Eleitores de 765 cidades votarão em urna biométrica
Eleitores de 765 cidades brasileiras – entre elas, 15 capitais – votarão para presidente em outubro em uma urna biométrica. O equipamento é parecido com a urna eletrônica comum, mas tem como diferencial um dispositivo que lê as impressões digitais da pessoa, para evitar fraudes na identificação. Até agora, 18,9 milhões de eleitores já foram cadastrados no sistema – pouco mais de 13% do total de 142,4 milhões. A expectativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é chegar a 22 milhões de eleitores até a próxima quarta-feira, último prazo para o recadastramento biométrico.
As capitais que votarão com biometria em outubro são: Brasília, Goiânia, Porto Velho, Rio Branco, Boa Vista, Macapá, São Luís, Teresina, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju, Curitiba e Palmas. Os dois maiores colégios eleitorais, Rio de Janeiro e São Paulo, ficarão na última leva de cadastramentos, pois são os grandes desafios da Justiça Eleitoral. A meta é que todos os brasileiros tenham acesso à votação biométrica na disputa presidencial de 2018.
- É um mecanismo de segurança, para evitar que uma pessoa não tente se passar por outra no momento da votação - explicou Cristiano Andrade, coordenador de Infraestrutura da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE.
Os 3,1 milhões de eleitores que foram convocados para fazer o recadastramento biométrico, mas ainda não compareceram, terão até a próxima quarta-feira para se apresentar. A explicação de Andrade é de que sejam eleitores já falecidos. Neste caso, os títulos serão cancelados.
Nova era com voto biométrico
Também pode haver, no grupo, pessoas que se mudaram para cidades onde a biometria ainda não será implantada. Se o eleitor deixar de comparecer sem justificativa, também terá o título cancelado. Essas pessoas ficarão impedidas de tirar o passaporte, não poderão obter financiamento em instituição pública de crédito – e, claro, não poderão votar em outubro.
Ainda não existe um levantamento sobre quantos títulos existiam em duplicidade. Mas essa é certamente uma preocupação da Justiça Eleitoral. O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, explicou que a nova tecnologia vai impedir fraudes, como a aplicada pelo ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão. Ele votou pelo irmão, falecido na década de 1970.
'Se houvesse a biometria já naquela época em que Pizzolato votou pelo irmão falecido em 1970, ele não teria votado. Por isso, temos que aperfeiçoar o sistema', disse Marco Aurélio, que deixa o cargo no dia 13 para dar lugar ao ministro Dias Toffoli.
Ele não deu previsão de quando o cadastramento de todo o eleitorado brasileiro será concluído:
'Nós ainda estamos no início da biometria. O cadastramento de 142 milhões de pessoas não se faz da noite para o dia'.
Mesmo com a urna biométrica, o eleitor ainda vai precisar levar um documento com foto para votar. A impressão digital é uma segurança a mais. Depois da etapa de identificação, as informações vão aparecer na urna da mesma forma que apareciam na urna convencional. Os eleitores precisarão digitar o número do candidato escolhido e confirmar quando aparecer a foto dele.
'Os procedimentos são iguais, a única diferença é a identificação do eleitor', esclareceu Andrade.
O cadastramento para a biometria começou em 2008, com três municípios, ainda em fase de teste. Em 2010, a votação biométrica ocorreu em 60 cidades. Em 2012, a tecnologia foi ampliada para 300 cidades. Segundo o TSE, o custo da biometria é, em média, de R$ 6,90 por eleitor. Das cerca de 530 mil urnas eletrônicas habilitadas para as eleições, apenas 72 mil não possuem o sensor biométrico.
Também na quarta-feira, termina o prazo para requerer a inscrição ou pedir a transferência de domicílio eleitoral. O serviço pode ser feito em qualquer cartório eleitoral. Para solicitar o título de eleitor, é necessária a apresentação de documento oficial de identificação com foto e comprovante de residência. Pessoas do sexo masculino, maiores de 18 anos, deverão apresentar o certificado de quitação do serviço militar obrigatório.
O pedido de transferência eleitoral deverá ser feito com documento de identificação com foto, título de eleitor e comprovante de residência. No caso de mudança para outro país, o eleitor deve procurar a representação diplomática brasileira. Para fazer a transferência, o eleitor precisa residir no novo domicílio há, no mínimo, três meses.
Fonte: O Globo
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