne contra as DSTs. Caso a mulher deseje engravidar, basta solicitar a remoção e o retorno da fertilidade ocorrerá em poucos meses. Além disso, o implante não interfere no contato íntimo, nem na amamentação.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais do implante anticoncepcional incluem sangramento fora do período menstrual, amenorreia, irregularidades no ciclo, acne, sensibilidade nas mamas, dor de cabeça, diminuição da libido, tonturas e náuseas, dor no local implantado e alterações no humor. Em geral, os efeitos colaterais diminuem com o tempo e são de baixa frequência depois de seis meses de uso. Podem ocorrer cistos nos ovários em algumas mulheres, que poderá ser avaliado por um profissional para decidir qual a melhor decisão a ser tomada. O implante pode ser utilizado também como um tratamento secundário da dismenorreia e previne a gravidez ectópica. Já mulheres que apresentam trombose, câncer, icterícia ou sangramento vaginal desconhecido não devem utilizar este método contraceptivo.
ANEL VAGINAL
É um anel de plástico ou silicone flexível, com cerca de 5 centímetros de diâmetro, transparente e de superfície lisa não absorvente, que contém hormônios sintéticos que imitam os hormônios que a mulher produz em seu corpo (em geral denominados etonogestrel e etinilestradiol), e que são absorvidos pela mucosa vaginal em doses baixas e constantes, entrando na corrente sanguínea e impedindo a ovulação. O anel contraceptivo deve ser prescrito pelo médico ginecologista depois dele avaliar o seu histórico de saúde. Ele deve ser inserido uma vez por mês e tem uma eficácia alta, com cerca de 0,4% de risco quando usado corretamente, sem atrasos nem falhas.
O anel anticoncepcional adapta-se aos contornos da vagina, posicionando-se de forma fácil numa porção menos sensível da região, conferindo total conforto para a mulher, inclusive durante o contato íntimo. O anel fica colocado na parte superior da vagina, mas, se houver desconforto, é recomendado empurrá-lo delicadamente para dentro.
Pode ser introduzido em casa, bastando dobrar (em formato de 8) o anel de silicone e inserir no fundo da vagina no primeiro até quinto dia da menstruação, mantendo-o por 3 semanas. Após esse período, é preciso retirar o anel e fazer uma pausa de 7 dias, quando acontece a menstruação. Passados sete dias do fim da menstruação, introduza um novo anel e comece o ciclo novamente. O anel vaginal não deve ser retirado durante as relações sexuais e não protege contra doenças sexualmente transmissíveis, por isso é melhor ser usado conjuntamente com um preservativo.
Efeitos colaterais e contraindicações
O anel contraceptivo é considerado um método de efeitos colaterais reduzidos, principalmente no que se refere à intensidade. Algumas mulheres, durante o uso do anel, podem apresentar dor de cabeça leve, ganho de peso, acne, alterações de humor, vaginite, desconforto na hora da relação sexual e expulsão do anel, diminuição da quantidade do fluxo menstrual, cefaleia, leucorreia, diminuição da frequência e intensidade da dismenorreia (cólicas menstruais). Apesar disso, o uso do anel vaginal anticoncepcional pode prevenir a gravidez ectópica, câncer de endométrio, câncer de ovário, cistos de ovário, doença inflamatória pélvica e doenças mamárias benignas. Não é indicado nas mulheres com problemas de fígado, câncer de mama ou do aparelho reprodutor, epiléticas, hipertensas, com risco de trombose, suspeita de gravidez, fumantes, diabéticas, obesas, alérgicas a um dos componentes, imunodeprimidas, que não possam tomar a pílula por alguma razão. No período de amamentação não pode ser utilizado, sendo substituído por outro método de escolha da paciente.
Se o anel sair por mais de 3 horas, é possível colocá-lo novamente depois de passar por água fria, mas deve utilizar outro método contraceptivo, como o preservativo, durante 7 dias porque a eficácia pode estar diminuída.
ADESIVO ANTICONCEPCIONAL
O adesivo anticoncepcional, também chamado de patch (ou adesivo transdérmico), é um material aderente que deve ser colado na pele da mulher e permanecer na mesma posição por uma semana. Como a pílula, é indicado para mulheres que necessitam de um método eficaz e seguro e que não tenha contraindicação ao uso de contraceptivos hormonais combinados, o método contraceptivo é abastecido de dois tipos de hormônios sintéticos que são liberados no sangue – etinilestradiol e norelgestromina, que imitam o estrogênio e progesterona femininos –, o adesivo não só inibe a ovulação, mas também modifica o muco cervical, tornando-o mais espesso e, consequentemente, hostil à ascensão de espermatozoides. O adesivo anticoncepcional é um método contraceptivo extremamente eficaz e, se utilizado de forma correta, sem atrasos nas trocas ou erros na aplicação à pele, a eficácia é elevadíssima, com índice de erro de, em média, 0,2%.
Aplicação e uso
O adesivo deve ser aplicado no primeiro dia do ciclo menstrual, de acordo com as indicações do seu médico e substituído a cada sete dias, tendo o seu local de aplicação alterado a cada semana. As regiões mais indicadas para a aplicação do anticoncepcional são abdômen inferior, parte externa do braço, parte superior das nádegas e dorso superior. Deve ser usado por três semanas consecutivas e retirado ao fim dos 21 dias. O sangramento, caso o uso contínuo não seja a opção escolhida, deverá ocorrer durante os sete dias da pausa.
O patch anticoncepcional pode ser usado durante o exercício, banho, natação, sauna ou mesmo na praia. A adesão não é afetada pelo calor, umidade ou movimentos, pois a capacidade de aderência do adesivo é muito grande e ele não costuma sair espontaneamente. Porém, caso haja o deslocamento total ou parcial do adesivo por menos de 24 horas, recoloque o mesmo adesivo (se permanecer aderido) ou cole um novo adesivo, para garantir a eficácia. Também se aconselha realizar um método de barreira por sete dias (camisinha), que também pode ser utilizada em conjunto com o adesivo, para prevenir DST’s.
Efeitos colaterais e contraindicações
É um método contraceptivo muito eficaz e possui efeitos colaterais menos intensos se comparado à pílula oral, já que em contato com a pele os hormônios são absorvidos diretamente pela circulação como dores de cabeça. Pode haver sensibilidade mamária, cólicas menstruais leves, náuseas, alteração do padrão menstrual e reação alérgica no local do adesivo. Para mulheres em estado de obesidade é possível que ocorra uma redução na eficiência desse método, sendo recomendado outro anticoncepcional.
VASECTOMIA (ESTERILIZAÇÃO MASCULINA)
Muito utilizado em países orientais e cada vez mais no Brasil, é o procedimento que deixa o homem estéril (esterilização masculina) através da ligadura (fechamento) dos canais deferentes no homem em uma pequena cirurgia rápida, feita com anestesia local em cima do escroto (saco), na qual é cortado o canal que leva os espermatozoides do testículo até as outras glândulas que produzirão o esperma. O processo dura cerca de uma hora e o paciente é liberado para ir para casa e ficar em repouso. O ideal é que relações sexuais só aconteçam de 5 a 7 dias após a cirurgia, mantendo-se os mesmos métodos anticoncepcionais até a realização de exame de espermograma para evidenciar a ausência de espermatozoides. A ejaculação continua normal após a operação contraceptiva, porém na composição do líquido ejaculado não haverá mais a presença de espermatozoides. A vasectomia não torna o homem impotente, não altera a libido e não provoca perda de sensibilidade no órgão genital.
Contraindicações e efeitos pós-operatório
Em geral, o pós-operatório da vasectomia é bastante tranquilo. É um procedimento cirúrgico e, como tal, oferece os mesmos riscos que, por exemplo, a extração de um dente. As complicações como, hematoma, inflamação do testículo e infeção são raras. Alguns pacientes podem sentir uma leve sensibilidade nos testículos durante alguns dias.
A vasectomia é reversível, mas a cirurgia de reversão é muito mais delicada, pois deve ser realizada em ambiente hospitalar, com utilização de microscópio, e implica em uma provável diminuição da fertilidade. Segundo o urologista, o homem que decidir pela vasectomia deve ter certeza de que nunca mais quer ter filhos. É também uma solução alternativa para casais com mulheres que não podem tomar anticoncepcional ou possuem problemas de saúde.
LAQUEADURA (LIGADURA DE TROMPAS)
Consiste em um método contraceptivo muito usado no Brasil (apesar de hoje em dia ser indicado somente quando não existe outra solução), que efetua a esterilização feminina através do corte e/ou ligamento cirúrgico das tubas uterinas, as que fazem o caminho dos ovários até o útero. Após o procedimento, as tubas impedem a passagem do óvulo e os espermatozoides não o encontram, evitando a fecundação, ou seja, impossibilitando a gravidez da mulher. É um procedimento seguro e rápido, que pode ser feito de várias maneiras (cerca de dez, entre colocar anéis de plástico, queimar e cortar as tubas uterinas, clipes de titânio, fazer com fio de sutura, entre outros), sendo necessária internação e anestesia geral na maioria dos casos. Em média, a operação com corte dura 40 minutos e a sem corte pode levar apenas 15 minutos.
Não se recomenda a realização durante ou após o parto ou após um aborto, pois são momentos inadequados para uma decisão dessa gravidade, em que se apresenta um risco maior de infecção.
Por ser praticamente definitiva, é recomendado que o casal sempre esteja ciente sobre todos os demais métodos anticoncepcionais antes de optar pelo cirúrgico, já que nem sempre o tratamento de reversão é possível. Dentre todos os métodos anticoncepcionais vigentes, a laqueadura tubária é a considerada a de menor risco de gravidez (0,1% de risco de gravidez). Porém, como a maioria dos métodos contraceptivos, ela não evita a transmissão de DSTs.
Contraindicações e efeitos pós-operatórios
Há o risco de desenvolvimento de sintomas como alteração do fluxo menstrual e dor na região pélvica. Hemorragia, infecção, reação à anestesia e demais complicações relacionadas à procedimentos cirúrgicos também podem vir a ocorrer. Como a laqueadura é um procedimento simples, os cuidados que a paciente deve tomar após a operação são poucos. Geralmente o médico recomenda três dias em repouso, e pelo menos uma semana sem praticar atividades físicas, até mesmo dirigir. Além disso, é sugerido que se mantenha os métodos anticoncepcionais anteriormente usados durante, pelo menos 30 dias, após a cirurgia. A produção hormonal e a libido não são afetadas.
CAMISINHA (PRESERVATIVO)
A camisinha é uma das mais conhecidas formas de prevenção contraceptiva do mundo. Extremamente recomendada por ser um conjunto de anticoncepcional e melhor preventivo contra doenças sexualmente transmissíveis, ela oferece menor índice de eficácia (podendo chegar a 20% por uso indevido ou falha), mas mesmo assim é uma grande aliada do sexo seguro. Apesar de muito conhecido hoje em dia, o preservativo é muito antigo e suas primeiras versões já eram usadas pelos chineses há três mil anos e existem relatos milenares de uso de bexigas de peixes e de cabras como forma de método contraceptivo pelos gregos.
É um método anticoncepcional do tipo barreira. Feita de látex ou poliuretano, com lubrificantes à base d’água, impede o acesso dos espermatozoides ao útero, prevenindo a gravidez indesejada, além de evitar a transmissão de muitas doenças. Há dois tipos de camisinha: a masculina e a feminina. São descartáveis e devem ser utilizadas por pessoas de qualquer faixa etária, em todas as relações sexuais, por ser acessível e não havendo contraindicação. Recomenda-se nunca abrir preservativos com os dentes ou outros objetos que possam danificá-los. Cuidados ao deixar muito tempo na carteira também devem ser tomados, pois a embalagem poderá sofrer danos com o calor e o atrito, prejudicando a ação do produto.
Camisinha feminina
A camisinha feminina é um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada e a outra aberta, acoplado a dois anéis flexíveis. A extremidade que é fechada deve ser acomodada ao fundo da cavidade da vagina e a outra, aberta, fica do lado de fora do órgão genital feminino, devendo cobrir a entrada da vagina e a vulva (parte externa do genital da mulher). O homem poderá então introduzir o pênis na vagina, tomando cuidado para que este entre por dentro da camisinha. Por conta do atrito, as camisinhas masculina e feminina não devem ser usadas ao mesmo tempo.
Camisinha masculina
A camisinha masculina é um tipo de capa, geralmente de látex, que recobre o órgão reprodutor masculino, retendo o esperma durante o ato sexual. É recomendado apertar a ponta da camisinha enquanto ela é desenrolada no pênis, para evitar que permaneça ar dentro dela. Se o reservatório estiver cheio de ar, o preservativo pode estourar.
TABELINHA (CÁLCULO DO PERÍODO FÉRTIL)
A tabelinha é um cálculo que se faz com base nos dias do ciclo menstrual com a objetivo de saber quando é o período fértil e, por isso, ela pode ser utilizada para programar uma gravidez ou para preveni-la, evitando relações nos períodos em que há maior chance de engravidar, embora como método contraceptivo ela não seja muito eficaz (a taxa de risco pode chegar a 20%). Também conhecida por método rítmico, e esse método tem maior chance de funcionar em mulheres com ciclos regulares.
A tabelinha já foi muito utilizada antigamente, quando as mulheres ainda não tinham tanta liberdade como atualmente. Como o uso de preservativos e de pílulas anticoncepcionais era proibido, muitas aderiam ao método para tentarem controlar suas relações por meio da contagem do ciclo menstrual e evitar ficarem grávidas. Os ciclos menstruais mais comuns são os que levam de 28 a 30 dias, sendo assim, o período fértil varia entre o 8º e 20º dia do ciclo, contando como primeiro dia o início da menstruação.
A tabelinha como método anticoncepcional não protege de doenças sexualmente transmissíveis e, como já falado, não é muito segura, por haver controvérsias na possibilidade de engravidar fora do período fértil e pelo método ser passível de confusão e esquecimento por parte da mulher. Além disso, a mulher, tecnicamente, não pode ter relações durante o período fértil. A prática não tem efeitos colaterais.
DIAFRAGMA
Indicado para mulheres com problemas com contraceptivos hormonais, o diafragma é uma cúpula, como um anel tapado, feita de silicone ou látex, com bordas firmes e flexíveis. Vem em tamanhos diferentes, entre 6 e 8 cm, que impede a entrada dos espermatozoides no útero. O diafragma pode ser colocado em qualquer momento antes da relação sexual, ou usado o tempo todo (mesmo fora das relações sexuais), desde que seja retirado pelo menos uma vez ao dia para lavá-lo, pois não é descartável. Após a relação sexual, deve se esperar no mínimo seis 6 horas para retirá-lo da vagina, tempo necessário para que os espermatozoides que ficam no diafragma e órgão genital estejam mortos. Sua eficácia apresenta taxa de falha de até 20%, sendo menos indicado que outros métodos existentes. Este método não substitui a camisinha, pois não previne contra doenças sexualmente transmissíveis.
O cuidado com o anel é primordial para o seu funcionamento preventivo. Por isso, após a última relação sexual deve ser retirado, higienizado com água e armazenado de forma segura e limpa. Esse método não pode ser utilizado durante o período do fluxo menstrual, apesar de não interferir no ciclo. Durante o uso do diafragma é raro que ocorram efeitos colaterais, mas quando ocorrem, estes podem ser alergia ao material, irritação na vagina ou até infecções urinárias. Protege ainda o colo do útero contra eventuais lesões e infecções durante a relação sexual. Contudo, não é indicado para mulheres obesas e, além disso, não é facilmente encontrado para compra.
ESPERMICIDA (ESPERMATICIDA)
O espermicida é um anticoncepcional complementar que deve ser usado juntamente com outro anticoncepcional, normalmente preservativo, DIU ou diafragma. O contraceptivo é uma substância (podem ser em creme, géis, supositórios, sprays e espumas) que imobiliza ou destrói os espermatozoides evitando que eles cheguem ao óvulo para o fecundar durante o ato sexual. Eles devem ser introduzidos dentro da vagina antes da relação. É possível encontrar o agente espermaticida também em comprimido.
É um método anticoncepcional pouco recomendado, devido a sua eficiência ser menor do que a do preservativo convencional ou outros métodos mais seguros. Além disso, ele não protege das DSTs, caso seja utilizado sozinho. Além de apresentar um alto índice de falha (que pode chegar a 20%), pode causar irritação, feridas ou fissuras vaginais, queimaduras, excesso de lubrificação e mau odor. Atualmente, muitas camisinhas já possuem espermicidas para aumentar o poder de prevenção contra a gravidez. Por se tratar de um método químico, é recomendado que a mulher consulte um especialista antes de utilizá-lo.
MÉTODO DO MUCO CERVICAL
O muco cervical é um líquido produzido pelo colo do útero com a finalidade de impedir que as bactérias da região íntima da mulher consigam entrar no útero, mantendo-o saudável, e ajudando o espermatozoide a alcançar o útero durante o período fértil da mulher. O método do muco cervical, ou “método de Billings”, é um anticoncepcional natural que consiste em avaliar as mudanças das características do muco para calcular o período de ovulação. Porém, é pouco eficaz, com índice de falha entre 10% e 20% e, claro, não protege contra doenças sexualmente transmissíveis, o que poderá ser evitado com o uso de preservativo.
Nesse método contraceptivo, a mulher deve observar diariamente a presença ou ausência de muco, assim como as suas características. Geralmente o período de ovulação acontece cerca de 4 dias depois do surgimento do muco cervical grosso, esbranquiçado, turvo e pegajoso, que vai ficando cada dia mais elástico e lubrificante (estica entre os dedos como um fio), permitindo o movimento dos espermatozoides e aumentando as chances de engravidar. Ao perceber a presença do muco cervical, que pode indicar fertilidade, a mulher deve evitar relações sexuais. O último dia da mucosidade com essas características é chamado ápice do muco, em que geralmente há ovulação e, cerca de 4 dias após o dia do ápice inicia-se o período infértil, que dura até a próxima menstruação.
É considerado um método contraceptivo pouco eficiente, apesar da ausência de efeitos colaterais, pois qualquer alteração no corpo da mulher pode alterar a produção do muco e sua consistência.
COITO INTERROMPIDO
Coito interrompido é um método de contracepção em que é necessário, durante a relação sexual, que o pênis seja removido da vagina logo antes da ejaculação, impedindo o contato de sêmen com a região íntima feminina. É uma ferramenta das mais antigas que existem e altamente utilizada no mundo todo, apesar da baixa efetividade, já que as secreções do pênis na fase de excitação podem conter espermatozoides vivos. Além disso, muitas vezes o homem não consegue prever a ejaculação ou contê-la, somado ao fato de que mesmo quando é possível controlar, alguns espermatozoides podem ser liberados no fluido pré-ejaculação (também conhecido como lubrificação) e com isso, a possibilidade de fecundação passa a existir.
Em comparação com a pílula anticoncepcional, que apresenta 0,1% de índice de falha, o coito interrompido pode chegar a 20% pelos motivos descritos. As mulheres que apresentam um ciclo menstrual regular e praticam o método de tabelinha junto ao coito interrompido possuem um pouco mais de segurança. Porém, com a ampliação das técnicas e da acessibilidade a alternativas mais seguras no mundo atual, o coito interrompido não é um procedimento indicado para contracepção. Além disso, não previne contra as doenças transmissíveis.
ABSTINÊNCIA SEXUAL
A prática da abstinência sexual consiste em abster-se de alguns ou todos os aspectos da atividade sexual, podendo ser periódica ou não. A abstinência periódica resulta do controle dos níveis de fertilidade do ciclo menstrual da mulher, muitas vezes associado à tabelinha ou ao exame do muco cervical.
A eficácia deste método depende do envolvimento e disciplina do casal e do conhecimento rigoroso do funcionamento do corpo da mulher e do seu período fértil. A ausência de relação sexual engloba ou não contato entre a região genital e íntima de duas pessoas, impedindo a fecundação. Esse controle é conhecido por método anticoncepcional natural, pois não faz o uso de nenhum procedimento cirúrgico, artificial ou de medicamentos.
O grau de eficácia depende da consistência e continuidade da aplicação do método anticoncepcional, mas não tem risco de falha quando praticado integralmente. Há casais que não se sentem confortáveis com relações sexuais com penetração, e optam por outras formas de sexo sem penetração, o que permite viver em abstinência sexual, como método de contracepção.
Segundo estudos, mais do que complicações psicológicas, a abstinência provoca reações físicas diversas. Nas mulheres, por exemplo, após alguns dias sem sexo as paredes vaginais tendem a perder sua elasticidade e apresentar ressecamento. Se a falta de sexo durar anos, pode se tornar muito difícil e doloroso praticá-lo novamente. Nos homens, após certo tempo a potência e volume de sêmen dobram, caso não pratique a masturbação. Além disso, o método anticoncepcional, dependendo da forma como é aplicado, não protege contra as doenças sexualmente transmissíveis. Dessa forma, um bom modo de ter uma vida sexual saudável, é se informar sobre todos os métodos contraceptivos e de prevenção de doenças, tentar escolher o mais adequado segundo as necessidades pessoais e usá-lo de maneira correta.
Fonte: Ginecologia
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