Breaking News

Brasileiro é craque em ‘sevirologia’, diz Alê Yousseff na Campus Party

Debate realizado na Campus Party
(Foto: Reprodução/G1)
Apresentador participou de debate sobre inovação e empreendedorismo. Discussão reuniu físico, produtor cultural e desenvolvedora de aplicativo.

A burocracia para abrir e gerir empresas atrapalha o surgimento de novos negócios? Não tem problema. "Isso nos torna especialistas em 'sevirologia'", brinca Alê Yousseff, apresentador do programa “Navegador”, da GloboNews, durante debate sobre inovação e empreendedorismo, realizado nesta quinta-feira (30) na Campus Party 2014.

Promovida também pelo Globo Universidade, a discussão reuniu, além de Yousseff, o físico e pesquisador da UFRJ e do Cern (laboratório europeu de física de partículas), Cláudio Lenz, o produtor cultural e diretor do documentário “Funk Ostentação”, Renato Barreiro, e Roberta Vasconcelos, cofundadora da startup “Tysdo”, desenvolvedora de um aplicativo que ajuda as pessoas a realizar seus desejos.

A discussão começou com a conjugação de empreendedorismo e inovação. “Inovação não quer dizer a mesma coisa que empreendedorismo. Pode ter inovação em diversos níveis sem que isso se torne comercial. O Brasil é carente nessas duas áreas”, disse Lenz.

“Às vezes a inovação está em pequenas coisas, em processos de empresas, em algo que já é feito da mesma forma há muito tempo”, comentou Roberta. O documentarista Barreiros acrescentou que até uma padaria poderia ter algo de inovador, desde que tentasse processos 

“Está tudo por ser reinventado, desde o vaso à privada”, brincou Lenz, lembrando que o fundador da Microsoft, Bill Gates, anunciou recentemente um prêmio para quem inventasse uma nova forma de privada. Para ele, grandes descobertas estão para ser feitas. “Na ciência, a gente não compreende muita coisa do universo. Se, por um lado, a gente passa por uma revolução tecnológica tremenda, por outro não compreendemos muita coisa. Estamos na ponta do iceberg.”

Foi o físico que introduziu na conversa o tema do avanço tecnológico no Brasil. “Quando vocês forem a um hospital, olhem as marcas. Cada um dos equipamentos é feito no exterior (...) Não é possível, o Brasil precisa de um choque na educação de base”, criticou. “A gente só copia. A cultura de questionar, de observar precisa existir nesse país.” E acrescentou: “As oportunidades do Brasil são enormes, são gigantes e a gente pode mudar essa sociedade”.

Yousseff aproveitou a deixa e lembrou que a tecnologia é justamente a ferramenta que permite o surgimento do funk ostentação, um dos movimentos culturais mais inovadores por dar voz a jovens da periferia. Para Barreiro, o surgimento de editores de som e outras ferramentas usadas pelos MCs “mostrou que não precisa ter um grande estúdio, 25 músicos” para fazer música.

O apresentador do “Navegador” perguntou quantos aplicativos ou softwares eram feitos tendo em mente a classe C. Barreiro não respondeu, mas disse que o funk ostentação é um exemplo de que há demanda. “O fenômeno do funk ostentação é para pensar na questão da demanda”, afirmou. E completou: “O hit do ano passado, “Camaro amarelo”, não é funk, mas é música de ostentação. Há anos atrás isso era impensável no Brasil.”

Pulando para outras situações impensáveis no Brasil, Lenz comentou sobre o esforço de universidades para criar parques tecnológicos e centros de desenvolvimento, com o objetivo de construir tecnologia inovadora.

Citou como exemplo desse movimento o mundialmente conhecido Vale do Silício, na Califórnia, criado em torno da Universidade de Stanford. No Brasil, apesar de não ter sido formado necessariamente em torno de uma universidade, o mineiro San Pedro Valley, localizado na capital mineira, é uma associação espontânea de startups que vem crescendo, lembrou Roberta Vasconcelos.

Fonte: G1

Nenhum comentário

imagem de uma pessoa em frente a tela no notebook com a logo do serviço balcão virtual. Ao lado a frase indicando que o serviço