Coaf identificou movimentações atípicas de R$ 51,9 bilhões de investigados na Lava-Jato
O presidente do COAF, Antonio Gustavo Rodrigues, presta depoimento na CPI da Petrobras. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações atípicas de investigados na Lava-Jato no montante de R$ 51,9 bilhões. A informação foi revelada na CPI da Petrobras pelo presidente do órgão, Antonio Gustavo Rodrigues, e consiste na soma dos 267 relatórios feitos de 2011 até agora a pedido da Polícia Federal e do Ministério Público Federal para municiar essa investigação.
Rodrigues ressaltou que o número não é absoluto e que pode ter o caso de algumas operações financeiras repetidas. Destacou que foram alvo dos relatórios, até o momento, 27.579 pessoas físicas e jurídicas e a base foram 8.918 comunicações de movimentações atípicas recebidas pelo órgão.
Em novembro de 2014, o Coaf tinha divulgado a realização de 108 relatórios para a Lava-Jato, que totalizavam movimentações atípicas de R$ 23,7 bilhões. Entre as pessoas citadas no relatório estão alguns dos principais alvos da operação, como o doleiro Alberto Youssef, descrito por Rodrigues como um personagem que já era “famoso” antes da operação.
— Youssef já era famoso, já tinha sido investigado, fez delação no passado, mas ele continuou operando — afirmou Rodrigues.
O presidente do Coaf observa que foi com base em relatórios do órgão sobre a atuação de doleiros que foi iniciada a operação. Desde então, a investigação cresceu e chegou à Petrobras, com a prisão de ex-dirigentes, e às principais empreiteiras do país, que tiveram executivos presos.
Rodrigues reclamou da falta de estrutura do órgão que preside. Citou que enquanto o Coaf brasileiro tem 54 funcionários, o do Paraguai tem 80. Ressaltou ainda que 9 dos funcionários que atuam atualmente no Coaf são cedidos por outros órgãos. Afirmou que o Conselho tem tentado contornar a falta de pessoal com investimentos em tecnologia.
Fonte: O Globo
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