Breaking News

REPELENTE CONTRA A DENGUE – CUIDADOS E FREQUÊNCIA DE USO

Com a epidemia de dengue e o crescente número de casos de microcefalias no país decorrentes da dengue e do Zika vírus, as pessoas tem recorrido cada vez mais ao uso de repelente, principalmente as mulheres grávidas, para tentarem se proteger das picadas dos mosquitos e, consequentemente, da transmissão de doenças pelo Aedes aegypt.
Uma das recomendações do Ministério da Saúde é o uso de repelentes de uso tópico, que podem ser aplicados diretamente na pele, já que o ato de respirar e transpirar do ser humano faz com que o corpo não pare de exalar odores que atraem os insetos, principalmente pelo suor. O que capta esses cheiros é o mecanismo de antena dos insetos. Com o uso do repelente, esse mecanismo é interrompido, fazendo com que o usuário fique “invisível” para os mosquitos.
o que são repelentes
Alguns repelentes podem ser encontrados em forma de cremes corporais, géis, sprays e pastilhas, usados com o intuito de evitarem picadas de mosquitos e insetos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) possui mais de 122 tipos de repelentes disponíveis no mercado.
As substâncias em gel, creme e spray são apropriadas para a pele do usuário. Os géis são indicados para peles oleosas, assim como os cremes são adequados para peles mais secas e para crianças. Já os sprays são práticos de passar e podem ser aplicados inclusive sobre a roupa. A consulta de cosméticos repelentes regularizados pode ser feita através do endereço: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/consulta_cosmetico.asp
É importante deixar claro que o uso do repelente não mata o mosquito, só impede que ocorra o contato através da picada durante um determinado período de tempo, diferentemente dos inseticidas, que são específicos para matar os mosquitos e contam com componentes complementares, tais como solubilizantes e conservantes.

PRA QUE SERVE?

De maneira geral, os repelentes servem para evitarem picadas de insetos, como pernilongos e o Aedes aegypt. As pastilhas e repelentes elétricos costumam ser utilizados em ambientes internos, enquanto que os de uso tópico são mais utilizados em ambientes externos onde o risco de picadas de insetos é maior. No auge da epidemia de dengue que assola o Brasil, as pessoas começaram a usar os repelentes como uma forma de prevenção. No entanto, a melhor forma de prevenir a proliferação do mosquito que transporta os virus da dengue, e os vírus Chikungunya e Zika, é não deixar água parada para que o mosquito se prolifere. Os repelentes são apenas medidas paliativas no caso de uma epidemia instalada.

CUIDADOS (GESTANTES, CRIANÇAS E ADULTOS)

Apesar de recomendado pelo Anvisa e Ministério da Saúde, o uso de repelente necessita de cuidados. Alguns produtos, por exemplo, têm restrições para utilização em grávidas e crianças.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o uso de repelentes em crianças abaixo dos seis meses deve ser evitado, pois não há estudos sobre a segurança dos repelentes nessa faixa etária. Eles podem conter substâncias tóxicas para a pele dos bebês e provocar alergias. A indicação para a proteção dos bebês é utilizar roupas com mangas longas e calças compridas, além da instalação de telas e mosquiteiros que podem barrar a entrada de insetos e mosquitos.
cuidados para bebês, crianças e adultos
Uma boa indicação são os repelentes elétricos por serem úteis e diminuírem a entrada dos mosquitos. Eles podem ser colocados próximos das janelas e portas, locais onde há grande circulação de ar que ajudam a expalhar as substâncias inibidoras dos mosquitos. Os repelentes elétricos podem utilizar líquidos ou pastilhas em seus aparelhos. No mercado existem milhares de refis e modelos. Porém, é preciso cautela com os repelentes líquidos já que podem ser retirados da tomada pela criança e ser ingerido acidentalmente.
Em crianças acima dos seis meses, o uso de repelentes direto na pele deve ser feito com orientação médica. Além disso, muitos tipos de repelentes não devem ser usados em crianças menores de dois anos, pois contam com grandes concentrações tóxicas. Já crianças entre dois e 12 anos, a concentração da substância utilizada no repelente (DEET, IR3535, Icaridina) deve ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia. Segundo informações da Anvisa, concentrações superiores a 10% são permitidas somente para maiores de 12 anos.
Para as grávidas, a Anvisa esclarece que não há restrições que impeçam a utilização desses produtos, desde que estejam devidamente registrados na vigilância sanitária e que sejam seguidas as instruções de uso descritas nos rótulos. Em adultos não existe nenhuma contraindicação para o uso de repelentes, desde que também sejam regularizados pela Anvisa.

FREQUÊNCIA DE USO

uso de repelente em grávidas
Mulheres grávidas e crianças com menos de 12 anos não devem exagerar nas aplicações, não ultrapassando três vezes ao dia. Na hora de dormir é recomendado não passar o repelente, nesse período deve-se optar por repelentes de tomada. Porém, o repelente de tomada com “liberação de inseticidas” não é indicado para ficar em quartos de bebês, pois podem ser prejudiciais enquanto as crianças estiverem no ambiente. Se mesmo assim quiser utilizar algum inseticida junto ao repelente, escolha os que não são tóxicos ao homem, aos animais e ao meio ambiente, como é o caso dos inseticidas naturais. Mas lembre-se! Mesmo os repelentes de tomada possuem duração determinada e deve ser conferida na embalagem.

PRINCIPAIS REPELENTES DO MERCADO

Três princípios ativos são os mais eficazes na hora de se proteger contra o Aedes aegypti, causador da dengue, Zika vírus e Chikungunya. São eles: IR3535, DEET e o Icardina. Todos são comercializados no Brasil e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
principais repelentes do mercado
DEET: É um composto químico que serve como repelente de insetos utilizado pela maioria das marcas presentes no mercado. Apesar de ser considerado seguro para as gestantes, o DEET não pode ser utilizado em crianças menores de dois anos. Acima dessa idade o uso em crianças é recomendado quando contam com o princípio ativo de 6% a 9%. O motivo da baixa composição é que as crianças têm uma pele mais permeável, o que permite uma absorção maior do produto. Para os adultos, a concentração gira em torno dos 14%. O tempo de duração é de 4 a 6 horas e custa em média R$18,00.
IR3535: Por ser menos tóxico, esse princípio ativo é indicado para gestantes e bebês acima de 6 meses, mediante a orientação de um pediatra. A substância oferece menos riscos à alergias e intoxicações, considerada aos outros tipos de repelentes. Conta com duração de 4 horas de proteção e preço aproximado de R$32,00.
Icaridina: Os repelentes a base de icaridina são os mais potentes do mercado, são mais duradouros e chegam a proteger por até 10 horas. Por esse motivo, são os mais recomendados pelos médicos já que não são necessárias várias aplicações na pele, reduzindo assim possíveis alergias e reações. Essa substância pode ser usada por qualquer faixa etária, acima dos 2 anos de idade. Os preços variam com base no valor de R$54,00.
Existem ainda produtos registrados que possuem como substância ativa o extrato vegetal ou o óleo de plantas do gênero Cymbopogon (citronela). Já para os repelentes de ambientes, classificados pela Agência como saneantes, há dezenas de substâncias ativas no mercado, sendo que a maioria delas são piretroides, um composto químico sintético similar às substâncias naturais.

TIPOS DE REPELENTES

Os “inseticidas naturais”, ou seja, produtos caseiros formulados à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros não possuem comprovação de eficácia nem aprovação pela Anvisa até o momento. Portanto velas, odorizantes de ambientes, limpadores e incensos que indicam propriedades repelentes de insetos não são recomendados.
Porém, um excelente repelente caseiro para o mosquito da dengue, que pode ser usado por adolescentes e adultos, incluindo as mulheres grávidas, é o de cravo-da-índia, muito usado por pescadores. O cravo da índia, além de não ter restrições, é rico em óleo essencial e em eugenol, uma propriedade inseticida que afasta mosquitos, moscas e formigas.
repelentes caseiros
Os repelentes eletrônicos, que liberam inseticidas em ambientes, devem ser utilizados no quarto de crianças somente quando elas não estiverem no cômodo. É importante ficar atento ao rótulo do produto para saber por quanto tempo ele deve ficar na tomada. Cada produto tem um número de horas determinado e é importante respeitá-lo.
Os aparelhos repelentes elétricos e espirais, que levam pastilhas e óleos, não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação. Podem ser colocados em qualquer ambiente da casa que tenha bastante ventilação, desde que estejam, no mínimo, a dois metros de distância das pessoas. Eles são contraindicados também a pessoas com doenças asmáticas e alergias respiratórias.

Mito do complexo B

Existe um mito de que a vitamina do complexo B, ao ser eliminada pela pele, modifica o odor da pessoa e afasta os mosquitos. Porém, pesquisadores da Universidade de Wisconsin (EUA) verificaram se a suplementação com o complexo B poderia ajudar a repelir mosquitos e o resultado foi negativo. As pessoas suplementadas foram igualmente picadas. Além disso, uma grande quantidade ingerida dessa vitamina pode causar problemas ao organismo e intoxicação.

REGRAS PARA O USO DE REPELENTES

A melhor forma de usar o repelente é espalhá-lo nas mãos e depois distribuí-lo uniformemente para as áreas do corpo que não estão cobertas por roupas. Use repelentes sobre as roupas apenas se os mosquitos puderem perfurar através do tecido (por exemplo, roupas finas, com rendas e etc). Ao utilizar o repelente, evite o contato com olhos, nariz e boca. Lave as mãos, principalmente as das crianças, assim que terminar a aplicação. Evite aplicar produtos de alta concentração (mais de 50% de DEET) na peleFique atento ao tempo de duração do produto para reaplicá-lo só quando for necessário.
regras para o uso de repelentes
Não se deve utilizar repelente combinado com filtro solar, pois o filtro precisará ser reaplicado mais do que três vezes ao dia enquanto o repelente não. Além disso, os compostos quando misturados fazem com que a ação do repelente perca sua eficácia.
Nunca use repelentes em feridas ou pele irritada. Se suspeitar uma reação por causa do usode repelentes, lave a pele, em seguida suspenda a utilização e procure um médico. Reações cutâneas são extremamente raras e podem ser resolvidas rapidamente quando o produto é retirado. Também é preciso avaliar o rótulo do produto para certificar-se de que ele está autorizado a ser vendido pela Anvisa.

DÚVIDAS MAIS FREQUENTES:

Em quais partes do corpo o mosquito costuma picar?

Na região dos braços e do abdome em adultos e na região da face em crianças. O Aedes aegypti mosquito voa geralmente até 1,5 metro de altura.

Os tipos de roupa interferem no risco de ser picado?

O recomendável é o uso de roupas que cubram a maior parte possível do corpo. Contudo, tecidos muito finos podem permitir que o aparelho sugador do inseto chegue à pele. As áreas mais vascularizadas, onde é possível ver as veias, como na região dos pés, correm mais risco. Além disso, as roupas devem ser claras, uma vez que cores escuras atraem o Aedes aegypti.

À noite o risco de contágio é menor?

Sim. Os mosquitos costumam picar durante o dia, sobretudo no início da manhã e no fim da tarde, porém isso não é uma regra.

É verdade que lugares com vento afastam os mosquitos?

Sim. Com o vento, a fêmea perde parte de sua orientação durante o voo, preferindo ambientes mais quentes e com pouca ventilação.

Repelentes realmente são eficazes contra os mosquitos?

Para ser eficaz contra o Aedes aegypti, o repelente deve conter as substâncias Deet, Icaridina ou IR3535. Essas substâncias combatem o inseto e podem ser usadas por mulheres grávidas e crianças com mais de seis meses.

Como aplicá-lo?

O produto deve ser aplicado uniformemente nas partes expostas do corpo. Após a aplicação, é necessário saber quantas vezes o fabricante recomenda que ele seja reaplicado ao longo do dia.

Existe repelente à prova d’água?

Não. Logo, o produto deve ser reaplicado após contato com a água.

Os repelentes de tomada são eficazes contra o Aedes Aegypti? Posso deixar o aparelho ligado o dia inteiro?

Os repelentes de tomada tiveram a eficácia comprovada contra o Aedes aegypti ao serem registrados pela Anvisa. Contudo, essa eficácia foi comprovada com mosquitos criados em laboratório. É possível que vetores presentes no meio ambiente apresentem resistência ao produto. Para saber se o aparelho pode ficar ligado o dia todo, consulte as instruções de uso na embalagem.

Nenhum comentário

imagem de uma pessoa em frente a tela no notebook com a logo do serviço balcão virtual. Ao lado a frase indicando que o serviço