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Empresários denunciam descaso da Prefeitura


Aberta adesão ao programa municipal Eco Crédito. Ribamar Portela, Francisco da Silva e Marita Gentil estão sofrendo prejuízos financeiros com a enchente prejuízos sofridos em decorrência da cheia deste ano e a cobrança abusiva de impostos pela Prefeitura de Santarém, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) revolta comerciantes do centro da cidade e do entorno dos mercados Modelo e Municipal. No início desta semana as águas dos rios Tapajós e Amazonas inundaram as principais ruas do centro de Santarém ocasionando diversos prejuízos aos comerciantes que trabalham próximo a orla da cidade.

O empresário José Ribamar Portela, conhecido como “Riba”, proprietário da “Casa do Riba”, localizada no entorno do Mercado Municipal, afirma que o alagamento das lojas no período chuvoso já virou rotina em Santarém. Ele garante que trabalha na área desde 1977 e, que por descaso do poder público, hoje, os comerciantes padecem durante o inverno.

Preocupado com os prejuízos, Ribamar Portela aponta a solução do problema: “Enquanto não colocarem as tampas de retenção das galerias, assim como a instalação de duas bombas para sugar o excesso de água, o problema vai continuar. Isso eu afirmo porque já conversei com um engenheiro hidráulico e ele disse que é a única solução para o problema”, relatou.

Segundo Ribamar Portela, quando o cais foi construído em meados de 1977, deveriam ter instalado duas bombas na área, porque à medida que água vinha da periferia, descia com tanta força que levantava o tampão e saia o excesso da água. Já o resto da água que acumulava, quando perdia a força, entraria em funcionamento a primeira bomba. Caso fosse necessário entraria em funcionamento a segunda bomba.

Porém, com o passar dos anos nenhuma bomba foi instalada, onde o problema se agravou, contabilizando prejuízos aos comerciantes.

“Fizeram um negócio, que tudo indica, com o intuito de prejudicar o comércio, porque ainda não sabemos qual é o interesse de alugar bombas, pois é um objeto que só dá prejuízo para o erário”, dispara José Ribamar Portela.

De acordo com ele, na época da cheia a Prefeitura Municipal aluga as bombas e coloca pessoas irresponsáveis para tomar conta. “Quando cai uma chuva torrencial alaga todo o comércio de Santarém, porque eles não estão levando o negocio como coisa séria! Mesmo com todos esses problemas os impostos chegam na data correta. Faça chuva, faça sol, faça frio, faça calor, o governo nos obriga a pagar religiosamente os impostos”, critica o empresário, que recebeu esta semana o carnê do IPTU, para ser quitado até a data do vencimento.

Ribamar Portela destaca que os comerciantes têm que pagar vários encargos sociais, bem como a folha de pagamento dos funcionários, porém, quando chega na hora da enchente, os empresários se deparam com o descaso da Prefeitura, que deveria olhar com mais carinho para os empresários que possuem comércio na Avenida Tapajós e adjacências, que ficam sem vender seus produtos e o prejuízo é bastante grande. Mas nem isso afeta os sentimentos do Prefeito e de seus secretários, pois em vez de incentivar os comerciantes, manda eles pagarem mais impostos. “A gente ainda passa por intruso. O cara da Seminfra, se ele entende alguma coisa sobre esse problema, ainda não fez uso do que sabe!”, exclama Ribamar Portela, sugerindo que deveria pelo menos ter outro motor de reserva para que quando der problema no que está funcionando, haja a substituição.

“Queremos saber, também, o por quê de ainda não terem colocado essas tampas de galeria?”, questiona.

O comerciante Francisco Raimundo da Silva, o “Nelinho”, proprietário da loja “Casa Nelinho”, localizada no entorno do Mercado Municipal, também critica a posição do prefeito Alexandre Von: “Primeiramente que as máquinas passam a maior parte do tempo paradas. Isso está prejudicando diretamente o comércio, porque afasta os clientes das lojas. Ao tomar conhecimento da nossa situação, a Prefeitura deveria isentar pelo menos alguns impostos como o IPTU”, sugeriu Francisco da Silva.

A empresária Marita Gentil, proprietária de um dos comércios mais antigos de Santarém, a “Casa Feliz”, localizada no centro comercial de Santarém, reclama do descaso da Prefeitura Municipal com relação à cheia deste ano e os prejuízos contabilizados pelos comerciantes: “Muitos clientes se arriscam, mas outros não, pois têm medo de cair das marombas”, afirmou Marita Gentil.

Dona Marita ressalta que sem os clientes o faturamento da loja caiu bastante nesse período do ano e os prejuízos aumentaram gradativamente: “Já instalei uma bomba dentro da minha loja, ainda coloquei um funcionário para carregar a água com uma lata. A realidade é essa: mesmo a loja estando inundada somos obrigados a pagar os impostos da Prefeitura!”, dispara a empresária.
CHEIA SOMA PREJUÍZO DE 300 MILHÕES NA ECONOMIA DE SANTARÉM: Os prejuízos da enchente deste ano, que ameaça ser de igual proporção a de 2009, foram contabilizados em um estudo que detectou os impactos da cheia no município de Santarém. De acordo com o documento, até o momento foi contabilizada uma perda de R$308,7 milhões na economia da cidade nos diversos setores.

O estudo encomendado pelo Sindicato do Comércio Lojista – Sindilojas, Associação Comercial e Empresarial – Aces e Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL e realizado pelo Centro Avançado de Estudos Amazônicos (Ceama) mostra que os prejuízos econômicos são relacionados a perdas de postos de trabalho, perdas de estoques de mercadorias das empresas, redução drástica nos níveis de vendas, inadimplência, dificuldade de abastecimento. Também aponta problemas de ordem social como a contaminação por doenças de veiculação hídrica, contaminação de estações de tratamento de água, etc.

Esse valor, R$308,7 milhões representa 9,59% sobre o valor do Produto Interno Bruto Municipal (R$3,219 bilhões) e 48,48% sobre o valor do Orçamento Municipal de 2014 (636,7 milhões), de acordo com a pesquisa.

Entre os segmentos econômicos, no setor terciário o comércio acumula até o momento prejuízo de R$ 34,8 milhões. No entanto, a tendência é que esse número aumente diante da situação crítica do centro comercial, que apresenta alagamentos em vários pontos, o que dificulta o acesso dos consumidores às lojas.

Participaram da pesquisa o setor empresarial, profissionais liberais e domicílios. O estudo foi entregue à Coordenadoria de Defesa Civil Municipal e servirá de subsídio caso seja necessário decretar estado de emergência no município.

Por: Manoel Cardoso

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