Servidores que denunciaram “laranjas” são perseguidos pelo IBAMA
Denúncia foi feita a Gustavo Podestá, em 2009,
conforme cópia do Memorando nº 305/2009
Denúncia foi feita a Gustavo Podestá, em 2009, conforme cópia do Memorando nº 305/2009. Nesta semana, mais um acontecimento colocou em evidência a fragilidade da instituição que deveria combater crimes ambientais na Amazônia. O Servidor Marcus Vinícius Reis Souto Bistene, procurou nossa redação com objetivo de informar à sociedade brasileira, a existência de possível perseguição por parte do IBAMA de Brasília aos servidores que atuam na sede do órgão em Santarém.
Marcos Vinícius Reis Souto, é um dos cinco servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Santarém (PA) denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por supressão de documentos públicos. O servidor também é réu em um processo de 2014, aberto também a partir de ação do MPF. O servidor foi denunciado à Justiça Federal em Itaituba, por falsidade ideológica. Bistene é acusado de no ano de 2009 ter emitido uma infração ambiental em nome de um “laranja”. A utilização do laranja teria servido para ocultar a identidade do verdadeiro responsável pela fazenda Santa Clara, em Novo Progresso, sudoeste do Estado, onde foram desmatados ilegalmente 1,3 mil hectares.
O MPF também acusou de falsidade ideológica o dono da fazenda, Luiz José Gollo, e o advogado do fazendeiro, Leonardo Minotto Luize. O advogado é um dos acusados na denúncia do MPF referente à operação Castanheira, realizada em 2014 em Novo Progresso pela Polícia Federal, MPF, Receita Federal e Ibama para desbaratar organização especializada em grilagem de terras e crimes ambientais.
Marcos Vinícius Reis Souto Bistene entrou em contato com nossa redação para falar sobre a denúncia. Ele disse que esses servidores do Ibama de Santarém foram os primeiros a denunciar o esquema de “laranjas” utilizado por grileiros em Novo Progresso. Porém, o Ibama Brasília quer fazer com que, de denunciantes, tais servidores passem a denunciados.
Nossos repórteres foram a fundo investigar as últimas notícias vinculadas no site do Ministério Público Federal em relação às possíveis irregularidades cometidas por servidores do Ibama em Santarém. Descobriram no Processo nº 0002448-03.2014.4.01.3908 (citado no site do Ministério Público Federal em desfavor de Marcus Vinicius Reis Souto Bistene), informações importantes.
Em 2009, Marcus Bistene após investigar e identificar que havia multado um “laranja” em Operação de Fiscalização do Ibama em Novo Progresso, relatou os fatos ao então Chefe da Fiscalização, Gustavo Müller Podestá, através de um documento sigiloso, o Memorando N°305/2009/DICOF/IBAMA/GEREX/STM, datado de 10 de julho daquele ano, comunicando a descoberta do esquema, como comprova cópia do documento.
Gustavo Müller Podestá hoje é Chefe de Gabinete da presidência do Ibama. Gustavo recebeu em mãos o documento e assinou de próprio punho o seu recebimento. Gustavo Podestá além de não tomar providência para sanear o caso, fez questão de denunciar Bistene à Polícia Federal. Por este motivo, o servidor hoje é réu, justamente por uma irregularidade que ele, já em 2009, denunciou.
A atitude negligente, para não ser mais contundente, de Gustavo Podestá, só pôde ser corrigida no ano 2013 quando em operação conjunta SUPES/GEREX STM, para verificação de áreas embargadas, o verdadeiro responsável pelos desmatamentos foi multado cinco vezes, sendo uma delas pelas irregularidades relatadas ainda 2009 por Marcus Bistene. Quem lavrou os autos foi exatamente um dos cinco servidores denunciados pelo MPF.
Quais os interesses escondidos nas atitudes do atual chefe de gabinete do Ibama Brasília? Onde está a via do memorando recebida por Gustavo Podestá? Será que Marcus Bistene teria seu nome escrachado publicamente se a Polícia Federal e o Ministério Público tivessem conhecimento do documento ocultado? Ou seria o contrário?
O que será que Podestá vem recebendo em troca para realizar denúncias de servidores em Santarém? Notícias dão conta de um grande esquema de distribuição de cargos D.A.S. a pessoas que contribuíssem com “pedidos” de um grande “chefe” em Brasília, já estamos investigando este caso e em breve traremos as notícias com exclusividade.
Por: Edmundo Baía Júnior
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